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Aramis

Um sabiá albino no quintal do Freitas

Diariamente, entre os milhares de pássaros que buscam as árvores dos quintais que ainda existem no centro da cidade, muitas dezenas aprenderam o caminho da casa do jornalista João de Deus Freitas Neto, na Rua Brigadeiro Franco. Ali, entre frondosas árvores e bebedouros com água fresca, sua esposa, dona Luci, deixa sempre alimentos que fazem com que as aves pareçam aumentar cada vez mais. Freitas e sua esposa, que sempre souberam amar a natureza (antes da ecologia se tornar modismo político), começaram a observar, há alguns meses, um pássaro de características especiais: seria um entre tantos milhões de "Sabiás Laranjeira" (Turdus Rufiventris) se não apresentasse um diferencial: ao invés da cor laranja, característica da espécie, suas penas são brancas. No início, era apenas parte do peito, mas, pouco a pouco, a pigmentação foi mudando totalmente de cor e o sabiá branco se tornou facilmente reconhecível entre os "fregueses mais constantes de nosso quintal", comenta o jornalista. xxx Comentado o assunto com um amigo de muitos anos, o professor Luís Alberto Veiga, 62 anos, da cadeira de bioquímica da Universidade Federal do Paraná, e que sempre se interessou no estudo de mutações de espécies, o caso mereceu uma cuidadosa documentação. Ao longo de várias manhãs, o professor Luís Alberto e uma de suas assistentes, a bioquímica Eneida Pardo, fizeram dezenas de fotografias e rodaram mais de 60 minutos em videoteipe, aproximando-se com a lente zoom do "Sabiá Albino", conseguindo closes e detalhes que possibilitaram estudar o fenômeno com maior nitidez. "Material suficiente para a elaboração de uma comunicação científica a ser levada ao 17º Congresso Brasileiro de Zoologia, programado para fevereiro de 1990, em Londrina. A elaboração da comunicação foi feita apenas com base nas informações captadas em fotos e vídeo, pois para estudar, em termos mais profundos, seria necessário aprisionar a ave e submetê-la a alguns testes de laboratório - que mesmo inofensivos à sua saúde, "enfrenta, de princípio, a oposição de dona Luci, afeiçoada ao sabiá branco e que tal como o Freitas, não estimula qualquer proposta para sua prisão, mesmo que temporária e para fins científicos", comenta, com bom humor, o professor Luís Alberto Veiga. xxx Se não um fato inédito na ornitologia, o surgimento de um sabiá albino é, no entender do professor Veiga, caso raríssimo. Ele próprio só teve informações de um fato semelhante, mas sem documentação, transmitido por um caiçara do Litoral, há mais de 40 anos. Visualmente, só numa edição de 1964 da Enciclopédia Britânica, viu uma foto de uma pássaro albino, com uma foto cedida pela John James Audubon Society. Esta fundação, com o nome do pintor e naturalista John James Audubon (1785-1851), que realizou um notável trabalho de pintura e identificação de aves no século XVIII, reúne documentos sobre casos especiais da natureza. Portanto, embora não se tenha informações científicas do progresso que levaram a pigmentação deste "Sabiá Laranjeira" - e que não se completou totalmente, já que não lhe atingiu (como se pode observar através das fotos e vídeo), os olhos, é um caso especial, que o professor Luís Alberto pensa, inclusive, em divulgar nacionalmente. xxx Falando em pássaros, Curitiba oferece há anos condições ideais para ornitólogos - de formação científica ou simples amadores. A atenção que a Prefeitura, desde a primeira administração Jaime Lerner, tem dado para a arborização da cidade, manutenção de bosques em vários pontos do município e também a existência de milhares de residências com quintais, atraem milhões de pássaros. No entendimento de alguns estudiosos, os pássaros têm preferido, inclusive, vir tomar água junto aos recipientes deixados nas residências. Garantia de que esta água está bem mais saudável e sem os riscos de poluição dos rios e riachos que, outrora, cercavam a cidade. "Pelo menos, é o que os pássaros, em sua espontânea sabedoria, parecem ter descoberto", comenta Freitas Neto, com natural orgulho de ver que entre as aves de diversas espécies que tornam mais belo e natural o seu quintal, existe hoje o único sabiá branco de que se tem notícia. LEGENDA FOTO - um fato raro na ornitologia: um sabiá albino que aparece diariamente no quintal de uma residência na Rua Brigadeiro Franco. Devidamente documentado para uma informação científica que será levada ao congresso de zoologia.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
10/09/1989
Olá meu nome é Sandro Roberto Taborda de Almeida, sou Agente Ambiental do municipio de Inhacora, no Estado do Rio Grande do Sul, moro na localidade de Ponte do Buricá, interior do mesmo municipio, a menos de um ano atras apareceu em nosso sítio um sabiá totalmente branco é nós ficamos estarrecidos, com aquela nova invenção da natureza, ele pousa em nossa horta comia os bichinhos das hortaliças e também os moranguinhos, só que agora ele sumiu não sabemos que fim levou, se ele morreu ou os mininos da vizinhança o mataram, ficamos tristes com isso. At.: SANDRO ROBERTO

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