Pedro & O Lobo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de junho de 1977
É caro que os nossos pequenos leitores ainda não ouviram falar em Prokoviev, um nome meio complicado de escrever e pronunciar. Mas por certo muitos já ouviram a sua música - não só a que ele fez para os adultos e que é executado pelos melhores músicos de todo o mundo, mas uma peça que compôs especialmente para criar um veículo através do qual os jovens pudessem acostumar-se com os nomes e os sons dos vários instrumentos. Assim, Prokefiel - cujos primeiros nomes eram ainda mais complicados, vejam só Serghei Sergheivitch, nascido em Sont Skova, Ekaternisolav, em 1891, e que morreu em Moscou, em 1953 - decidiu depois de ter estudado composição no conservatório de São Petersburgo, viajado muito pela Europa - esteve exilado na França, Alemanha e Estados Unidos, entre 1917/33, e, principalmente composto muitas sinfonias, ópera e até trilhas sonoras de filmes ("Alexandre Nevsky", 1938), realizar uma obra destinada ao público infantil: "Pedro e o Lobo".
A história de "Pedro e o Lobo" ao lado de uma narração convencional, introduz o jovem ouvinte ao mundo da música: cada instrumento representa uma personagem e a história vai desenvolvendo-se de uma forma fascinante, envolvendo o ouvinte no mundo proposto pelo autor.
A obra de Prokofiev, escrita em 1936 - portanto há 41 anos - tem merecido muitas gravações e sido apresentadas pelas maiores orquestras do mundo.
Há sempre um narrador, que, voz calma e perfeita, vai contando desenrolar da história - que é "interpretada"- e aí é que reside o bonito - pelos instrumentos e seus sons. No Brasil, o radialista Paulo Santos, especialista em jazz, tem sido sempre requisitado para fazer as narrações de "Pedro e o Lobo", sempre que esta peça é apresentada pela Orquestra Sinfônica Brasileira. Paulo também fez várias gravações, junto com a Orquestra Filarmônica de Nova Iorque , sob regência do maestro Leonardo - um dos mais famosos do mundo.
Mas há alguns anos a CBS, gravadora americana que também atuando Brasil, decidiu fazer uma experiência nova: ao invés de Paulo Santos convidou o cantor Roberto Carlos, de grande popularidade juntos às crianças, para gravar a história do Pedro e do Lobo.
O resultado foi um disco belíssimo - com a Filarmônica de Nova Iorque, em toda sua perfeição, emoldurado as palavras de Roberto Carlos. O disco está há sete anos no catálogo da CBS, com uma procura sempre crescente.
Há também uma outra versão de "Pedro e o Lobo", adaptada por João de Barro, o admirável produtor de tantos discos infantis na Continental, do filme "Música Maestro", produzido por Walt Disney em 1946. Narrado por Paulo Roberto, o disquinho é muito interessante, e embora, obviamente, não tenha a mesma extensão da gravação do lp da CBS, com Orquestra Filarmônica de Nova Iorque, també, é recomendável às crianças...de 6 a 60 anos. Afinal, todos aprendem muito com a música de Prokoviév.
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