O retorno de Edla Van Steen
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 31 de maio de 1988
Embora tenha alguns parentes em Curitiba - inclusive uma irmã, há anos que Edla Van Steen não é vista na cidade. É verdade que ela também tem estado muito ocupada, inclusive tendo passado uma longa temporada na França, com seu marido, o ensaísta de teatro Sábato Magaldi, ex-secretário da Cultura de São Paulo e respeitado como o maior scholar da crítica teatral brasileira. O casal estará na cidade no dia 9, para a dupla palestra no Seminário de Literatura: Sábato falando sobre "O texto teatral" e Edla abordando as "Dificuldades editoriais na ficção brasileira".
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Catarinense de Florianópolis, 52 anos, Edla viveu alguns anos em Curitiba. Mulher bela e inteligente, chegou a fazer, rapidamente, jornalismo nas páginas de "O Estado do Paraná", quando este foi fundado em 1951. Interessada por teatro, conheceu o então estreante diretor Walter Khouri, um cineasta sempre de tremendo olho profissional para belas loiras que a convidou para um dos papéis importantes de "A Garganta do Diabo", quarto longa de WHK, rodado em Foz do Iguaçu.
Seria em São Paulo, entretanto, que Edla desenvolveria sua carreira de escritora - a partir do primeiro livro de contos ("Cio", 1965, Von Schmidt editor), com obras distribuídas entre romances, dois volumes de entrevistas literárias ("Viver e Escrever", 1981/82), novela juvenil "Amante de Nuvem", teatro ("O Último Encontro"), ainda inédita, traduções e adaptações. Organizou várias antologias (como a sofisticada "O Papel do Amor", 1979) e coleções, adquirindo intimidade com os problemas editoriais para a ficção no Brasil - tema de sua palestra que deverá ser uma das mais práticas do seminário - além de ter um público extra: antigos amigos e colegas dos anos 50, que há três décadas não a vêem pessoalmente.
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