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Aramis

Observatório

Para os gastrônomos: inaugurado na Avenida João Gualberto, próximo ao Hospital São Lucas, o primeiro restaurante especializado em cozinha afro-brasileira. O proprietário contratou um mestre-cuca baiano, que, para evitar baixo astral no casarão (já que o imóvel onde funciona, já foi sede de muitas experiências desde o falido "Senhor Clube" até um escritório de arquitetura", antes de pensar nos ingredientes da cozinha, fez um bom trabalho de candomblé, para garantir o sucesso do novo restaurante. O bom relacionamento de relações públicas da casa, Glauco Sousa Lobo, tem condições de levar para o novo endereço uma clientela-notícia. O ator Ariel Coelho estreou como diretor montando "O Despertar da Primavera", de Franck Wedekind, que estará em cartaz até domingo no Guairinha. Amanhã, contando com bom público - apesar das várias opções cinematográficas e o show dos Caymmi no Guairão - Ariel programou duas sessões. Escrita em 1898, esta peça de Wedekind "mantém impressionante atualidade" segundo garante Coelho, que obteve de seu amigo, Luís Martins Correa, os direitos de encená-la no Paraná. Martins Correa fez a adaptação do texto, "sem tirar a sua poesia e contemporaneidade". Na montagem de Ariel (que fez o "Drácula", na peça de Edy Franciosi) atuam Enéas Lour, Fátima Ortiz, Paulo Maia, Fernando Marés, Cléo Busato, Claudete Pereira e Alexandre Kreis. Danilo Caymmi, o filho caçula de Dorival-Stela Maris Caymmi - que ao lado de seus irmãos, Dori e Nana, fará uma única apresentação amanhã, às 21 horas, no Teatro Guaíra, não é apenas um dos flautistas mais requisitados para gravações atualmente. Pianista, violonista e cantor, tem tantas composições que após fazer o lp independente "Cheiro Verde", que vendeu o suficiente para financiar o segundo, ainda está tendo músicas gravadas por outros autores. E com Hermínio Bello de Carvalho, que dirige "Nana, Dori e Danilo Caymmi em Concerto" - em sua única apresentação este ano (ingressos a partir de Cr$ 50,00), fez uma nova música: "Rama de Nuvens", que, publicamente, terá aqui a sua primeira apresentação. Falando sobre sua faceta de compositor, Danilo diz: "Espetáculo de que participo e que não tenha "Saveiros" e "O Cantador" deixam de mostrar uma face a que o público se afeiçoou. Mas vou cantar no Guaíra uma música que mexe muito comigo, o "Alegre Menina", feita com Jorge Amado. Também o "Evangelho", feito em parceria com Paulo Cesar Pinheiro, além de "Porto", que fiz para a novela "Gabriela". xxx Ainda falando sobre sua música, diz Danilo: "Sempre que a gente pode cantar junto, há aquele problema de repertório. É difícil que o público não peça "Casaco Marrom", consagrado pela Evinha, ou o "Andança" que voltou a toda agora, no último disco de Beth Carvalho. Mas não quero nunca deixar de mostrar as coisas novas que fiz, como "Pé Sem Cabeça", que a Nana gravou: ou, simplesmente, o "Codajas", que é uma homenagem ao Tom, pois Codajás é o nome da rua onde ele morava. Particularmente, estou cada vez mais exigente com a minha participação de música: isso o Tom (Antônio Carlos Jobim), que foi meu grande incentivador, me cobra sempre; antes de flautista, existe um compositor. E é esse que faço questão de mostrar no nosso espetáculo no Guaíra". Petruchka", balé com música de Stravinski, que o Balé Guaíra apresentou há 2 semanas, terá hoje uma encenação especial para os rotarianos. Muitos interessados que não puderam ver, quando da temporada, estarão presentes. O espetáculo, direção de Carlos Triencheiras, mereceu amplos elogios, inclusive de Suzana Braga, critica de dança do "Jornal do Brasil", que aliás vem acompanhando o trabalho do grupo da FTG há alguns anos. Edu Lobo, compositor e arranjador, chega hoje à tarde, especialmente para assistir o espetáculo e, depois trocar idéias com Triencheiras, sobre o projeto de um bailado exclusivamente com temas brasileiros. Mas o que só poderá acontecer no segundo semestre, pois nos próximos meses, "Petruchka" será levado a várias capitais brasileiras, a exemplo do que aconteceu com "Giselle", encenado há 2 anos, com Ana Maria Botafogo (que vai representar o Brasil no concurso internacional de dança, em Tóquio) no papel-título. Os cenários de "Giselle" foram criados por Maurício Távora, então superintendente da Fundação Teatro Guaíra, e que além de dono de um bom texto, grande experiência como ator-diretor (o que mostra na revista-comédia em cartaz no minúsculo Teatro de Bolso), também tem habilidades para o desenho e cenografia.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Tablóide
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18/04/1980

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