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Aramis

As palavras sempre românticas de Joanna, que canta o coração

"Palavras só palavras Não dão pra acreditar No fundo tão vazias só criam fantasias" ("Morrendo de Amor", versão de Paulo Sérgio Valle para "Killing me softly with his song", de Norman Gimbel). xxx De certa forma, a versão do hit internacional que Roberta Black tornou famosa há mais de 15 anos, traduz um pouco do espírito do 11º disco de Joanna (BMG/RCA), conforme o crítico Mauro Ferreira observou em sua análise no jornal "O Globo" (8/7/91). Joanna é uma cantora de bonita voz, muita comunicação e que na mesma pista em que correm Simone e Bethânia, tem o seu público, fiel, espontâneo e que a inclui entre as boas vendedoras de discos, com espetáculos sempre lotados. Não sem razão foi chamada de "Roberto Carlos de saias" no início da carreira quando ainda ganhava músicas inéditas de Milton Nascimento e Gonzaguinha. Como Roberto Carlos, Joanna (e principalmente a gravadora que lança seus discos desde 1979) não quer arriscar. Assim, mantém o mesmo esquema romântico, suave, que garante uma ascensão rápida de ao menos de algumas faixas e conserva a popularidade desta cantora que há cinco anos freqüenta também os primeiros lugares da parada de Portugal, com mais de 300 mil discos vendidos e terá seu novo lp lançado também na Espanha e EUA. Aos 12 anos, ela ganhava um violão de seu pai, o português Joaquim Rodrigues Nogueira, que foi seu primeiro professor. Aos 16 anos, já cantava no Teatro Arcadia, de Nova Iguaçu (RJ), passando a crooner de grupos da Baixada Fluminense (Union Band, Terrificantes, Rede etc.), até ser revelada em "A Grande Chance" de Flávio Cavalcanti. A carreira deslanchou, vieram discos, muitos sucessos e hoje Joanna tem um sólido patrimônio. Com a Banda Estrela Guia, em produção de Miguel Plopschi e Michael Sullivan (parceiro de Paulo Massadas em centenas de sucessos de consumo fácil), Joanna busca o esquema de esquemas que dão certo. Fafá de Belém deu certo gravando uma guarania em duo com Chitãozinho e Xororó. Joanna faz reaparecer uma guarania de Gimenez, "Meu Primeiro Amor" (versão de José Fortuna/Pedrinho Jr.) que, Nara Leão já havia regravado, como tema-título de um suave álbum romântico. Por coincidência, Fagner - que começou sua carreira sob os braços protetores de Nara é agora quem divide o vocal desta guarania. Joanna continua a compor com parceiros como Tony Bahia, Isolda, Marquinhos, J. Ribamar e Tharcísio Rocha ("O Que é Que Eu Faço", "Tente Outra Vez", "Um Erro a Mais" e "Coisa Doida"), mostra uma bela composição de Altay Veloso ("Bola Azul"), mas não esquece os sucessmakers sempre presentes em seus discos como Sullivan & Massadas ("Um Dia Atrás do Outro"), Augusto e Paulo Sérgio Valle ("Estranha Dependência"), Mauro Motta & Arnaldo Saccomani ("Toque de Emoção"). Romantismo assumido, sem medo de ser feliz - os rótulos de brega ou piegas não assustam Joanna - sorridente e confiante em seu público. LEGENDA FOTO - Joanna: sem medo de ser feliz... e brega
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
4
18/08/1991

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