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Aramis

Público falta na Boca do Trombone

O difícil não é apresentar um bom espetáculo em Curitiba. O difícil é convencer o público a prestigiar. Que o diga o bom Fernando Alexandre, do Lira Paulistano - um miniteatro paulista, sem conforto, distante do centro, e que tem, entretanto, lotações esgotadas com os espetáculos alternativos que apresenta. O êxito do Lira Paulistano - agora também editora de livros e discos (estes, em associação com a Continental), o transformou num importante centro de produção cultural independente. Generosamente, Alexandre, jornalista que já trabalhou em O ESTADO, se propôs a trazer alguns compositores-interpretes e grupos instrumentais, da chamada << geração Lira >>, a Curitiba, para salvar a programação do Paiol - que estava às moscas desde o início do ano. Numa atitude ainda mais simpática, Fernando propôs que os espetáculos fossem divididos com artistas locais, numa integração das mais benéficas. xxx Infelizmente o público não está sabendo prestigiar os shows da série << Boca no Trombone >>. Nas quatro primeiras semanas, houve pequena afluência de espectadores, havendo noites em que o show foi suspenso. E com isto quem perde são os curitibanos, que deixa de conhecer artistas promissores, como, por exemplo, os afinados instrumentistas da Freelarmonica, que, dando uma mostra de bom profissionalismo, na quinta-feira, 20 fizeram o show para apenas 10 espectadores. e tocaram com toda a valentia. Hoje a noite, se houver público, farão a última apresentação. xxx a partir de quarta-feira, 26, a temporada no Paiol será dividida entre um dos mais bem humorados grupos da atualidade o Língua de Trapo e o compositor-cantor Reinaldinho, , paranaense de Siqueira Campos, que no ano passado lançou seu primeiro elepê. O Língua de Trapo é formado por oito rapazes, alguns dos quais jornalistas. Com << Obscenas Brasileira >> serão feitas aqui as últimas 5 apresentações, já que como o espetáculo está em cartaz em São Paulo há mais de um ano, sempre com auditório lotados, estão preparando um novo show. Fazem um humor inteligente - na linha que lembra o americano Spike Jones ou os argentinos Les Luthiers, conforme demonstraram no interessante elepê gravado no ano passado. Garante Fernando Alexandre que, ao vivo, << eles têm ainda mais força do que em disco, pois há toda uma transa teatral, cheio de vinhetas, brincadeiras etc, enfim uma tentativa de reviver a época áurea do humor no rádio>.. Os << stars >> do Língua de Trapo - que cantam, compõem etc - são Laerte Sarrumor e Pituco, um japonês de quase dois metros de altura, gozadíssima. Fanáticos do PT, durante a campanha eleitoral fizeram dezenas de shows em todos os comícios do Lula. No disco e no show, aliás, homenageiam o líder sindical: << Xote Bandeiroso >>. É há outra homenagem, esta para Fernando Gabeira: << O que é Isso, Companheiro? >> FOTO LEGENDA - Língua de Trapo: humor musical.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
23/10/1983

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