Pehr, o supersueco com seus 2 relógios
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de dezembro de 1980
Pehr G. Gyllenhammar, 46 anos, há 8 anos na presidência do grupo Volvo, chegou no Rio na manhã de quinta-feira, 4, e, poucos minutos depois, viajava num jato particular para Curitiba. Aqui só passou pela suíte presidencial do hotel Caravelle e seguiu para a fábrica que seria inaugurada pelo presidente João Figueiredo. Pela primeira vez - visitou as instalações onde já foram investidos quase US$ 140 milhões, reuniu-se com os diretores - suecos e brasileiros, discutiu alguns projetos e almoçou. Exatamente às 13,40 horas sentava-se, ao lado de vários outros importantes executivos, numa grande mesa para responder as perguntas de quase 100 jornalistas ali reunidos. Falou em inglês, de forma objetiva e muitas das perguntas proferiu que outros executivos respondessem. Após a inauguração e mais alguns contatos com dirigentes empresariais de primeiro nível, passou novamente pelo hotel e, ainda na noite de quinta-feira, retornou ao Rio - e embarcou num vôo para a Europa. Não chegou a permanecer nem 20 horas no Brasil, pois, como frisou o superintendente da Volvo, Tage Karlsson, nos últimos dias o já exíguo tempo livre de Gyllenhammar, esteve mais diminuto, com as operações que a AB Volvo está fazendo ao se decidir apela associação com o Beijerinvest, poderoso grupo sueco ligado ao comércio e às finanças internacionais. Aliás, a primeira das perguntas feitas ao presidente da Volvo foi sobre essa associação, feita para melhorar a competitividade de suas empresas no mercado internacional, hoje pautado por lei protecionistas e pelo estabelecimento de novas regras, criadas a partir da crise do petróleo.
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Na última edição de um álbum internacional dos mais importantes executivos do mundo, aparece uma foto de Pehr G. Gyllenhammar, onde a legenda observa o fato dele usar dois relógios, permanentemente: um com a hora de Gotemburgo, na Suécia - onde a Volvo foi fundada no início do século por Gustav Larsson e Assar Gabrielsson, e outro com a hora local, do local em que ele esteja. Os mais atentos, puderam observar estes detalhe: dois relógios de pulso, mostrando a rapidez internacional com que gyllenhammar atua.
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Como o presidente João Figueiredo percorreu as instalações da Volvo demoradamente, fazendo questão de examinar vários dos modelos em exposição, sua comitiva também pode espalhar-se pelas amplas instalações. Com isto na hora da saída para a Praça da Ucrânia, houve alguns de seus membros que se atrasaram e acabaram não embarcando nos carros oficiais. Foi o caso do ministro Eliseu Resende, dos Transportes, que atendendo um grupo de jornalistas, em ponto mais afastado, quando percebeu o presidente Figueiredo já tinha partido. A Volvo teve que providenciar um automóvel para conduzir o ministro dos Transportes até a Praça da Ucrânia, onde ao chegar já se realizava a cerimônia de inauguração de nova etapa do sistema integrado de transportes.
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40 jornalistas de todos os Estados foram convidados pela Volvo a permanecer 3 dias em Curitiba. A estes somaram-se mais de cinqüenta de veículos locais e sucursais, numa presença marcante da imprensa. Todos reconheceram e elogiaram o trabalho de J. Pedro, assessor de relações públicas da Volvo, que organizou um esquema perfeito. Afora amplo material informativo - releases, fotos, gráficos, etc., providenciou as melhores condições de operação - uma ampla sala com máquinas de escrever, telex e até laboratório fotográfico, e uma entrevista coletiva organizada em métodos internacionais: locais definidos aos repórteres e aos entrevistados, sistema de som (que apesar de algumas falhas, não chegou a comprometer) e objetividade nas perguntas. O nível das indagações foi elevado - até excessivamente técnico, mas sem as costumeiras "gaffes" que costumam prejudicar tantas entrevistas coletivas.
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No final, todos que saíam da Volvo recebiam um brinde da inauguração: uma bela gravura de Domício Pedroso, artista plástico paranaense, que com este trabalho passa a ser conhecido por maior número de pessoas.
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