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Aramis

O Pesador de Tarrafa

Falamos domingo passado no jornalzinho que Paulo Astor Soethe vem editando especialmente para meninos. Filho do jornalista Hermes Astor, Paulo Astor faz o seu jornalzinho sózinho, cuidando de todos os detalhes - e apresentando um resultado excelente. Como prometemos, dedicamos hoje nosso espaço a um dos textos ali publicados: "O pescador de tarrafa". Que o exemplo de Paulo Astor tenha outros seguidores... O uso da tarrafa de pesca é generalizado em todas as regiões brasileiras. A tarrafa brasileira é uma rede de forma afinulada, tendo na base superior uma longa corda pendente que fica presa à mão do pescador quando este atira, aberta, na água. Na base inferior, disposto em círculos, se enfileiram pequenos pedaços de chumbo em distâncias iguais. Medindo cerca de 6 metros de altura, por 10 a 40 de circunferência pesa a tarrafa de 6 a 8 quilos. Confeccionada com fios de algodão os de tucum, as suas malhas são distanciadas de 3 centímetros de nó a nó. Por ser curiosa a descrição da (") existe também os "pombeiros" que são os grandes negociantes intermediários dos pescadores e dos peixeiros. Excluindo este "pombeiro" existe outro tipo o qual compra por preço baixo dos pescadores e vende por preços exorbitantes no mercado. Quanto a vida econômica e social o pescador vive uma mísera vida. Para termos uma idéia só por cima, o pescador e sua família vivem subnutridos, analfabetos, morando em barracos de pau trançado emendados um a um com barro, constantemente atacados por malária. A tarrafa no sul é geralmente para a pesca da tainha. (") tarrafa feita por frei Domingos Vieira, em seu "Grande Dicionário Português" (5.º volume Porto, 1874), passamos aqui a transcrevê-la: "Rede com que pesca um homem só; é redonda, com pesos à borda, lançase de pancadas e cai aberta; tem no centro uma corda por onde se tira e sai fechada com o peixe dentro". O homem que a maneja é de baixa condição, lutando pelo seu sustento e de sua família joga a rede de barracos, canoas ou das margens do rio sabendo que no fim do dia seria mais uma vez oprimido pelas condições econômicas. Na região nordestina vive o pescador a mercê dos arrendatários dos terrenos de marinha. Fora este meio (") FOTO LEGENDA- O pescador de Tarrafa
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
No Mundo do Cazuza
1
10/06/1979

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