Promessas Curitibanas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de agosto de 1977
Afinal o Clube Curitibano decidiu promover uma "Semana de Cultura e das Artes", com exposição da Sra. Ida Hanemann de Campos, uma retrospectiva histórica do clube, concerto da pianista Henriqueta Penido Garcez Duarte, projeção de filmes sobre eventos do centenário do Paraná realizados no clube e badalativa inauguração de placas dando nomes a biblioteca e ao auditório.
Pena que a diretoria continue insensível ao desejo de forte grupo de associados que gostaria de ver a antiga sede restaurada, como centro cultural. Hoje, é lamentável o estado do prédio na Rua Barão do Rio Branco, cujo subsolo, inclusive, é utilizado por um dos mais perigosos ambientes da madrugada curitibana: o inferninho "Presidente".
Ainda do Curitiba: nesta semana cultural, poderia também ter se pensado na edição de uma publicação falando sobre os aspectos sociológicos do Clube, na Curitiba das últimas décadas do século passado e até os anos 40. Inclusive destacando a sua revista, da maior importância em ermos de registro do movimento literário do Paraná, mas cuja coleção completa inexiste até na biblioteca do Clube.
No ano passado, quando enfrentou aguerrido bloco oposicionista, o presidente Rubens Arlles Bettega, assumiu vários compromissos, inclusive com relação ao abandono do prédio da Rua Barão do Rio Branco. O tempo está passando e se continua a espera de ver as promessas atendidas. Não será surpresa, assim, se nas próximas eleições a oposição estiver mais fortalecida.
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