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Aramis

Os filmes que mais renderam no Brasil. E nasce um astro: Gere

Afinal quais os filmes que mais renderam no Brasil nos últimos meses? Uma lista relativamente insuspeita é a que está com << Variety >>, desde 1907 a mais completa publicação no mundo dos espetáculos. Em sua quinta edição dedicada ao que chama << Latin American entertainment >> (data de capa de 19 de março último), relaciona na página 75, o quadro dos 20 filmes que alcançaram maiores bilheterias até 31 de junho do ano passado. Dez são produções nacionais - e três da série Trapalhões e duas fitas de Mazaroppi. Não é, portanto, sem razão que Renato Aragão comprou uma mansão de Jorge Tuinle, por Cr$ 40 milhões e contratou Terence Hill, consagrado pela série << Trinity >>, para dividir o elenco de seu próximo filme, que terá mercado internacional (cabendo ao ator italiano 7% das bilheteria ou vendas a preço fixo no mercado internacional). Eis, pela ordem, os 20 filmes de maior bilheteria no Brasil até o primeiro semestre do ano passado incluindo-se também o número de entradas vendidas. (O levantamento de julho/79/junho/80 ainda não pode, obviamente, ser completado) << Tubarão >> (Jaws) - 71 milhões (12.620.000 ingressos vendidos); << Dona Flor e Seus Dois Maridos >> - Cr$ 88 milhões (9.706.000 ingressos); << King Kong >> - Cr$ 81 milhões (6.939.000); << A Dama do Lotação >> - Cr$ 82 milhões (5.750.000); << Os Embalos de Sábado à Noite >>- Cr$ 88 milhões (5.626.000); << O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão >> - Cr$ 63 milhões (5.455.000); << Grease/Nos Tempos da Brilhantina >> - Cr$ 94 milhões (5.112.000); Os trapalhões no Planalto dos Macacos >> - Cr$ 38 milhões (4.340.000); << Lucio Flavio, O Passageiro da Agonia >> - Cr$ 59 milhões (4.209.000); << Guerra nas Estrelas >> - Cr$ 52 milhões (3.968.000); << Superman/O Filme >> - Cr$ 79 milhões (3.919.000); << Os Trapalhões na Guerra dos Planetas >> - Cr$ 65 milhões (3.773.000); << Orca, A Baleia Assassina >> - Cr$ 45 milhões (3.630.000); << Tubarão II >> - Cr$ 67 milhões (3.510.000); << Encontros Imediatos do Terceiro Grau >> - Cr$ 49 milhões (3.424.000); << Jeca, Um Fofoqueiro no Céu >> - Cr$ 31 milhões (3.097.000); << Gomboio >> - Cr$ 54 milhões (3.002.000); << Jeca e Seu Filho Preto >> - Cr$ 35 milhões (2.597.000); << Amada Amante >> - Cr$ 38 milhões (2.402.000) e << O Bem Dotado, O Homem de Itu >> - Cr$ 31 milhões (2.077.000) *** a relação apresenta algumas diferenças: filmes de maior renda visto por menor número de espectadores. A explicação é a oscilação nos preços dos ingressos , de forma que se o maior êxito de público - << Tubarão >> (primeira parte), vista por quase 13 milhões de espectadores rendeu menos que << Nos Tempos da Brilhantina >> (Grease >> - Cr$ 94 milhões, 5.112.000 espectadores é que o filme de Steven Spielberg foi lançado há 3 anos, enquanto o musical com John Travolta chegou depois, quando os ingressos já estavam mais caros. *** Olhando-se a relação dos << campeões de bilheteria >> confirma-se que realmente o sistema de massificação publicitária funciona. Só assim produções como << Tubarão >> (duas partes), << King Kong >>, << Grease >>, << Saturday Night Fever >>, << Orca >>, << Stars Wars >> e << Superman >> podem alcançar as fantásticas bilheterias. Já a presença de 10 filmes nacionais entre os de maior bilheteria destrói os argumentos fascistóides de pseudocineastas e << defensores >> (sic) de nosso cinema (na verdade apenas defensores de interesses pessoais), que vivem insistindo em acusar exibidores e distribuidores. Está provado de que os filmes mas quando conquistam o público ocupam o espaço que merecem. Ou seja, se houvesse a << sabotagem >> que tanto alguns mediocres alardeiam, para defender seus interesses, filmes como << Lucio Flávio >>, de Hector Barbenco ou << Dona Flor >>, de Bruno Barreto (e que terá uma segunda parte, ainda não iniciada, mas que o produtor Luiz Carlos Barreto já está vendendo internacionalmente) não teriam faturado Cr$ 88 e Cr$ 59 milhões, respectivamente. *** Os produtores diretores de filmes nacionais continuam a não dar a mínima atenção para os lançamentos de seus filmes nos Estados. Por exemplo, o interessante << Noite Sem Homem >>, que Reanto Newmann realizou inspirado em texto de Origines Lessa, com Itala Nandi e Ítalo Rossi, liberado após muito tempo, estreou no condor, sem qualquer promoção especial. Em compensação, a CIC - que representa a Universal, MGM e Paramount fora dos EUA/Canadá, cerca do maior cuidado as estréias de seus filmes de maiores possibilidades. Há 90 dias, trouxe o consagrado diretor Robert Wise ao Brasil, para a estréia de << Jornada nas Estrelas. Agora é Richard Gere, quem está no Rio, para ajudar a promoção de << American Gigolô >>, que estréia dentro de um mês - junto de outro de seus filmes, << Yankees>, de John Schelessinger. *** Richard Gere, 30 anos, nascido na Filadéfia, mas criado em Nova Iorque, é o exemplo de ator-revelação: em apenas dois anos fez cinco importantes filmes e para vir ao Brasil, onde chegou há 2 semanas (permanecendo este tempo em lua-de-mel com uma namorada brasileira, Silvia Martins, numa fazenda no Sul), interrompeu sua carreira em << Bent >>, peça de Martin Sherman, que estreou em 2 de dezembro do ano passado, no New Apollo Theatre, na Broadway, com os maiores elogios críticos. Sua presença entre nós - que terá a maior badalação promocional a partir desta semana, ajudará a CIC no lançamento de duas produções: Os Ianques Estão Chegando >> (Yankes), da Universal e << Gigolô Americano >> (Paramount). << American Gigolô >>, de Paul Scheader (o roteirista de << Taxi Driver >> e diretor de << Vivendo na Corda Bamba/Blue Collar >>, excelente filme sobre sindicalismo que ficou apenas 2 dias em exibição no Cinema 1, no mês passado, é a história de Julian Kay (Bent), desejada figura principal da prostituição masculina californiana, cujos honorários são altíssimos e que se vê, derepente, envolvido em um assassinato. Contracena com Laurem Hutton, uma das modelos mais bem pagas da América. Inicialmente, o papel estava previsto para John Travolta - mas problemas pessoais levaram o astro de << Os Embalos de Sábado à Noite >> desistir. Depois de fazer 3 peças na University of Massachusetts (67/68) e sei com o Provincetwn Playhouse (1969) e mais outra com o Seatle Reptory Theatre (1970), Gere estreou na Broadway, com << Soon >>, em 71, onde além de co-autor (com Peter Allen), tocava baixo e guitarra. No mesmo ano fez << Richard Farina: A Long Time Coming and a Long Time Gone >> (Teatro Fortune) e, em 73, substituiu Barry Bostwich em << Grease >>, peças onde John Travolta também atuou. Na Broadway, fez mais 7 peças elogiadíssimas - especialmente << Killer`s Head >>, << Sonho de Uma Noite de Verão >> e a recente << bent >>. No cinema após uma ponta em << Á Procura de Mr. Goodbar >> (Looking For Mr. Goodbar, 77, de Richard Brooks), Terence Mallik entregou-lhe o papel central do excelente << Cinzas no Paraíso >> (Days of Heaven, 78), visto no mês passado no Condor. Fez depois << Irmãos de sangue >> (Blood Brothers), para a Warner - ainda inédito no Brasil, e << Yanks >> e << American Gigolô >>, suficientes para o transformarem no novo superstar. Boa pinta ((<< good looking >> como dizem os americanos), talentos e muita promoção , o incluem na galeria de atores-chamarizes, na renovação constante - e necessário - da indústria cinematográfica americana. FOTO LEGENDA - Richard Gere: o galã americano dos anos 80.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
22/06/1980

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