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Aramis

Palito esperançoso com os novos tempos da Estadual

Palito - o Lourival Pedrassiam, radialista que sabe que o segredo de fazer uma emissora conquistar a audiência (que o diga seu trabalho na Atalaia, desde 1971 dirigindo-a em Curitiba - ver nesta mesma página) é um homem otimista. Tão otimista que acredita que, "desta vez a Rádio Estadual vai deslanchar". Levado para a gerência-executiva da emissora oficial do Estado no governo José Richa, por indicação de seu amigo Álvaro Dias, Palito foi quem impediu que o empresário Faruk El Khatib, nomeado para a direção geral da emissora fizesse bobagens no cargo. Excelente executivo, mas totalmente afastado da radiodifusão (aliás, condição que marcou muitos dos homens que passaram pela direção da Estadual desde 1977, quando morreu Aluisio Finzetto), o bom e simpático Faruk (hoje internacional), ganhou a direção da Estadual, graças a sua amizade com Richa. Inteligentemente, Faruk soube acreditar na tarimba de Palito e graças a isto alguns problemas crônicos que ali existiam - especialmente técnicos - foram superados. Quando Faruk saiu - substituído por um yuppie do mercado de ações (nomeado pelo então governador interino João Elísio), Palito manteve-se no cargo. Finalmente, com a posse de seu amigo Álvaro Dias, foi definitiva sua colocação: criou-se a Fundação de Rádio e Televisão Educativa do Paraná (projeto antigo, que resistiu a várias administrações), e foi o nome, naturalmente, escolhido para presidi-la. xxx A simples criação da Fundação não resolveu, entretanto, os inúmeros problemas existentes. Ao contrário, assumindo também a Radipar, Palito passou a maior parte do 1987 desenvolvendo um projeto de ampliação das estações repetidoras - hoje 130 espalhadas pelo Estado e que possibilitam que as imagens das redes nacionais de televisão cheguem a todos os municípios. Agora, Palito e seu braço direito, o veterano Francisco Osires Mourão, 56 anos, 33 de radiofonia, estão preocupados em conseguirem melhores recursos para que a Estadual possa melhorar a programação. Honestamente, admite que ela está fraca, "mas nos esforçamos para melhorá-la". Para tanto, Palito busca recursos "onde existirem" e vê com otimismo a possibilidade de ter ajuda da Funteve - Sistema Nacional de Rádio Educativo e mesmo do Ministério da Educação. O primeiro resultado concreto é o fato de que quatro programas abordando aspectos do Paraná estão sendo montados para veiculação nacional: "Esses Moços" (sobre a juventude paranaense), "Meu Brasil, Brasileiro", "Memória Brasil" (que abordará a Universidade Federal do Paraná) e "Estudo e Trabalho" - este com uma série de 20 audições. xxx Enxugando a administração da emissora - que já chegou a ter mais de 50 funcionários e hoje conta com apenas 27 (dos quais 10 são operadores de som), a preocupação de Palito é encontrar uma sede definitiva. Apesar de ocupar três andares do edifício Caetano Munhoz da Rocha, pertencente ao IPE, Rua Cruz Machado, esquina Dr. Murici, o local é inconveniente. "E para a futura estação de televisão e mais a FM, então não há condições", diz Palito, que porém se assusta não com as histórias de fantasmas das antigas instalações do Canal 6, mas com o custo de Cz$ 120 milhões para sua adaptação. A concessão da FM - "agora é nossa, ninguém tasca", garante (referindo-se a que no passado este canal já foi dado a uma misteriosa Fundação São Sebastião), faz com que este projetado canal tenha uma implantação em dez meses - a um custo de 20 milhões. Já com relação a TV-E, o buraco é mais embaixo: não ficará por menos de US$ 2 milhões e isto é assunto para outra oportunidade.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
06/03/1988

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