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Aramis

Observatório

Por várias vezes Curitiba foi notícia na imprensa nacional pela resistência de grupos integralistas locais. Mas os remanescentes - que nesta época de abertura também se tentar reestruturar, inclusive em reuniões públicas - por certo não sabem que um dos líderes integralistas dos anos 30, aqui sepultado, foi totalmente esquecido. No Cemitério Municipal, um túmulo abandonado há anos, com uma enferrujada placa de nº 16.702, entre os lotes 50.702 e 52.963, traz um aviso da administração conclamando "os responsáveis a procurarem a divisão de cemitérios". No antigo túmulo, sobre o nome de um dos homens ali sepultados, João Cabral Valle (22-5-1887 - 10-12-1935) está a saudação dos seguidores de Plínio Salgado: "Anauê"! Ao inolvidável companheiro de Luta das saudades imorredouras dos Camisas Verdes do Paraná". O túmulo data do século passado, pois entre as inscrições dos que ali tiveram seus restos mortais depositados, famílias Valle e Cabral, há inscrições de quase 100 anos. Uma boa notícia para os fãs de Mercedes Sosa, uma voz das mais importantes de nosso Continente. O Guaíra conseguiu, após muitas horas de argumentação, fazer o intermediário do empresário [Marcos] Lázaro a dar algumas opções mais acessíveis de preços para o único recital de Mercedes Sosa, dia 8, no grande auditório. Assim, só as poltronas centrais da platéia custarão Cr$ 800,00 (muitas já foram vendidas). As laterais ficarão a Cr$ 500,00. No primeiro balcão, as poltronas laterais serão a Cr$ 200,00 e no 2º balcão a Cr$ 300,00 e para estudantes apenas Cr$ 150,00. Ou seja, aumentam as chances de se aplaudir a voz de Mercedes que, como tão bem definiu o inteligente Arthur da Távola "tanto traz o lamento perdido do poeta que canta sozinho a dor dos seus impasses, quando se alegra na festa esperançosa da mulher feita fêmea para o encontro do amor. É uma voz que se torna aguda diante da violência e desce a níveis dramáticos, diante das crianças famintas, ou ganha a coloratura da revolta diante da dificuldade de nossa América Latina, de emergir como um continente independente e com verdades próprias a trocar com os outros povos do mundo. A voz de Mercedes - linda como Mercedes de rosto sem artifícios - tem a força do que não vive de efeitos eletrônicos e só se fortalece no ato do canto acompanhado em silêncio, participante pelos que com ela se comovem."
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Tablóide
6
02/04/1980

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