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Aramis

Uma barriga verde faz poesia em Nova Iorque

Quando chegou a Nova Iorque – há 8 anos – Alcir Paulo Faversani tinha o mesmo sonho de tantos outros jovens que partem para "fazer a América". Sem falar uma palavra de inglês, apenas US$ 200 no bolso, começou a se assustar ao desembarcar no Kennedy Airport. Hoje, aos 36 anos, este catarinense de Castelo Branco (ex-Dois Irmãos) não se arrepende de Ter tentado a grande aventura. Não ficou rico nem famoso – mas para quem chegou com a cara e a coragem, a Big Aplle não lhe foi madrasta. Trabalhou duro – cavalariço, caixeiro, auxiliar de garçom, etc. – mas agora já tem condições de partir para o seu próprio negócio: um serviço de limousines, para atender executivos e turistas de alto nível. _ ... no meio de tudo isto deu para fazer poesia! Não se trata de uma imagem. Realmente, Faversani produziu em suas (poucas) horas de folga, centenas de poesias e desenvolveu roteiros para meia dúzia de livros. Tanto é que vindo ao Brasil, para rever sua mãe, dona Marina, e irmãos, em Curitiba, decidiu publicar de uma só vez, não um – mas dois livros: "Sentando no Chapéu do Mundo" e "Cordão Umbilical", que estará autografando hoje e amanhã, na Biblioteca Pública (hoje, 11 horas) e Livraria Dario Velloso (Domingo, 10,30 horas). xxx Com a praticabilidade que aprendeu nos Estados Unidos, Faversani foi a Lages para imprimir os seus dois livros ("Lá o serviço gráfico é o mais barato que encontrei"). Fez também os bonitos desenhos da capa e a apresentação ficou a cargo de uma poetisa americana, Claude Lidia Richman, que conheceu numa livraria de Nova Iorque. Em suas poesias, Faversani fala do amor, de vida e busca estabelecer um paralelo do desejo de rompendo "O Cordão umbilical" ao chegar ao " Chapéu do Mundo". Esta visão também está em seu primeiro romance – "Paralelo" , cuja ação se passa em Nova Iorque e São Paulo – já escrito e que vai publicar em março, antes de retornar a Nova Iorque. xxx Magro, olhos faiscantes, pequena estatura, Alcir Paulo Faversani é um entusiasta da civilização americana. Formado em comunicação pela Universidade Católica do Paraná – turma de 1975 – pensava em estudar marketing na Columbia University. Mas ao chegar à tesouraria da famosa universidade acabou tendo que desistir: com os poucos dólares que levou do Brasil não conseguiria nem pagar a inscrição no primeiro ano. Decidiu, entretanto, permanecer em Nova Iorque, e assim foi à luta. Começou trabalhando como cavalariço de um grande haras nas proximidades do bairro de Queen's, foi auxiliar de cozinha de limpeza num restaurante de um siciliano de maus bofes, ajudou numa loja de presentes de uma bela senhora na 5ª Avenida e trabalhou por mais de um ano numa empresa de serviços de executivos de transporte – adquirindo know-how para aplicar, agora, em seu próprio negócio. Com economias que conseguiu fazer nos últimos dois anos – trabalhando numa financeira, com aplicações internacionais, "deu para guardar um pouco" adquiriu dois automóveis, "início de uma frota".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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05/01/1985

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