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Observatório

OSWALDO MIRANDA - O Miram - o mais publicado dos cartunista publicitários do Paraná, acaba de ter mais um reconhecimento do valor de seu trabalho: já está nas lojas, há 3 semanas, o lp << O Homem da Terra >>, com Luiz Gonzaga, para o qual Miran criou não só a capa, mas 4 desenhos de contracapa. Luiz Gonzaga, 68 anos, 50 de vidas artística, gravou um dos jungles da Bamerindus, quando seu produtor, Luiz Bandeira, aproximou-se da Umuarama Propaganda. Os trabalhos de Mirandinha agradaram bastante e o convite para produzir a arte do novo lp, justamente com o título da campanha bolada por Eloy Zanetti - << o homem da terra >>, foi escolhida para dar título ao novo lp do << Lua >> - um dos intérpretes- compositores brasileiros com maior prestígio nacional, atingindo há décadas as mais diversas camadas sociais. Há 7 anos, depois da Concha Acústica da Praça Afonso Botelho ter sido inaugurada, Luiz Gonzaga ali se apresentou com patrocínio das Lojas Universal. Apesar do frio, mais de 3 mil pessoas correram à área - num recorde até hoje não superado. Com relação ao repertório selecionado para << O Homem da Terra >>, com maior prestígio o release da RCA acertou: << mais do que um trabalho puramente musical, o produtor Luiz Bandeira nos proporciona ao mesmo tempo um profundo mergulho na realidade brasileira, de modo geral, e em especial na tão discutida e fascinante cultura do nosso Nordeste. Uma das faixas mais interessantes é << Cego Aderaldo >>, de João Silva e Pedro Maranguape, cuja letra lembra o legendário repentista e seu já folclórico duelo com Zé Pretinho do Tucum (piaui), celebrizada no mote decisivo: << Quem a paca cara compra, cara a paca pagará"". A inclusão desta música, na voz de Luiz Gonzaga, lembra o centenário do nascimento de Cego Aderaldo, que forma com Lampião e o Padre Cícero a triologia básica da memória regional nordestina. APESAR da intensidade do calendário de artes plásticas em Curitiba, raramente a revista << Veja >> dedica algumas linhas em sua secção de artes plásticas às mostras aqui realizadas. Por isso não deixa de merecer destaque a generosa notícia de uma coluna e meia da II Mostra de desenho Brasileiro, promovido pela Coordenadoria do Patrimônio Artístico, inauguração nos próximos dias no hall do Teatro Guaíra. Assinada pelas inicias C.X.M., o registro de << Veja >> destaque que o << o nível de qualidade dessa mostra é mantido com um expediente simples. Os artistas dos outros Estados são convidados, os paranaenses passam por um júri e, no final, todos os escolhidos concorrem a quinze prêmios aquisitivos de Cr$ 25 mil cada um. Aliás este ano, a premiação reafirma a necessidade de mais exposições incluindo artistas fora do eixo Rio-São Paulo. Muitas vezes, nas grandes cidades, é ainda mais forte o maneirismo e a repetição de técnicas já consagradas pelo modismo. O trabalho mais interessante é de um pernambucano, José de Barros, que sem artifícios registra suas impressões realistas de uma exuberante vegetação, em << Raízes Amazônicas >>. Mas Bia Wouk, exatamente no pólo oposto, com um excesso de efeitos técnicos, mostra o domínio requintado de seus recursos: são imagens refletidas em vitrinas e que se mistura num novo conjunto. >> COM o fechamento do Bar Flórida, na Rua 15 de Novembro, defronte a Praça Santos Andrade, desaparece um dos últimos remanescentes deste tipo de estabelecimentos. O crescimento da cidade e a valorização dos << pontos >> centrais expulsaram os bares de aperitivos - com a demolição dos antigos prédios ou sua aquisição por bancos, lojas, etc. O Flórida, que teve entre seus vários proprietários o hoje deputado Erondy Silvério, quando ainda jovem e começava a lutar pela vida (hoje tem uma das maiores fortunas do Estado), é um estabelecimento que, bem pesquisado, motivaria uma deliciosa crônica. Capitulo de um grande estudo a espera de ser feito sobre a transformação do comércio da Rua 15 de Novembro e vias paralelas - cada vez mais despovoada de pontos de encontros. Como os outros inquilinos do prédio onde o Bar Flórida funcionou por anos também já sairam, é de se imaginar que o prédio de 3 andares deverá ser demolido ou reformado. Falando em imóveis, uma correção: foi Cr$ 8 milhões que a Imobiliária 2001 pagou ao general Breno Pernetta pelo centenário casarão na Rua Emiliano Perneta, ao lado da Iguaçu-Emiliano, já totalmente demolido. E onde já começa a se erguer mais um << espigão >>. RITA Eliana, ex-cantora lírica e popular, que no final dos anos 50 estudou em Viena e, posteriormente, apresentou os primeiros programas musicais ao vivo, na TV Paranaense, está novamente na Europa. Só que agora foi como pintora, após uma série de individuais no Paraná. Atualmente mostra seus quadros, de cores fortes e realistas, no << De Burcht >>, galeria que faz parte do centro cultural Sparrendam, em Amesterdã, Holanda. Posteriormente Rita e seu marido, o fotógrafo austríaco João Schreiber, deverão se fixar na Áustria, sem planos de retorno ao Brasil. Nos últimos anos o casal fez diversas tentativas no Paraná - desde a realização de filmes em 16mm (como um documentário sobre Vila Velha) até atividades agrícolas, mas, desanimados por sucessivos problemas, decidiram retornar à Europa. Onde, ao menos Rita vem encontrando boa acolhida com seus quadros. NO último fim-de-semana, a publicação de nosso comentário a propósito da importância do filme << Em Louvor à Mulher madura >> fez com que algumas centenas de apreciadores de bom cinema, que há anos não se encorajavam a entrar na cinqüentenária sala - hoje com uma programação de baixo nível e vivendo seus últimos meses, o procurassem. E como muitos não puderam ver o belo filme do húngaro George Kaxzender, eis a boa notícia que João Araceski, executivo da Fama, passa: tão logo << Emmannuelle, A Verdadeira >> (que continuará mais uma semana em exibição no Bristol) deixe aquele cinema, << In Praise of Older Womwn >> será reprisado no antigo Cine Marabá. Dando oportunidade a que muitos possam conhecer um filme inteligente, com erotismo de bom gosto e que revela dum novo ator - Ton Berenger - ao lado de 3 belas atrizes: Susan Strassberg, Karen Black e Alexandra Stewart. O propósito: o lançamento de << Em Louvor à Mulher Madura >> no Avenida foi imposição de Alberto Salem, diretor da Warner Brothers no Brasil, que se entusiasmou com a renda feita no Windsor, em São Paulo (um << poeira >> na mesma linha) e não aceito as ponderações de Aracheski, que desejava exibi-lo no Rívoli. De cinema, ainda: Jaime Tavares, braço direito da Fama em Curitiba, deixou ontem suas funções. Uma irrecusável proposta o leva a novas funções em Brasília. FOTO LEGENDA- Luiz Gonzaga O Homem da Terra.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
18/06/1980

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