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Reynaldo, o secretário de assuntos esotéricos

Deixando a presidência da Fundação Cultural do Distrito Federal, o jornalista Reynaldo Jardim não se afasta, entretanto, do governo José Aparecido, seu amigo pessoal há mais de 30 anos - desde os tempos em que atuavam juntos na imprensa carioca. Jardim - cuja passagem pela imprensa curitibana foi polêmica, em vários veículos - assume uma coordenadoria especial, responsável por instituições como a UniverCidade (uma de suas bolações), o Instituto de Tecnologia Alternativa e até a Cidade da Paz. Passando portanto, a lidar com setores especiais, dentro da linha de misticismo que tem em Brasília um campo tão fértil, Reynaldo é chamado por alguns jornalistas como "secretário de assuntos esotéricos do governo José Aparecido". Jornalisticamente, Jardim não pára: é o editor do quinzenário "Demo", com uma original diagramação. Aliás, em termos de bolações gráficas, Reynaldo sempre foi uma usina de idéias. Com a saída de Reynaldo da Fundação Cultural - ao que consta devido a divergências com o secretário da Cultura, D'Alambert Joccoud - quem assumiu o seu cargo foi o maestro Marlos Nobre, compositor de renome internacional e que foi convidado pelo governador José Aparecido devido suas ótimas ligações na UNESCO . É que Aparecido quer o tombamento de Brasília, como patrimônio da humanidade, ainda em sua administração. E dos brasileiros com prestígio internacional, capazes de levar com êxito as negociações a respeito junto aos altos círculos da UNESCO, Marlos é um dos mais categorizados. Até há pouco, dirigia o Comitê Internacional de Música. Para desenvolver os trabalhos na presidência da Fundação Cultural do Distrito Federal, Marlos tem dois problemas: em primeiro lugar, uma certa hostilidade local - que preferia para o cargo um intelectual radicado em Brasília (o favorito era o fotógrafo Luís Humberto, que já foi diretor interino da Fundação). Em segundo, a agenda internacional que o faz um dos brasileiros com maior número de compromissos em diferentes partes do mundo. Organizado e competente, Marlos - que foi o primeiro diretor do Instituto Nacional de Música - tem, porém condições de segurar a peteca e marcar sua presença em Brasília. E não estranhem se o seu nome pintar, em breve, para cargos mais elevados.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
10/11/1987

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