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Aramis

O Nosso Bom Samba (V)

Revelado para o grande público como compositor de sambas-enredos de Carnaval, o carioca Zuzuca teve nos últimos anos uma grande chance na CBS, poderosa gravadora norte-americana que, internacionalmente, tem uma produção irregular, sem uma linha definida embora, no caso do Brasil, através de um de suas etiquetas (Okeh) regularmente produza muitos lps de sambistas - de [anônimos] a nomes mais conhecidos. E este setor é que foi entregue [à] responsabilidade de Zuzuca, que ali vem realizando um trabalho razoável embora, infelizmente, sem um maior aprofundamento cultural, em especial no que se refere [à] promoção dos artistas divulgação, ao menos, da ficha técnica de cada gravação. Agora, após uma série de lps como intérprete quase que exclusivamente de suas composições, o crioulo Zuzuca faz um lp (Okeh, 112299, novembro/74), onde, saudavelmente, demonstra bom gosto e uma justa admiração ao gravar alguns dos melhores sambas de outros grandes compositores populares. Particularmente, achamos muito importante a inclusão de três dos melhores. Particularmente, achamos muito importante a inclusão de tr6es dos melhores sambas do inesquecível Geraldo Theodoro Pereira (1918-1955), mineiro de Juiz de Fora, malandro que marcou época na Lapa dos bons tempos e que morreu assassinado pelo lendário Madame Satã (João Francisco dos Santos, pernambucano de Glória do Giotá, 71 anos). Conhecido por seus sambas regravados por João Gilberto - Falsa Baiana", e "Bolinha de Papel", Geraldo Pereira deixou uma obra grande, que só pouco a pouco tem sido devidamente valorizada, como o samba "Esda" (uma de suas últimas composições), "Que Samba Bom" etc. E Zuzuc gravou 3 sambas de Geraldo: "Pisei num Despacho" (em parceria com Elpidio Viana), "Pedro Pedregulho" e "Liberta Meu Coração" (em parceria com José Batista) ... Outro compositor já falecido que Zuzuca homenageia é Ataufo Alves (1909-1969), com "Vida da Minha Vida", "Pois é" e "Sei que é Covardia" (Ataufo Alves-Claudinor Cruz). Com uma discreta participação - e a base é dada por um [anônimo] coral, o suave "Nome Sagrado" do poeta Nelson Cavaquinho (em parceria com José Alcides/José Ribeiro) é outra das boas faixas deste lp, onde, de outros compositores, temos ainda "Tião" de Jair Amorim e Dunga (Waldemar de Abreu, 66 anos) "Só Deus" de Jorginho Walter Rosa, "Obrigação" de Alcides Rosa-Djalma Mafra, "Naufrágio" de Padeirinho-Ary Guarda, "[Decadência]" de Baianinho e Bezerra da Silva e, o vigoroso "Última Forma" de Baden Powel/Paulo Cesar Pinheiro. É claro que sendo o diretor artístico e produtor do lp, Zuzuca também não deixaria de incluir algumas de suas composições e assim os dois lados ele abre e encerra com seus novos Sambas: "Sonhos de Menina" (Credo Cruz), "Fim de Festa", "Batuque do Morro Velho" e Meu Samba Meu Gongá". Pela sinceridade e honestidade em lembrar de bons sambistas - em especial Geraldo Pereira, este novo lp de Zuzuca se coloca bem acima de suas gravações anteriores. E merece o prestigiamento de quem se interessa pela música de nosso povo. XXX Em compacto duplo, a CBS está trazendo de volta Chris Montez, agora de bigode e com uma imagem um pouco mais [máscula] do que as suas andrógenas interpretações de anos atrás. Neste cd-Epic (22067, novembro/74), em que acumula também a [regência], os arranjos e a autoria das quatro faixas (todas em parceria com um certo B. Meshel) o garoto interpreta "Just You", "Open the Windows Of Your Mind", "Ya No Piensas" e "Cheat And Lie To Me". " í
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
14
28/11/1974

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