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Aramis

Os discos da Continental

TRIO IRAKITAN Pode-se dizer que o Trio Irakitan acompanhou e atravessou quase todas as fases de renovação da moderna música popular brasileira. Formado em 1950, por João Costa Netto, Paulo Gilvan e Edson França, eles se preocupam desde o início em pesquisar a nossa mais pura música regionalística (baião, frevos, etc) alastrando-se até o nosso samba propriamente dito, na sua faceirice e musicalidade de então. Com a morte inesperada de Edinho, uma dura fase seguiu-se. Gilvan e João da Costa Netto, um tanto desnorteados com a perda do companheiro, partiram então para aventuras isoladas. Somente com a entrada de Antonio III (Tony) em 67 é que o trio ressurgiu com nova força, partindo para novas pesquisas de nossos ritmos. Sentindo o balanço do [carimibó], ritmo nascido no Caribe, que começou a infiltrar-se no Brasil, o trio resolveu gravar pela Continental um LP "Carimbó - O Balanço da Selva", disco que volta a colocar em destaque este excelente trio. MARTINHA Quando em 1967 estava no auge a geração "Jovem Guarda", surgiu Martinha, a mineirinha que veio para ficar. Roberto Carlos, ouviu algumas canções suas e convidou-a então para seu programa. Logo, uma grande [intérprete] e compositora se revelaria, para o Brasil e para o mundo. Sua carreira foi surpreendente. Em 67 mesmo ela faria sucesso, com "Eu Te Amo Mesmo Assim", [música] que lhe abriu caminhos para o primeiro Roquete Pinto. "Eu Daria Minha Vida", foi o seu segundo sucesso e a colocaria numa sólida e definida posição em nossa música jovem, enquanto suas composições atravessavam fronteiras. Em 71, ela recebeu da revista "Record World" um prêmio como "a melhor cantora e compositora da América Latina", e em 72 o "Disco de Ouro" por recordes em vendagem na Venezuela. No início deste ano, Martinha assinou com a Continental e sai com seu primeiro álbum "Como Antigamente". A nostalgia, coqueluxe do momento, não poderia deixar de estar presente, começando pela faixa que dá nome ao LP, tendo continuidade em "Sebastiana da Silva". O clássico de Romulo Paes que ela interpreta acompanhada por refinadíssimo arranjo. "Erros e Defeitos", "Minha Casa", "Eu Era Você" e "Elementar" em que ela faz parceria com Milton Carlos são as mais representativas desta nova fase da artista e as mais fortes candidatas ao sucesso. No geral Martinha, reaparece com um LP de muita sofisticação e acentuado pelo bom gosto. NOVOS BAIANOS Os "Novos Baianos", apareceram em São Paulo por volta de 1969 quando então, o grupo era formado por Galvão, Moraes, Paulinho Boca de Cantor e Baby Consuelo. Com o tempo, gravando e fazendo shows por todo o Brasil o grupo firmou-se como uma nova força musical, dedicando-se a uma música aberta, sem pretensões, utilizando-se de instrumentos simples como o cavaquinho, bandolins e [triângulos], pesquisando as mais profundas raízes da MPB. Sobre seu novo álbum, Galvão é quem fala: "É uma virada, uma explosão... parece mais com a gente quando saímos da Bahia antes de gravar "Acabou Chorare". As músicas são quase todas de autoria de Moraes, Pepeu e Galvão, os principais compositores do grupo. Apenas Isabel (Bebel) e de João Gilberto. Do lado A, eles gravaram "Fala tamborim", "Ladeira da praça", "Eu sou o caso deles", "miragem", "Izabel". Do lado B, "Linguagem do Alunte", "ao poeta", "Reis da bola" e "Bolado". WILSON MIRANDA Partir decisivamente para a música [romântica] talvez tenha sido para Wilson uma das mais importantes decisões em sua carreira. Ele que já demonstrou sua versatilidade como intérprete, cantando jazz (no início) e inclusive brilhando na [época] da bossa nova (sucesso com "Minha namorada", 1967), parece ter encontrado de algum tempo para cá o caminho certo para o sucesso. Na Continental onde grava e produz outros artistas, Wilson ressurge com novo LP "Wilson Miranda e os Sucessos (Vol. 2)", com músicas conhecidas que ele consegue reestruturar e dar um colorido todo especial com sua interpretação. Para o LP, Wilson selecionou: 'Manhãs de setembro", "Eu quero", "me and you", "Tu és minha vida".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
12
12/09/1974

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