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Aramis

Que bacana, Eliezer tem muitos amigos no Paraná

A escolha do engenheiro Eliezer Baptista, 67 anos, para a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, alegrou muitos paranaenses. Entre eles o prefeito de Antonina Leopoldino de Abreu, que foi colega de turma de Eliezer, na turma de 1948, na Escola de Engenharia da Universidade Federal do Paraná, por onde ele se formou. Também o engenheiro-sanitarista Sperandio, hoje diretor da Organização Mundial de Saúde em Genebra, e que como faz anualmente, veio passar suas férias em Curitiba, foi colega de turma de Baptista, mineiro mas que, a exemplo de milhares de outros jovens, nos anos 40, veio estudar em nossa universidade - então de reconhecida competência. Bons tempos que não voltam mais! Eliezer marcou época na provinciana vida universitária de Curitiba nos anos 40. Alto, forte, um dos primeiros faixas-pretas em judô a aparecer no Paraná, era respeitado. Chamado de "Bacana", por sua elegância britânica, marcava sua presença na então movimentada Rua XV de Novembro. Aluno brilhante, primeiro da turma, tinha um grupo de amigos fidelíssimos, entre os quais Eny Alves Neves, ex-diretor do DNER no Paraná, hoje secretário de Obras da Prefeitura de Joinville, Dario Lopes dos Santos, hoje assessor técnico do prefeito Lerner e, especialmente, o professor Deoclécio Rodrigues, que seria por ele levado para a Companhia Vale do Rio Doce, quando assumiu cargo de direção. Deoclécio, por sua vez, convocaria dois outros amigos, os engenheiros Luís Amaral de França Pereira e Clóvis Dipzel, que acabariam também diretores da estatal. Poliglota - nos anos 40, em Curitiba, era o único a falar também russo, Eliezer entrou na Vale do Rio Doce em 1948, e ali seria o responsável por sua dimensão, como uma das maiores estatais - e modelares - do mundo. Ministro de Minas e Energia nos governos [de] Hermes Lima (parlamentarista) e João Goulart, Eliezer recusou, quando Collor formava seu primeiro ministério, a pasta da Infra-estrutura, para a qual indicou Osires Silva, que presidia e Embraer. Preferiu continuar em Bruxelas, como presidente da Vale Internacional. Casado com uma alemã, Yuta, "que [agora] o Brasil" conforme lembra uma de suas amigas, a curitibana Ligia Lopes dos Santos, Eliezer sempre manteve sua casa próxima ao Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. xxx Há alguns anos, quando assessorava o secretário Renê Dotti, na Cultura, Leopoldino de Abreu chegou a tentar organizar um grande jantar de ex-colegas de Eliezer, para motivar seu retorno efetivo a Curitiba. Apesar dos contatos terem sido estabelecidos - e ele ter recebido com simpatia a lembrança - não pode marcar uma data devido [a] seus compromissos internacionais. Agora, ocupando uma Secretaria que justificava viagens aos estados, é possível que o "Bacana" reveja a Curitiba que conheceu em outra época. LEGENDA FOTO Nos tempos da Companhia Vale do Rio [Doce], em Vitória (ES), verão de 1968: o presidente Eliezer Batista (à esquerda), um visitante estrangeiro e o então casal paranaense Lygia Lopes dos Santos e Luiz do Amaral de França, ele engenheiro e diretor da empresa.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
24
04/04/1992

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