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Aramis

A Orquestra Mahavishnu

Orchestra se dissolverá para dar lugar a uma nova e melhor forma de expressão do "espirito". Mclaughlin fez tournée, no início de maio/74, com sua nova banda de 11 elementos, denominada simplesmente de Orchestra Mahavishnu. "Eu não desejo chamá-la de Mahavishnu II - disse ele pois realmente, esta é a verdadeira Orquestra Mahavishnu". Ele tem uma maneira desconcertante de dizer essas coisas. De fato, só a sua presença já é desconcertante. Já foi chamado de fanático religioso. Muitos membros da antiga banda o descreveram como alguém de personalidade marcante, com um poder de liderança tão forte que não dava oportunidade aos outros de se expressarem. Inegavelmente, é um músico Mahavishnu John McLaughlin em jeans, blusão branco, encontra-se nos escritórios de seu empresário - Nat Weiss. Os raios de sol atravessam a janela, e, fora, na 57a Avenida, palpitava uma atividade nervosa. "Tivemos noites fabulosas quando juntos, e executamos músicas inacreditáveis" disse ele, referindo-se à antiga banda - a Mahavishnu Orchestra. "Foi uma grande época. Mas o que acontece, é que foi uma grande época. Para que uma nova tome lugar, é necessário que a antiga desapareça. Coisas da vida. Todos nós morreremos, você e eu e todos que aqui vivem", gesticulou mostrando Manhatan. "A única razão de nossa morte é que há muitas outras vidas para virem, melhores vidas. Futuramente, o atual estilo da que sabe o que deseja de uma banda e mantém o sentido de seu próprio valor. Em sua conversa, ele não fala a respostas fáceis. Como ele próprio admite, encontra-se no verdadeiro Caminho, mas isto não significa que tenha atingido o Nirvana. A dissolução da Orchestra Mahavishnu aparentemente deixou alguns músicos descontentes. Uma das queixas mais freqüentes era que Mclaughlin e sua musica dominavam o grupo. "Eu não concordo que seja verdade", retruca o guitarrista. "Por exemplo, na 1a e 2a noite em que a banda tocou junta, executamos uma composição de Billy Cohram (bateria). E Billy disse: "Nós não estamos aqui para fazer isto" e retirou sua composição. Eu lhe disse: "Quando você se sentir bem fazendo isto, nos o faremos". Com o passar do tempo estivemos ocupados trabalhando muito e, pouco a pouco, ele começou a pensar em criar algo de seu". "Por fim, todos criavam suas composições, e, no verão passado, quando gravamos um disco na Inglaterra, fizemos uma coletânea de todos (exceto de Billy que nunca se havia aventurado e estava trabalhando em seu segundo disco naquela época). Eu gostaria de lançar o disco (e ainda espero lancá-lo algum dia), porque é lindo, porém os outros quatro não o desejavam". "De toda a forma, no concerto gravado ao vivo ("Entre o Nada e a Eternidade"), colhemos material de todos (exceto de Billy). Muitos trechos apresentavam problemas de entonação e a sincronia não era boa. Na minha humilde opinião, o único material válido a ser gravado se encontrava naquele disco". "Então o grupo se dissolveu. Como? Eu tive que programar a separação, pois não se pode dizer simplesmente... acabou... . Era basicamente meu grupo. Queria que todos tivessem tempo suficiente, sem restrições, para que se ocupassem como quisessem. Todos foram avisados com três meses de antecedência, que no fim do ano, a banda se dissolveria". "Eu na realidade, poderia ter saído com sucesso, há muito tempo. Para mim, o volume da banda estava tornando-se opressivo. Começamos como uma banda simples e calma e acabamos por nos desviar do objetivo inicial ou seja: tocarmos música e nos sentirmos felizes. Carlos (Santana) e eu, recentemente nos apresentamos em três concertos tocando guitarras acústicas, estou absolutamente convencido de que volume não eqüivale á intensidade. Não acho que as pessoas sejam atraídas aos concertos para ouvir o volume e sim sentir a intensidade". "A nova banda é um ponto de partida. Jean-Luc Ponty francês, violinista de jazz, toca violinos elétricos e barítonos. A ala rítmica é JOVEM : na bateria: Michael Walden, 21 anos, que executa um som muito mais apurado e suave que Billy Cohram. No contrabaixo, está Ralphe Armstrong & 17 anos a, de Detroit, que toca também o baixo Fender). Gayle Moran no teclado e nos vocais. Eu amo a voz. Acredito ser o instrumento
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
14
06/03/1975

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