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Aramis

Quando Indiana Jones encontra 007

Steven Spielberg, este menino de 41 anos que devolveu a magia ao cinema e foi o responsável pela (re)descoberta do encanto das imagens na tela ampla por uma geração que estava crescendo sem conhecer a sétima arte, há muitos anos havia sonhado em reunir James Bond e Indiana Jones - já que ambos são heróis fascinantes do imaginário fílmico. O super agente criado pelo inglês Ian Fleming e que há 25 anos ama as mais belas mulheres enquanto enfrenta perigos para salvar o mundo, em aventuras fotografadas nos cinco continentes, tem um carisma tão grande quanto o antropólogo Indiana Jones, mestre também de aventuras e bamba do chicote - em suas aventuras de incrível ação. O encontro dos dois heróis acontece de uma forma indireta: em "Indiana Jones e a Última Cruzada" (lançamento nacional nesta quinta-feira, dia 15, em Curitiba, Cine Condor), Jones reencontra o seu pai que é, justamente, Sean Connery, 58 anos (a serem completados no próximo dia 23 de agosto), o mais charmoso intérprete que 007 já teve no cinema. Sean é Dr. Henry Jones, o pai de Indiana (novamente Harrison Ford) que também aparece quando adolescente, vivido então pelo garotão River Phoenix, aquele moleque tão bonito que mereceu uma apaixonada canção de Milton Nascimento incluída em seu último elepê ("Miltons", CBS). Lançado há apenas um mês e meio nos Estados Unidos, em nada menos que 2.327 cinemas, "Indiana Jones and the Last Crusade" quebrou todos os recordes de bilheteria: telex da Paramount Pictures, enviado na semana passada aos exibidores brasileiros, comunicava que o faturamento há havia chegado a US$ 46.931.772 - ou seja, quase empatando com o que custou o filme (US$ 50 milhões). É claro que a renda agora já aumentou e deverá chegar a muitos e muitos milhões de dólares - ultrapassando tranqüilamente o filme anterior da série ("Indiana Jones e o Templo da Perdição", 1984), que, quando de seu lançamento, também teve um faturamento extraordinário (US$ 45 milhões no primeiro mês). A ação de "Caçadores da Arca Perdida" (1981), o primeiro da série, se passava em 1936 e "Indiana Jones e o Templo da Perdição" recuava para 1935. "Indiana Jones e a Última Cruzada" continua na década de 30: agora a ação transcorre em 1938, quando Indy reencontra-se com seu pai, também um arqueólogo famoso, e juntos, tentam encontrar o Santo Graal - a taça em que Jesus Cristo bebeu o vinho na Última Ceia. Harrison Ford fala sobre os personagens desta nova aventura: - "Aqui estão dois homens que nunca se acomodaram um ao outro. Nesse filme você vê uma outra faceta da personalidade de Indiana. Ele se comporta diferente na presença do pai. Quem mais o chamaria de Júnior - algo que Indiana detesta?" Ao contrário de 007, agindo apenas com armas elementares, Indiana Jones não possui truques ou aparelhos eletrônicos - apenas sua própria inteligência, destreza e argúcia para se defender em suas longínquas viagens e aventuras. Cruza de personagens de quadrinhos e o ritmo dos antigos seriados, Indiana foi definido por seu criador, Steven Spielberg, como "um verdadeiro herói do cinema antigo: um amante, um grosseirão e um endiabrado brigão". O filme tem ação do início ao fim e nas 80 cenas foram envolvidas uma eclética variedade de efeitos visuais, incluindo o uso de computador num processo em que ocorre a metamorfose de uma imagem mudando e se fundindo em outra. O óbvio vai acontecer: "Indiana Jones e a Última Cruzada" estará entre as duas ou três maiores bilheterias do ano. E não precisa correr: o filme vai permanecer ao menos dois meses em exibição.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
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1
15/06/1989

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