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Aramis

"Papa" Hemingway na Espanha segundo as pesquisas de Eric

Desde quando chegou a Madrid, pela primeira vez, em setembro de 1976, Eric Nepomuceno sentiu que entre outros encontros espirituais-intelectuais naquela terra mágica & misteriosa havia um com tudo que lera a respeito nas páginas de um dos maiores escritores americanos de todos os tempos, Ernest (Miller) Hemingway (1899-1961). Um ano depois, o escritor argentino Hector Tizon o convidou, em nome de uma nova editora, a Altanela, para participar de um projeto fascinante: escrever um livro que integraria coleção sobre personalidades estrangeiras que participaram da Guerra Civil Espanhola (1936/39), incluindo o escritor britânico Arthur Koestler, o francês Antoine de Saint Exupery, o russo Ilva Ehrenburg, o romancista John dos Passos, o cineasta holandês Joris Ivens e, naturalmente, Hemingway. A coleção - "Os que vieram à Espanha" foi uma homenagem a nomes da maior expressão intelectual que generosamente se uniram as forças que se opunham ao fascismo de Francisco Franco - e embora derrotadas ficaram na história. Em junho de 1978, Eric já terminava o seu livro sobre "Hemingway na Espanha - A Outra Pátria", que só há 70 dias chegou em edição no Brasil (L&M, 161 páginas, capa de Ivan Gomes Pinheiro Machado). A demora justifica-se: vivendo na Espanha, envolvido em outros projetos, o próprio Eric extraviou os originais (em português) do livro - que lhe custou centenas de horas de leituras, pesquisas e "mesmo caminhadas atrás de algumas das trilhas deixadas por Hemingway" - tendo que, então, traduzi-lo do espanhol para o português. A imensa bibliografia sobre o autor de "Por Quem os Sinos Dobram" - um dos maiores romances cuja ação se passa justamente durante a Guerra Civil da Espanha - Eric acrescentou agora este estudo, num perfil emocionado e fascinante, de um homem multifacetado, escritor rigoroso, aventureiro, amante do perigo e da ação. Como diz o editor Ivan Pinheiro Machado na apresentação, "A Espanha tem o papel de síntese deste incrível universo hemingwayano. Lá ele foi feliz, também foi na Espanha que ele conheceu o fascismo e viu a guerra de perto com seus horrores e sua irracionalidade". Cenário de romances e, especialmente, contos antológicos - especialmente os ligados a uma de suas paixões (as touradas), a leitura de Hemingway na Espanha - A Outra Pátria" é indispensável para se entender ainda mais a dimensão literária e, especialmente humana de um dos gênios da literatura deste nosso século.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
15/02/1992

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