Solange eleita para o centro de pesquisadores
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de abril de 1988
Pesquisadora entusiasta do cinema no Paraná e uma das mais eficientes assessoras da Cinemateca do Museu Guido Viaro, Solange Stecz, também uma ativa vídeo-maker, foi eleita para o conselho consultivo do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro. O novo presidente da instituição é João Luiz Vieira, atual diretor da Cinemateca do Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro e na vice-presidência está Silvia Oroz, autora do livro "Os filmes que não filmei", cujos dois primeiros volumes foram dedicados a Cacá Diegues e Thomas Gutierrez. O secretário é Paulo Roberto Ferreira e o tesoureiro Michel do Espírito Santo.
No conselho consultivo estão Selda Vale da Costa (Amazonas), José Tavares de Barros, ex-presidente do Centro (Minas Gerais), Guido Araújo (Bahia), Cosme Alves Neto (RJ), Alice Gonzaga (RJ), Alex Vianny (RJ), Máximo Barros (SP) e, representando o Sul, Solange Straube Stecz.
Falando em pesquisa cinematográfica, duas importantes publicações: o terceiro fascículo da série Filmografia Brasileira ("Guia de Filmes" produzidos no Brasil entre 1921/25) e uma básica Bibliografia do Cinema Brasileiro, de Jean-Claude Bernardet, volume 3 da série Cadernos de Pesquisas, com financiamento da Embrafilme.
O levantamento da filmografia brasileira vem sendo feito da maneira mais cuidadosa possível, ampliando e corrigindo o pioneiro trabalho que Alex Viany realizou há 30 anos passados ("Introdução ao Cinema Brasileiro", 486 páginas) e que apesar das falhas é(ra) até agora, um referencial indispensável a quem pretende escrever historicamente sobre o nosso cinema. Exemplo de work in progress, o levantamento filmográfico tem inúmeros claros pois, constantemente, novos títulos são descobertos e, naturalmente exigem sua indexação.
Já a Bibliografia do Cinema Brasileiro, paciente trabalho do pesquisador e crítico Jean-Claude Bernardet comprova como é pobre a estante sobre o nosso cinema. Só em 1957 saíam os primeiros livros de maior densidade, como "Elementos de Cinestética" do padre Guido Logger (Agir, 163 páginas) e "Filmes e Realidade", de Alberto Cavalcanti (Casa do Estudante), que, quatro anos antes tivera uma mínima edição pela Martins, de São Paulo.
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