Um exemplo para nossa medicina
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de agosto de 1985
Quarta, 7 de agosto. Uma senhora (Laureci Tavares, 41 anos), procedente do Interior, deu entrada no Hospital Santa Cruz. Gravíssimo estado de saúde: zero de pressão, estado de choque e sangramento do abdomen. Sem recursos, sem qualquer vínculo que possibilitasse o internamento e tratamento.
Poderia ser mais uma dramática crônica entre tantas outras que registram fatos semelhantes. Finalmente, desta vez um happy end. Ontem pela manhã, dona Laureci obteve alta, restabelecida, após quase uma semana na UTI.
O fato de não ter qualquer possibilidade de ser internada pela Previdência Social não impediu que dona Laureci fosse atendida. As equipes de cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e até funcionários do Hospital fizeram um belo mutirão que lhe salvou a vida. O cirurgião Paulo Andregueto movimentou equipe (Virgina Marcelino, Luis Bueno, Nerlam Carvalho, Nelson Musachi e o anestesista William Zanatto) para um tratamento de urgência, conseguindo resolver o grave problema (lesão da veia renal com laceração numa artéria polar), de forma que a crise foi superada. Um atendimento dedicado e ontem dona Laureci já se encontrava praticamente restabelecida.
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As despesas médicas - altas, independentemente do trabalho médico e das enfermeiras (que abriram mão de qualquer remuneração) - foram cobertos pelos próprios profissionais do hospital, que também ajudou, no que pode, nesse caso especial.
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Nem tudo está perdido. Há momentos em que se encontram médicos que honram o juramento de Hipócrates.
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