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Aramis

"Primeiro Amor" infantil é a maior atração para o público

Possibilitando aos que ainda não assistiram "JFK - A Pergunta que não quer Calar", de Oliver Stone (cines Astor e Cinema I) e "Unidos pelo Sangue" (The Indian Runner), de Sean Penn (Cine Ritz) - além dos outros digestivos programas em cartaz - disponham de maior tempo, apenas duas estréias, de médio interesse nessa semana: "Caso de Força Maior" de Pierre Jolivet (Cine Luz) e a comédia infantil "Meu primeiro Amor" (My Girl), que catipultuada [catapultada] pelo carisma de Macaulay "Esqueceram de Mim" Culkin tem tudo para se tornar o novo campeão de rendas. Infelizmente, apesar de toda promoção recebida e da seriedade com que o assunto é tratado, "JFK" não está tendo o público esperado - o que poderá reduzir sua temporada em cartaz - inicialmente prevista para 4 a 6 semanas. Com as indicações ao Oscar - a serem feitas no próximo dia 17, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, em Los Angeles - e as grandes possibilidades do filme de Stone obter várias nominations é possível que o interesse dos espectadores cresça. Méritos não faltam a esta revisão histórica do assassinato do presidente John Fitzgerald Kennedy, em 22 de novembro de 1963, num filme de 186 minutos, denso, dramático, excitante e que, passados quase 30 anos continua a merecer explicações mais claras. MEU PRIMEIRO AMOR (My Girl) é daqueles filmes que tem tudo para agradar ao grande público: crianças sapecas, simpáticas e encantadoras - fórmula que sempre funciona para emocionar multidões, que o digam os sucessos recentes. Macaulay Culkin, o garotinho que hoje chega a ganhar US$ 5 milhões após se transformar no superstar por sua atuação em "Esqueceram de Mim" é agora Thomas J. A história - do roteiro de Laurice Elehwany - é, naturalmente, simples e bastante emotiva: Vada Saltenfuss (Anna Chlumsky, uma nova candidata a superstar infantil), uma menina hipocondríaca cujo melhor amigo é Thomas J. (Macaulay Culkin), vive em um lar excêntrico com seu pai, o Harry (Dan Aykroyd), um agente funerário viúvo. Quando Shelley DeVoto (Jimie Lee Curtis) vem trabalhar na funerária, Harry se transforma emotivamente. Naturalmente Vada torna-se ciumenta da atenção que o pai passa a dar a Shelley, ela - uma garotinha brilhante e bagunceira, que cria doenças fantasiosas passa a ter um relacionamento afetivo com o amiguinho Thomas. Ambientado no início dos anos 70, "Meu Primeiro Amor" é uma terna abordagem de relações de amor e de afirmação da vida. O diretor, Howard Zieff, 48 anos, que tem se revelado um habilidoso realizador de comédias familiares ("Um Viúvo Trapalhão", 78); "Negócios com Mulher Nunca Mais", 79; "Recruta Benjamin", 80; "Infielmente Tua", 84), aproveitou um roteiro preparado por Laurice Elehwany, formado pelo American Film Institut. Trabalhando com dois atores infantis - Macaulay e Anna - Zieff procurou dar um tratamento todo especial a uma comédia digestiva, embalada na trilha sonora de um novo talento, James Newton Howard ("Uma Linda Mulher" e "Príncipe das Marés", este apresentado em pré-estréia na última terça-feira, no Cine Plaza, em promoção do programa "Cinemania") e cujo elenco adulto traz também Griffin Dunne, o ator que Martin Scorcese praticamente revelou em "Depois das Horas". Sem dúvida, para o público, o encanto maior concentra-se nos atores infantis: Macaulay Culkin, identificado ao garoto de "Esqueceram de Mim", já havia aparecido numa ponta em "Nascido em 4 de Julho" e fez outros três filmes ("See You in the Morning", "Uncle Buck" e "Jacob's Ladder"). Aqui ele interpreta Thomas J., o melhor amigo de Vada, um garoto tímido cuja amizade ajuda a menina a enfrentar seus temores mais profundos. Anna Chlumsky foi escolhida após um exaustivo teste pelo qual passaram mais de mil candidatas. Zieff decidiu que ela reunia um misto de inocência e traquinagens para se identificar ao papel - naturalmente disputadíssimo pois catipultua-se para uma carreira de sucesso. Programa leve, divertido, sem compromissos, "Meu primeiro Amor" deverá permanecer várias semanas em cartaz no Cine Plaza. OPÇÕES FRANCESAS Para quem não viu "Cyrano de Bergerac", de Jean-Paul Rappeneau - que em 1981 valeu a Gerald Depardieu sua indicação ao Oscar de melhor ator - uma nova oportunidade: a partir de hoje, apenas nas sessões das 14 e 16h30, estará sendo reprisado no Cine Groff. Nas sessões das 20 e 22h, graças EXCLUSIVAMENTE ao MUSEU DA IMAGEM E DO SOM de São Paulo, com ajuda do Goethe Institut (que emprestou os aparelhos de 16mm) estarão sendo projetados curtas-metragens realizados em São Paulo nos últimos dois anos. No cine Luz, estréia "Caso de Força Maior" (Force Majeure), de Pierre Jollivet, produção recente da França, com elenco de jovens intérpretes: François Cluzet, Patrick Bruel, Kristin Scott - Thomas e um nome já conhecido - Alan Bates. A história de três amigos que se encontram durante uma viagem à Ásia e que se separam sem trocar de endereços. Um deles, Hans, é preso por ter 300 gramas de haxixe e condenado à morte. Quando seus amigos sabem deste fato, 18 meses depois - e apenas 5 dias antes da sentença ser executada - resolvem retornar à Ásia para libertar Hans, já que pela lei ele estava condenado por carregar mais de 250 gramas de haxixe. Cada um dos amigos, entregando-se à polícia, assumindo que era responsável por parte da droga, poupariam a vida de Hans, embora também fossem condenados à prisão. Com fotografia de Bertrand Chatry, música de Sere Perathoner e Jannick Top, sem referências maiores, "Force Majeure" é um filme a ser verificado nesta semana pelo público que se interessa pelo moderno cinema francês. OUTRAS OPÇÕES "Noites Violentas no Brooklyn" (Last Exit to Brooklyn), de Uli Edel - um vigoroso filme que passou despercebido no ano passado, baseado em um dos mais notáveis romances desnudando a "outra América", retorna em exibição nas sessões noturnas do Guarani (20h30), que, às 15h, apresenta o desenho "A Gata Borralheira". "Vingança" (Revenge), que apesar de ter na direção Tony Scott e reunir na cabeça do elenco o hoje superstar Kevin Costner ("Dança com Lobos", "JFK") e Anthony Quinn, é uma decepção retorna no Cine Itália. "Thelma e Louise" continua no Lido II e "O Pestinha - II" se mantém em cartaz no Condor. P.S. - Na última hora, quando já encerrávamos o trabalho desta edição, confirmada mais uma estréia: "Mamãe não quer que eu Case" (Only the Lonely) que traz a veteraníssima Maureen O'Hara, 72 anos, 52 de cinema, à frente do elenco - no qual está também John Candy. A direção é de Chris Columbus. No Cine Bristol. LEGENDA FOTO - Uma comédia tamanho família: "Meu Primeiro Amor", com o garotinho Macaulay Culkin (de "Esqueceram de Mim") está em exibição no Plaza.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
17
14/02/1992

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