O prestígio mundial de Marlos Nobre, 50 anos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de dezembro de 1988
Apesar dos muitos problemas que enfrenta na presidência da Fundação Cultural do Distrito Federal, o maestro Marlos Nobre não deixa de lado o seu lado de compositor, hoje dos mais conhecidos internacionalmente.
O ano de 1989 vai marcar o seu cinquentenário - pernambucano de Recife, nasceu em 18 de fevereiro de 1939 - e já estão se organizando na Europa e Estados Unidos uma série de apresentações de suas obras em Festivais, concertos sinfônicos, palestras, lançamentos de discos com novas gravações de suas composições, assim como encomendas de novas obras.
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Por exemplo, o décimo quinto Festival Internacional de Música Contemporânea de Bolzano, Itália, encomendou a Marlos Nobre uma obra para ser estreada em novembro de 1989, em comemoração ao seu cinquentenário: "Quatro Danças Latinoamericanas" para orquestra de câmara. Além do concerto, a obra será gravada pela RAI-Rádio Difusão Italiana e lançada em disco na Europa.
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A Orquestra de Câmara de Neuchâtel, Suiça, encomendou a Marlos, também por motivo de seus 50 anos, um novo "Concerto para Trompeta e orquestra de cordas", para ser estreada pelo trompetista francês Guy Touvron e a Orquestra de Neuchâtel, regida pelo próprio compositor. A obra será gravada pela Rádio Suisse Romande e apresentada em uma série de concertos na Suiça e na França no próximo ano.
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Para a Orquestra Brasileira de Violões, dirigida por Turíbio Santos, Marlos acaba de escrever a peça "Fandango" em três partes: "Introdução ao fogo", "Cantilena do ar" e "Dança Ritual da Água". A peça será estreada pela Orquestra em Londres, em abril de 1989, seguindo-se apresentações em outras cidades européias.
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Para o "Duo Contemporain" de Rotterdam, Holanda, Marlos Nobre escreveu por encomenda o Duo "Círculos Mágicos" para clarinete baixo e percussão. A peça será apresentada em tournée européia do Duo, em 1989, dentro das manifestações do cinquentenário do compositor.
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O duo Artefact Ensemble de Montreal, Canadá, encomendou um Duo para guitarra e percussão. Já EMI-Pathé Marconi de Paris, acaba de lançar um disco integralmente dedicado a Marlos, com suas obras "Rhytmetron", "Sonancias I e III" e "Variações Rítmicas", gravadas na Suiça pelo Ensemble à Percussion de Geneve.
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O Ministério da Cultura de Cuba convidou Marlos para o IV Festival de Música Electro-acústica (Varadero, maio/89). E agora, terminado seu período na presidência do Conselho Internacional de Música da Unesco (1986/87), Marlos foi eleito como representante brasileiro, membro do Comitê Executivo naquele organismo internacional para o período 1988/91. Marlos também foi nomeado para o Comitê Executivo e Cultural da Exposição Universal Sevilla 92, do Conselho da Europa, que ocorrerá de abril a novembro de 1992 sobre o tema "América-Europa: encontro de culturas".
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E não ficam por aí as distinções internacionais ao compositor brasileiro: o diretor do "Arthur Rubinstein Intenacional Piano Master Competition", Jan Bistritzky convidou Nobre a participar do júri internacional deste célebre concurso (17 de março a 12 de abril de 1989, Israel). Entre as obras executadas no concurso estarão a "Homenagem a Rubinstein" e o "Tango", ambas de Marlos.
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O "Desafio III para violino e cordas" de Marlos, executado pela Orchestre de Lancy-Genève, em Montreaux, em 30 de outubro último, tendo como solista Roberto Sawicki "inflamou o fervor da orquestra e do solista com sua rítimica vibrante" segundo o crítico do "Jornal de Vevey Riviera". Outro crítico, Jean Cosseto, de "L'Est Vaudois", após qualificar Marlos como o mais importante compositor brasileiro atual, afirma que "após ouvir o Desafio sua reputação cresceu. A obra para violino e cordas, robusta e viva, respira saúde, o violino solo de Roberto Sawicki, após uma introdução à maneira de um capricho de Paganini, ataca um discurso vivo e denso, mas elegiático na parte central, com grande autoridade".
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"In Memorian", outra das obras conhecidas de Marlos, inaugurou o concerto de abertura do congresso "Por la Música en las Americas", realizado no Teatro Colón de Buenos Aires, com a Orquestra Filarmônica de Buenos Aires no dia 11 de setembro.
A pedido da sra. Danielle Miterrand, primeira-dama da França, Marlos escreveu uma obra intitulada "França Liberdade" para 4 tenores, especialmente para a "France-Libertés-Fondation Danielle Mitterand" em defesa dos direitos do homem e da liberdade.
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Por ocasião de seu recente concerto em Londres com a St. John's Smith Square Orchestra, cujo patrono é Yehudi Menuhin, Marlos foi capa da centenária revista londrina "Musical Opinion", que qualificou-o como o compositor mais importante do Brasil. Os críticos londrinos Denby Richards ("Musical Opinion") e Robert Matthew-Walker ("Music and Musicians International") dedicaram páginas inteiras ao concerto.
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