"Querelle", quando Genet é revisto por Fassbinder
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de novembro de 1985
["Querelle"], no último filme de Rainer Werner Fasbinder, foi concluído em 1982, pouco antes de sua morte. Sua adaptação do livro de Jean Genet provoca o choque entre duas mitologias, mas também foi a homenagem do cineasta alemão a um dos autores mais controvertidos de nossa época. Assim Fassbinder explicou sua obra, numa entrevista pouco antes de morrer vítima de tóxicos:
- "Em relação à contradição existente entre a intriga objetiva e os fantasmas subjetivos que são descritos em "Querelle De Brest", ele me parece ser o romance mais profundamente extremista de toda a literatura mundial. Na realidade, a história em si, se for isolada da imagem do mundo de Genet, apresentaria pouco interesse, seria apenas uma banal história policial.
Por outro lado, existe o modo de Genet contar esta história, sua imaginação excessiva, que dá vida a um mundo que, a princípio, nos parece estranho, um mundo que parece existir apenas em função de suas próprias leis, e que encontra suas origens em uma mitologia inteiramente extraordinária".
O filme conta a história de Querelle, o marinheiro. De seu poder de fascinar e de seduzir àqueles que ele encontra Uma beleza e uma personalidade as quais não se resiste.
"Querelle" é um filme chocante, adulto e vigoroso. Brad Davis, o astro de "O Expresso da Meia Noite" de Alan Parkar, é o [intérprete] do personagem-título, ao lado de Franco Nero, Jeanne Moreau (marcante em suas breves aparições), Gunthr Kaufmann e Nadja Brunkhorst. Ótima fotografia de Xaver Schwarzenberger e magnífica trilha sonora de Peer Raben. "Querelle" dá seqüência ao ciclo Fassbinder e está em exibição no Cine Ritz.
LEGENDA: Um filme forte e adulto, abordando o homossexualismo. "Querelle" , em reprise no cine Ritz.
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