O Pesador de Tarrafa
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de junho de 1979
Falamos domingo passado no jornalzinho que Paulo Astor Soethe vem editando especialmente para meninos. Filho do jornalista Hermes Astor, Paulo Astor faz o seu jornalzinho sózinho, cuidando de todos os detalhes - e apresentando um resultado excelente.
Como prometemos, dedicamos hoje nosso espaço a um dos textos ali publicados:
"O pescador de tarrafa".
Que o exemplo de Paulo Astor tenha outros seguidores...
O uso da tarrafa de pesca é generalizado em todas as regiões brasileiras. A tarrafa brasileira é uma rede de forma afinulada, tendo na base superior uma longa corda pendente que fica presa à mão do pescador quando este atira, aberta, na água.
Na base inferior, disposto em círculos, se enfileiram pequenos pedaços de chumbo em distâncias iguais. Medindo cerca de 6 metros de altura, por 10 a 40 de circunferência pesa a tarrafa de 6 a 8 quilos.
Confeccionada com fios de algodão os de tucum, as suas malhas são distanciadas de 3 centímetros de nó a nó.
Por ser curiosa a descrição da (") existe também os "pombeiros" que são os grandes negociantes intermediários dos pescadores e dos peixeiros. Excluindo este "pombeiro" existe outro tipo o qual compra por preço baixo dos pescadores e vende por preços exorbitantes no mercado.
Quanto a vida econômica e social o pescador vive uma mísera vida. Para termos uma idéia só por cima, o pescador e sua família vivem subnutridos, analfabetos, morando em barracos de pau trançado emendados um a um com barro, constantemente atacados por malária.
A tarrafa no sul é geralmente para a pesca da tainha.
(") tarrafa feita por frei Domingos Vieira, em seu "Grande Dicionário Português" (5.º volume Porto, 1874), passamos aqui a transcrevê-la: "Rede com que pesca um homem só; é redonda, com pesos à borda, lançase de pancadas e cai aberta; tem no centro uma corda por onde se tira e sai fechada com o peixe dentro".
O homem que a maneja é de baixa condição, lutando pelo seu sustento e de sua família joga a rede de barracos, canoas ou das margens do rio sabendo que no fim do dia seria mais uma vez oprimido pelas condições econômicas.
Na região nordestina vive o pescador a mercê dos arrendatários dos terrenos de marinha. Fora este meio (")
FOTO LEGENDA- O pescador de Tarrafa
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