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Aramis

"Pai Patrão", filme premiado em Cannes

Nesta Semana da Pátria, duas das melhores estréias do ano: o há muito aguardado "Laranja Mecânica" (Clockwork Orange), 1971, de Stanley Kubrick - que, afinal liberada, chega com sete anos de atraso, mas (cremos) ainda válido em suas propostas (Cine Astor), e o admirável "Pai Patrão" (Cine Plaza). "Padre Padrone", realização dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani, baseado no livro de Gavino Ledda, obteve a Palma de Ouro do Festival de Cannes, em 1977, e o prêmio da crítica internacional. Se constitui num dos mais sérios filmes destes últimos anos. Uma realização que chega a antropologia e a lingüística, em sua estória verídica de um pastor da região de Siligo, na Sardenha que enfrenta muitos problemas - a começar pela tirania paterna - para poder estudar. Quase documental em sua linguagem, "Padre Patrone" tem momentos de imenso lirismo e se constitui numa obra segura, densa - de indispensável visão por todos os que se interessam pelo cinema como realização artística e social. Ainda dentro da programação de grandes lançamentos nesta semana, a Fama Filmes estréia mais um subproduto da fase do cinema catastrófico: "Tentáculos" (Cines São João e Vitória), de Oliver Hellman, com um elenco onde há ao menos três bons veteranos: John Huston, Shelley Winters e Henry Fonda. Desta vez é um polvo gigante que surge das profundezas do oceano para ameaçar a muitos. Para quem curte o som pop, um filme de visão obrigatória: "O Último Concerto de Rock" (The Lastz Waltz), que Martin Scorcese realizou no Dia de Ação de Graças no Winterland Arena, em São Francisco, Califórnia, em novembro de 1977, quando o grupo The Band (durante anos acompanhante de Bob Dylan) fez sua despedida artística. O concerto motivou a reunião de um punhado de estrelas pop, como Eric Clapton, Neil Diamond, Dylan, Joni Mitchell, Neil Young, Muddy Waters, o ex-beatle Ring Star e outros. Paralelamente a estréia do filme, a WEA está lançando o álbum triplo, com a vigorosa trilha sonora deste filme (Bristol), que no último festival de Cannes foi exibido hors-concours. Scorcese, diretor admirável ("Sexy & Marginal", "Taxi Driver") em também outro musical o admirável e incompreendido (pelo grande público) "New York, New York", com Liza Minelli e Roberto Niro, programado para a sessão da meia-noite de sábado no Astor. Amanhã ali teremos à meia-noite de sábado no Astor. Amanhã ali teremos à meia-noite um filme inédito, "Trágica Decisão" (The Triple Echo), de Michael Aptde, com Glenda Jackson, Oliver Read e Brian Deacon. A trilha sonora deste filme inglês, lançado no Brasil há quatro anos e que há muito já deveria ter lançamento normal em Curitiba) é de Marc Wilkinson, maestro e compositor inglês, que já por duas vezes esteve em Curitiba, participando dos festivais internacionais de música. No Rivoli, uma programação de censura livre: à noite, a reprise de "Agarra-me... Se Puderes"! (Smokey and the Bandit), com Burt Reynolds, Sally Field e Jackie Gleason. Às 14 e 16 horas, um dos mais bem sucedidos desenhos de longa-metragem de Walt Disney: "Alice no País das Maravilhas" (Alice In Wonderland), realizado em agosto de 1951, 75 minutos, baseado em dois livros de Lewis Caroll (Charles Lutdwidge Dogson): "Alice In Wonderland" e "Through The Looking Glass". Lançado no Brasil em 1952, esta é a primeira vez que este belo desenho de longa metragem é aqui reprisado. Para alegria de grandes e pequenos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Cinema
3
07/09/1978

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