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Aramis

Um check up para melhorar o físico do Teatro Guaira

Quando Cleto de Assis assumir a direção executiva da Fundação Teatro Guaira nesta semana – encontrando-se com o engenheiro Marcelo Marchioro, diretor de artes e programação (que está voltando neste fim de semana de 30 dias de férias em Nova Iorque, onde assistiu mais de 50 espetáculos) será deslanchado um programa para movimentar intensamente a instituição durante 1982. Durante o mês em que o teatro esteve totalmente desativado das atividades artísticas – com exceção da temporada de “ As Tias”, de Doc Comparato/Aguinaldo Silva – o diretor administrativo Mario Otto aproveitou para realizar um “check up” na parte física do teatro.   xxx   Desde que foi inaugurado, a 10 de dezembro de 1974, com o presidente Ernesto Geisel na estréia na estréia de “Paraná de Todas as Gentes”, que o auditório Bento Munhoz da Rocha Neto ressente-se da falta de um acabamento. Na pressa da inauguração, feita no curto governo Emilio Gomes, deixou-se de fazer muitas coisas que o projeto do arquiteto Rubens Meisanos, elaborado há mais há mais de 30 anos, exigia. Assim até hoje o grande auditório não possui uma chapelaria capaz de suportar uma carga de abrigos, capas e guarda-chuvas no inverno, o bar funciona num balcão de madeira, onde a famosa dona Diva, improvisa cafeteiras e na falta de geladeira chega até a usar caixas com gelo para refrescar as bebidas consumidas vorazmente nas noites de maior calor. Pela grandiosidade do Teatro, o seu foyer merecia ser complementado por um bar de maior requinte, oferecendo conforto e melhor serviço aos freqüentadores.   xxx   Este não é, entretanto, o maior problema do Teatro. J.D. Baggio, que foi diretor artístico por 4 anos e hoje é o principal assessor da diretoria de arte e programação, já muito tempo elaborou vários relatórios sobre problemas estruturais – reforço nos palcos, seguro, obras complementares – que estavam a exigir a atenção há anos. Nos 31 dias de janeiro, aproveitando a ausência de atividades artísticas e contando com recursos cuidadosamente reunidos, o diretor administrativo Mário Otto procurou solucionar os problemas mais graves. Por exemplo, só agora foram executadas obras de proteção no alto do grande auditório, onde refletores e técnicos corriam o risco de sérios acidentes. Banheiros foram reformados, pintou-se várias unidades e até uma lavadeira se providenciou, permitindo um trabalho até então feito externamente passe a ser concentrado no teatro. Contando com uma estrutura humana de mais de 200 funcionários, o Guairá agora tem uma estrutura humana de mais de 200 funcionários, o Guairá tem uma cantina melhor equipada. Também um laboratório fotográfico foi montado.   xxx   As providências administrativas tomadas neste mês dão condições a que a Fundação Teatro Guairá possa funcionar com mais agilidade em seus três auditórios.  Agora, uma programação ativa, diversificada e que conforme orientação pessoal do governador Ney Braga deve procurar atingir a todos os públicos será deslanchada – tema que deverá ocupar as primeiras semanas de planejamento do diretor Cleto de Assis, que levará ao Guairá vivência de muitos anos na área cultural, especialmente junto a Universidade Estadual de Londrina e posteriomente no Ministério da Educação e Cultura, onde foi  responsável por importantes projetos em várias áreas.   xxx   O próprio governador Ney Braga determinou que[,] no final de abril, seja realizada em Curtiba um dos maiores eventos ligados à música popular brasileira. Em várias reuniões com o secretário Luis Roberto Soares, da Cultura e Esportes e também com Cleto de Assis, ficou decidido que a promoção “Brasil de todos os Cantos” desenvolva-se em vários níveis, com espetáculos musicais possibilitando uma revisão da nossa melhor música popular, em plano nacional – paralelamente a uma série de eventos paralelos, capazes de levantar temas importantes. O prestigiamento aos compositores, instrumentistas e cantores paranaenses é uma das tônicas desta promoção – na qual também serão homenageados grandes nomes de nossa MPB falecidos nos últimos anos como Vinícius de Moraes, Elis Regina, Cartola, Ciro Monteiro, Luis Reis e o curitibano Lapis (Palmilor Rodrigues Ferreira 1943-1978).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
9
01/01/1982

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