Seis filmes novos estão em exibição
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de agosto de 1985
Numa semana de boas opções cinematográficas, a estréia mais sofisticada: "Antonieta" de Carlos Saura. Depois dos filmes-ballet ("Bodas de Sangue" e "Carmen") esta produção de (1983), realizada no México, com roteiro de JeanClaude Carriere (que era o colaborador habitual de Buñuel), tem um enfoque diferente dentro da filmografia de Saura. Ao invés de fábulas críticas ao fascínio espanhol ou a liberdade coreográfica de seus filmes-ballet, o diretor de faz um filme feminista, a partir da investigação das razões que levaram uma jovem mexicana a suicidar-se na Catedral de Notre-Dame, em Paris.
O tema (o suícidio), o clima da época em que o filme é ambientado (o México revolucionário) e a sensibilidade com que Saura costuma tratar os seus personagem fazem deste filme muito especial. Ainda mais considerando a presença das duas atrizes européias mais requisitadas desta década: a francesa Isabelle Adjani e a alemã Hanna Schugulla. Contracenando com estas superstars, intérpretes mexicanos e franceses desconhecidos para o nosso público: Carlos Bracho, Ignácio Lopes Tarso e François Marthouret. A fotografia é do mestre Teo Escamilla, hoje um dos mais respeitados profissionais da área.
O roteiro de Carrière baseou-se numa personagem real - Antonieta Rivas Mercada (1900-1931), que foi personalidade das mais fortes em sua época: amante de um candidato a presidência do México, apaixonada pelo pintor Lozano e a sua maneira uma feminista em sua época.
Um filme instigante ambientado dentro de um país em conflitos políticos, com personagens extremamente humanos. Sem favor nenhum, a melhor programação para esta semana. CINE RITZ.
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