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Aramis

As violetas são azuis

Reencontro do primeiro amor, os sonhos e as frustrações de cada um e, por trás, a denúncia de um grupo econômico que provoca a matança de pôneis, fazem de "As Violetas São Azuis" (Cine Astor) um filme com atrações especiais - merecedor de especial atenção nesta semana de múltiplas opções. O diretor, Jack Fisk, é desconhecido no Brasil, embora já há anos esteja atuando no cinema. Seu primeiro longa-metragem, "Raggedy Man" não foi lançado entre nós, mas em compensação ele, como desenhista de produção, vem atuando no cinema desde 1970, tendo, entre seus créditos, o interessante "Badlands", 1973, de Terence Malik, com Martin Sheem e Sissy Spacek; "Carrie, a Estranha", 1976, de Bradon de Palma e "Days Of Heaven", 1978, também de Terence Malik. Fazendo a transição da direção de arte para a direção, Fisk foi buscar um suave roteiro de Naomi Foner, com elementos de muita empatia. E para a principal intérprete deste filme não teve dificuldades: afinal, há 13 anos, é o marido da excelente Sissy Spacek, a premiada atriz (Oscar) de "O Destino Mudou Sua Vida", e que ainda na semana retrasada foi vista no excelente "Marie - Uma História Verdadeira". Sissy é Gussy Sawyer, que deixou a sua pequena cidade, Occan City, para fazer carreira internacional como bem sucedida fotógrafa, enquanto seu namorado de juventude, Henry Squires (Kevin Kline, ator de "A Escolha De Sofia", "O Reencontro", "Silverado") permaneceu na cidadezinha. Ali continua, dirigindo o pequeno jornal local, casado com Ruth Squires (Bonnie Bedelia), com quem tem um filho, Attieus, 13 anos. É fácil deduzir o que acontece do reencontro amoroso - mas o filme é conduzido com sensibilidade e emoção, com uma trilha sonora de Patrick Willians e fotografia de Ralf Bode. xxx "Hannah E Suas Irmãs", de Woody Allen - o melhor filme de 1986 e candidato também ao Oscar em várias categorias, retornou em exibição no Cinema I, desde ontem. Não é preciso gastar espaço para falar da importância desta obra-prima de Allen (de quem, acaba de estrear nos EUA seu novo filme, "Radio Days"). Basta dizer que é um filme para ser revisto o máximo de vezes possível. Na Cinemateca, ainda neste fim-de-semana, oportunidade para conhecer um dos primeiros longas-metragens do cineasta russo Andrei Tarkovski (falecido em dezembro do ano passado, em Paris) - "A Infância De Ivan". Palma de Ouro em Cannes (próxima estréia na cidade, já disponível em vídeo), Tarkovski realizou filmes notáveis como "Solaris", que o consagraram mundialmente. Deste "A Infância De Ivan", com Kulta Bulrvaev e Valentim Zurbkov, não se tem maiores informações - a não ser a premiação que obteve em Veneza, há 21 anos. Em complemento, está sendo apresentado o curta "Jesus É Traído Na Cruz", 1985/86, de Mauro Faccioni Filho, 26 anos, paranaense de Maringá, integrante da "Turma do Balão Mágico" que vem procurando fazer cinema no Paraná. xxx Nacionalisticamente, Chico Alves manteve os filmes brasileiros que estão tendo bom público nas salas da Fundação: o polêmico (mas inteligente) "O Cinema Falado", de Caetano Veloso (Luz), o erótico e belíssimo "Eros, Deus Do Amor", de Walter Hugo Khouri (no Groff) e o desigual "Além Da Paixão", de Bruno Barreto (Ritz). "A Missão", de Roland Joffe, naturalmente continua com público no Itália, o mesmo acontecendo com "Crocodilo Dundee", de Peter Fairman, comédia australiana que fica no Plaza até o dia 25. No circuito CIC, nenhuma modificação: a comédia "Curtindo A Vida Adoidada" (Ferris Bueller's Day Off), de John Hughes, parece ter agradado a garotada, assim como "A Morte Pede Carona", com sua violência crítica, continua atraindo público (Lido II) e "Highlanders - O Guerreiro Imortal", com belos efeitos visuais também se mantém firme na programação do Condor. Nas sessões especiais temos além de "Uma Janela Para O Amor", de James Ivory (hoje, Astor, 22h30min) e "Platoon" (amanhã, Plaza, 22h30min), também "Rambo II - A Missão" de George P. Cosmatos (Astor, amanhã, meia-noite), a comédia "Monty Phyton" (Groff, amanhã, meia-noite; domingo, 10h30min); e no domingo, em matinada, "Música E Fantasia" (Luz), e "Sheena, A Rainha Da Selva" (Morgenau).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Cinema
14
20/03/1987

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