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Ricardo Cravo, eis o novo presidente do Curitibano

Salvo surpresas de última hora, o Clube Curitibano terá a partir de domingo um novo presidente: Ricardo de Quadros Cravo, 45 anos, advogado, técnico de Marketing, extenso curriculum como um dos mais bem sucedidos executivos da nova geração. Ontem a noite, os 60 membros do Conselho Deliberativo reuniram-se para homologar os nomes dos candidatos à presidência. Até há poucas horas, Ricardo Cravo era candidato único a suceder o advogado Fabiano Campello, 52 anos, que renunciou à presidência menos de dois meses após ter sido eleito. Como aqui registramos, há 30 dias, um associado do clube, o advogado Antero da Silveira, 62 anos, procurador do Estado, por razões pessoais de profunda inimizade com Campello, deu entrada a uma ação judicial denunciando seu desafeto por acumular, ilegalmente dois cargos que são conflitantes pela legislação do Tribunal de Contas: a de auditor daquela Corte com a de presidente de um clube (como, aliás, dezenas de outras atividades proibidas aos privilegiados membros do TC). No início, Fabiano pouca importância deu à ação de Antero da Silveira, acreditando que não haveria maior repercussão de sua ação. Entretanto, ao consultar juristas em administração pública de renome nacional, assustou-se: pela legislação vigente, se insistisse em permanecer na presidência do Curitibano acabaria sendo obrigado a deixar o Tribunal de Contas. Numa função vitalícia, com salário acima de Cz$ 100 mil - um régio presente que recebeu de seu amigo João Elísio, após ter servido, lealmente o governo do Paraná nestes últimos anos em várias funções (na administração José Richa foi presidente da Sanepar). Assim, entre um emprego seguro e o status de presidente do Curitibano, Fabiano fez o óbvio: renunciou ao Curitibano. xxx Pelo magnífico trabalho desenvolvido na presidência do Clube Curitibano, o retorno do advogado Constantino Viaro seria a única forma de conciliar as diversas correntes existentes. Entretanto, escolhido por seu amigo René Dotti, futuro secretário da Cultura, para a superintendência da Fundação Teatro Guaíra, Viaro sentiu-se impedido, por falta de tempo, a voltar ao Curitibano. Excelente administrador, de amplo trânsito em várias áreas, Viaro será um dos mais importantes colaboradores de Dotti para recuperar a Secretaria da Cultura, e assim, preferiu dedicar-se integralmente às suas novas funções. O vice-presidente Ricardo Cravo, até agora na direção de Marketing do Banestado, não queria ocupar a presidência. Modesto, desejando apenas contribuir na diretoria, Cravo recusou-se inicialmente a apresentar seu nome ao cargo de presidente. Entretanto, o apoio de Viaro e dos ex-presidentes Nicolau Abagge (de cuja gestão foi diretor social) e Renato Pinho, entre outros, o levaram a aceitar, finalmente. Assim, num trabalho habilidoso, costurando todas as áreas do Clube foi possível oferecer a Ricardo Cravo condições de ter seu nome sufragado para a presidência. Estatutariamente, haverá eleição para o cargo, no domingo, durante todo o dia. Salvo surpresas de última hora, será candidato único. xxx Vagando a vice-presidência - cargo ocupado até agora por Cravo - para ela irá um dos mais estimados sócios do Clube: o engenheiro Sérgio Souza, 46 anos, marido da pintora Suzana Lobo, dois filhos, e que após ter sido diretor geral na administração de Constantino Viaro, seria agora diretor da sede. Homem culto e da maior competência - por 8 anos dirigiu o Departamento de Patrimônio da Prefeitura, integrado à atividades culturais e sociais, a presença de Serginho como vice-presidente significa que a abertura cultural que o Curitibano teve na administração de Viaro deverá prosseguir. Ricardo, por sua visão de administrador e homem de Marketing, significará ainda maiores recursos ao Clube, que hoje é uma verdadeira empresa, administrando um orçamento anual de Cz$ 25 milhões (superior a mais de 30% das prefeituras do Paraná), 200 funcionários, duas sedes - além de uma academia de tênis ("Ace", Vila Parolim). Um experiente executivo da área de pessoal e administrativa, Edson Fischer da Silva, é o superintendente do Clube, e graças à sua competência se deve a tranqüilidade financeira administrativa da entidade. Aos 106 anos, o maior patrimônio social entre os clubes do Paraná, atingindo um universo de mais de 30 mil pessoas (são 9 mil sócios), o Curitibano é mais do que um clube: é uma verdadeira empresa que ao invés de lucro aos seus "acionistas", tem que oferecer o máximo em lazer e eventos sociais e culturais.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
17
05/03/1987

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