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Aramis

Pelo fone, via Rio, Newton sabe da UFP

A satisfação via Embratel: exatamente às 12h30min de terça-feira, o professor Newton Freire Maia atendeu o telefone e, do Rio de Janeiro, o professor e cientista Luis Renato Caldas, reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, lhe comunicou que, momentos antes a Câmara do Conselho de Ensino e Pesquisa da Universidade Federal do Paraná havia sugerido a reversão de seu contrato. Ou seja, Newton Freire Maia, pode retornar aos quadros da UFP como professor titular. Pode parecer estranho que a comunicação de um fato ocorrido na cidade, há menos de um km da residência do professor Freire Maia, tenha vindo do Rio. Acontece que o reitor da UFRJ, um dos muitos amigos e admiradores do cientista, telefonou ao meio-dia ao seu colega, Ocyron Cunha, e dele obteve a informação. Imediatamente, do Rio, ligou para o professor Newton. xxx Formado por 4 professores e um representante dos estudantes, a Câmara do Conselho de Ensino e Pesquisa, com base no relatório do professor Eurico Back, aprovou a fórmula de que Freire Maia, aposentado há 2 anos pela UFP, retorne ao quadro ativo. Ou seja, perde direitos adquiridos, embora continue com todas as regalias. Agora, caberá ao Departamento de Genética aprovar por proposta, cabendo, naturalmente, ao interessado a palavra final. O curioso é que terça-feira, durante toda a tarde, a professora Maria Angelina Canever de Lourenço, ex-discípula de Freire Maia e atual diretora do Departamento de Genética, passou na ante-sala do gabinete do magnífico Reitor, tentando obter uma cópia da ata da decisão da Câmara do CEP, sem sucesso - enquanto a assessoria de imprensa da UFP distribuía a mesma a rádios, jornais e televisão. Assim, oficialmente, até ontem cedo, o professor Freire Maia ou sequer os seus colegas do Departamento de Genética, tinham conhecimento oficial da fórmula que foi encontrada para tentar solucionar esta crise que hoje já atingiu escala nacional. xxx Apesar do documento de 22 laudas distribuído pelo professor Miro Vernalha, chefe do Setor de Ciências Biomédicas, contendo as mais baixas e mentirosas acusações contra o professor Freire Maia, atingindo a sua honra e a de seus familares, justificar um violento processo de difamação, até agora o autor de "Brasil: Laboratório Racial" não demonstrou disposição de agir judicialmente contra o seu detrator. Inclusive se recusou a ler o documento - que revoltou a todos, indiscriminadamente, que o tiveram em suas mãos, pelo nível das acusações. Dezenas de amigos do professor Freire Maia, entre os quais advogados da mais alta competência, se puseram graciosamente à disposição para agir, de forma rigorosa, contra as calúnias e difamações contra ele levantadas. Mais uma vez, dando mostra de sua grandeza de homem e cientista, Freire Maia tem evitado agravar a situação, que, como cientista e professor, lamenta - não apenas por atingí-lo e magoá-lo, naturalmente - mas por, em termos gerais, prejudicar uma instituição que se supõe deva ter em seus cargos diretos, pessoas de nível cultural elevado, senso ético e que não usem argumentos tão condenáveis e inverdades, buscando denegrir a imagem de uma pessoa que, ao longo de 29 anos de permanência em Curitiba, só tem buscado contribuir para que a nossa UFP - tão carente de cientistas brilhantes - possa ter o melhor nível de ensino.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
8
27/03/1986

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