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Aramis

A ternura do Quinteto e os clássicos de Rios

Não há dúvida que há certas famílias extremamente musicais. Para não falar em exemplos internacionais e nem passado, citando dos casos brasileiros, podemos lembrar os casos da garotada que integra o Trio Esperança (de onde participaram também parte dos Golden Boys e a hoje vocalista Evinha) e agora do Quinteto Ternura. Surgindo como trio, acompanhando Tony Tornado no [equívoco] chamado "BR-3" que há cinco anos venceu o Festival Internacional da Canção no setor nacional, a formação familiar evoluiu para formar o Quinteto Ternura, que pretende aproveitar a mesma faixa de consumidores da família Correa de onde saíram os já citados Trio Esperança e Golden Boys; Evinha e o atuante compositor - produtor Renato Correa. Em um lp da RCA Victor (gravado e mixado no estúdio de 16 canais da Victor, no Rio de Janeiro com produção de Raymundo Bittencourt o Quinteto Ternura, apresenta uma série de músicas selecionadas de acordo com o estilo [romântico]-de-consumo do conjunto formado por Robson, José Roberto, Leo e as manas Jussara e Jurema. Assim desfilam músicas novas e outras já conhecidas que falam de amor, amizade, ternura e companheirismo, apropriadas [à] linha tamanho-família deste quinteto astutamente chamado de Ternura: "Quando Gosta é Pra Valer" (Cassiano/Paulinho Motoka), "O Amigo" (Berto Quartin/Sérgio Bittencourt), "Leão de Bronze" (Luiz Bandeira), "Baby" (Caetano Veloso), "Consegui Concluir" (Prentice Neto/Paulo Cesar Barros), "Ele e Ela" (Octavio Burnier/Ivan Wrigg), "Eu Preciso te Encontrar" (Hugo Bellard), "Velha Amizade" (Fábio/Paulo Imperial), "Come To Me Together" (Octavio Burnier/Athayde), "Chegando" (Paulo Brito), "Logo Cedo" (Octavio Burnier) e "Falsos Caprichos" (Betto Scalla-São Beto), [...] ([Octávio] Burnier) e "Falsos Caprichos"(Betto Scalla - São Beto). Acompanhando as vozes açucaradas do Quinteto Ternura, bons instrumentistas: Burnier e Cartier (em "Ele e Ela", "Come To Me Together" e "Logo Mais"), Mamão na bateria, Alexandre no baixo, Chacal e Chico Batera na percussão Gilson no piano elétrico e Luiz Claudio (será o excelente cantor) na guitarra. xxx Há cercas de três anos, Waldo de Los rios surgiu com imensa força popular trilhando um caminho já palmilhado por muitos maestros em épocas e países diferentes: apresentação de temas clássicos em arranjos populares. Aquilo que os Swinglel Singers já fizeram, vocalmente e jazzisticamente, há mais de dez anos, que rendeu milhões de dólares ao brasileiro Eumir Deodato em sua conquista da América ("Assim Falava Zaratrusta") "Rapshodia em Blue" etc) e que até marcou uma fase (felizmente abandonada) dos bons rapazes do Zimbo Trio, ajudaria também ao argentino Waldo de Los Rios, há anos radicado na Espanha, a aumentar sua gorda conta bancária. A diluição do clássico em arranjos de fácil consumo pode ser visto, a primeira audição, como uma forma de fazer chegar a música dos mestres ao consumo de um público não familiarizado com o gênero - e que de outra forma não aceitaria o chamado "música erudita". Esta tese é bastante discutida (vel) e não seremos nós a esgotar o assunto neste breve registro. Que vai apenas dizer que Waldo de Los Rios continua faturando e até ganhando premiso (como mostra na [foto] de contracapa de "Sinfonias 2", Hispavox/Chantecler, 4-13-405-026, Dezembro/74). Neste disco, De Los Rios, dirigindo sua Orjestra Manuel de Falla, nome em homenagem ao autor da "Dança Ritual do Fogo", dilui os seguintes temas clássicos defensores da eletista música clássica, agrupados em entidades como Scabi, Pró Música e outras: Sinfonia nº 1 Em Dó Menor, Opus 68, de Brahms (IV Movimento), Sinfonia nº 1 em Dó Maior (Opus 2) de Beethoven, Sinfonia nº 5 em Ré Maior, Opus 107, de Mendelssohn, Sinfonia Fantástica, Opus 14, de Bertioz, Sinfonia nº 7 em Lá Maior, opus 92, de Beethoven, Sinfonia nº 6, em Si Menor, Opus 74 (Patética) de Tchaikovsky; Sinfonia nº 101 em Ré Maior, Opus 95, de Haydn, Sinfonia Espanhola, Opus 21, de Lalo; Sinfonia nº 6 em Fá Maior, Opus 68 (Pastoral) de Beethoven.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
12
01/04/1975

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