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Aramis

Para as crianças de todo o mundo...

Mais de 600 pessoas - 80% dos quais crianças - lotaram o Guairão na manhã de domingo, para aplaudir a estréia nacional de "Locomoc e Milipili" que abriu o Encontro Nacional de Teatro Infantil. É, não poderia haver uma forma mais interessante do que apresentação desta peça que há 7 anos vem sendo levada, quase sempre sob auspícios do Goethe Institut, para as crianças dos mais diferentes países. Sempre com excelente aceitação, comprovada, mais uma vez, agora com os aplausos, risos e espontânea participação do público as peripécias de Locomoc (Ariel Coelho) e Milipili (Fátima Ortiz), ao longo das oito cenas em que se desenvolve este espetáculo da maior dignidade artística. "Locomoc e Milipili" é a comprovação de que o teatro infantil tem que ser, como o feito para adultos, realizado com alto espírito de profissionalismo. Wolfgang Kolneder, do grupo Grips, de Berlim, trabalhou quase um mês com um elenco de jovens curitibanos que, embora de talento, ainda não tinham tido experiência de uma encenação de maior profundidade. O resultado é que se obteve um espetáculo limpo, altamente comunicativo e que, por certo, muito acrescentará a carreira de todos os participantes, em especial Antonio Carlos Kraide, além de ator já com várias experiências na direção e que, com sensibilidade, vem se preocupando em fazer bom teatro infantil. Compondo seis diferentes personagens, Kraide é um dos pontos altos desta encenação, onde Ariel e Fátima também tem excelente oportunidade. Os maiores especialistas de teatro infantil que se encontram na cidade, à tarde, debateram exaustivamente o texto questionando inclusive o seu autor, Volker Ludwig, que junto com Wolfgang Kolneder, diretor do espetáculo (trabalhou através da intérprete Heloisa de Andrade) - participaram dos debates. Dúvidas foram levantadas, discutiram-se aspectos técnicos e sociais da proposta apresentada. Mas, o importante é que com este espetáculo, o Goethe Institut e a Fundação Teatro Guaíra mostraram uma peça infantil do maior significado, que será levado a várias capitais e, posteriormente, terá uma temporada regular em Curitiba. O destaque final - e maior - é para as músicas criada por Marinho, que, ao violão e cantando, colabora para muito da emoção e beleza dos 90 minutos de duração da peça. Músicas de ampla comunicabilidade, de fácil refrão e que não devem ser perdidas na efemeridade deste espetáculo. Merecem (e devem) ser gravadas num compacto - simples ou duplo, perpetuando um dos melhores momentos já feitos, no Paraná, em termos de teatro infantil.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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13/07/1976

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