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Aramis

A suavidade de Aretha e duas homenagens ao grande Duke

ARETHA FRANKLIN, aos 39 anos, em "Love All The Hurt Away" (Arista/Ariola) reapaarece com uma classe, afinação e categoria que há anos não se fazia ouvir. Cantora do Sul dos EUA, nascida em Memphis, Tennessee, filha de um pastor protestante em Detroit, a "Lady Soul" que há dez anos passados recebia o seu prêmio "Grammy" como melhor cantora de "rhythm and blue", com "Don't Play That Song", tem sido uma presença constante em termos fonográficos. Entretanto, talvez pela própria assiduidade de gravações, nem sempre Aretha vinha conseguindo reunir um repertório harmonioso chocando muitas vezes com interpretações gritadas. Entretanto, agora neste seu novo álbum, que aparece no Brasil quase que simultaneamente aos Estados Unidos, houve os cuidados de selecionar poucos músicos para basear os arranjos tranqüilos preparados a cada faixa, havendo inclusive a presença de Aretha não só como intérprete, mas também tecladista - como se pode sentir em "Search On". Em "Love All The Hurt Away", a interpretação é dividida com o guitarrista George Benson e cada uma das 10 faixas teve uma produção separada, com uma personalidade própria para cada arranjo - o que torna realmente fascinante a audição deste álbum - um dos melhores discos de Dionne Warwick nos últimos anos. PHYLLIS HYMAN é uma nova e bela cantora - colored como Dionney Warwick ou Diana Ross e que, atualmente, está nos palcos da Broadway, no elenco do musical "Sophisticad Ladies", espetáculo criado em homenagem a Duke Ellington (1899-1974). E esta ligação de Phyllis [à] música do grande Duke influenciou, sem dúvida, na produção de "Can't We Fall Fall In Love Again" (Arista/Ariola), seu disco de lançamento no Brasil. Partindo de um repertório de temas praticamente inéditos - como "The Love Too Last", de Burt Bacharach e Carole Bayer Sager (sua nova esposa), "Just Another Face In The Crownd" (Dennis Caldirola/Joe Ericksen) ou "The Sunshine In My Life", da própria Phyllis - sente-se um desfilar gostoso de canções enternecedoras. Assim, não é sem razão que Phillis pode dedicar "Can't We Fall In Love Again" a Duke Ellington, que, se vivo estivesse, por certo aprovaria esta intérprete. SARAH VAUGHAN, que no mês passado apareceu nas lojas com seu elepê de canções dos Beatles - em lançamento da WEA que chegou a decepcionar alguns de seus fãs mais radicais, também homenageou, há dois anos, o grande Duke Ellington. Entre os dias 15 a 17 de agosto e 12 a 13 de setembro de 1979, nos estúdios da RCA, em Nova York, sob orientação do produtor Norman Granz, gravou o "Song Book / Sarah Vaughan: Duke Ellington", - produzindo material para um álbum duplo que a Pablo preferiu lançar separadamente. Assim, a Polygram, que aqui representa esta esmerada etiqueta jazzística, brindou os fãs de jazz, com a edição do "Song Book Two", enquanto o primeiro volume continua inédito (nas lojas de discos [importados], com algum esforço, é possível encontrá-lo). Basicamente a mesma formação instrumental - Mike Wofford, Jimmy Rowdes e Lloyd Glenn nos teclados; Joe Pass, Bucky Piz Arelli e Peewee Crayton nas guitarras; Andy Simpkins e Bill Walker no baixo; Grady Tate, Charles Rendell e Roy McCurdy na bateria, se alternaram ao longo das quatro sessões de gravação de quase 30 músicas do melhor que o mestre Ellington produziu. No "Song Book Too"', agora ao alcance do público brasileiro, temos "I Ain't Got Nothin But The Blues", "Black Butterfly", "Chelsea Bridge", "What Am I Here For", "Tonight I Shall Sleep", "Rocks In My Bed", "I Got It Bad And That Ain't Good", "Everything But You", "I Don't Mean a Thing" e os antológicos "Mood Indigo" e "Prelude To A Kiss". Agora é se esperar que Enzo Servelo, o aplicado produtor da área internacional da Polygram, programe também a edição do "Song Book One" da homenagem de Sarah a Duke - e que, nos Estados Unidos, já teve edição em 1980.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal da Música
28
25/10/1981

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