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Rafagnin, o turismo profissional

O desenvolvimento turístico-econômico em Foz do Iguaçu é tão intenso que os números ficam defasados em questão de meses, "as vezes até em semanas", diz Hamilton Machado Cruz, uma espécie de "fac-totum" da Secretaria de Turismo - além de associado ao secretário Névio Rafagnin em vários de seus projetos particulares. Os dados sobre os turistas que passaram por Foz do Iguaçu em 1987 ainda não estão tabulados, mas acredita o secretário Névio Rafagnin que já deve passar dos 3.400.000, considerando "por baixo e em média" - cerca de 300 mil por mês. A capacidade hoteleira de Foz do Iguaçu - cerca de 70 hotéis, dos quais apenas oito na categoria de quatro estrelas e dois (Bourbon e Internacional) com as cinco estrelas concedidas pela Embratur - fica ao redor de 12 mi leitos. Mas na época de alta estação, os hotéis, pensões e mesmo pousadas improvisadas da região também são ocupadas, elevando-se para 20 mil leitos. - "Os motéis da cidade só atendem a freguesia de alta rotatividade até às 23 horas. Depois, o movimento é para famílias de turistas que aceitam pagar diárias especiais"- explica Hamilton, trazendo outro curioso dado: - "Quem se dispuser a alugar uma casa confortável, de 2 a 3 quartos, nas férias, pode viajar para a Europa. Há agências que oferecem de US$ 5 a US$ 10 mil para ocupar uma residência e nela hospedar turistas. Muita gente da cidade já foi conhecer a Europa nestas condições: sem gastar um centavo e tendo até lucro". Em 1986, a arrecadação federal em Foz do Iguaçu foi de Cz$ 306.919,00, informa, com precisão, o secretário Rafagnin, acrescentando: - "Ficamos em terceiro lugar no Estado. Também estamos entre os grandes arrecadadores de impostos estaduais". Passam de 6 mil hoje os estabelecimentos comerciais em Foz do Iguaçu. O fato dos turistas deixarem, diariamente, milhões de cruzados no comércio de Puerto Strossner, não preocupa o empresariado: - "O dinheiro que atravessa a ponte, volta. Afinal, os paraguaios tem que se abastecer no Brasil, pois bebida estrangeira, eletrodomésticos e perfumaria não alimenta ninguém". O que preocupa de fato os empresários - e o secretário Rafagnin - são as informações errôneas, que podem esvaziar a cidade, a crise que reduza o número de excursões. Isto sim é razão para o empresariado de Foz arrancar os cabelos. Diz o secretário de Turismo: - "Quando anunciou-se o fim das Sete Quedas, em Guaíra, milhares de pessoas cancelaram viagens a Foz do Iguaçu. Foi o caos e até hoje ainda há gente desinformada a respeito".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
5
15/01/1988

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