WEST SIDE STORY (afinal a 2a edição)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de agosto de 1975
Nunca nos cansamos de insistir numa das maiores falhas da fonografia: a falta de reedições dos elepes importantes. Retirado de catálogo (por não ter vendido ou por estar esgotada a edição), raramente um elepe tem uma reedição, mesmo quando o público o procura. Felizmente, nos últimos meses, algumas gravadoras de maior visão estão tendo visão para recolocar nas lojas, os elepes que há muito são procurados, em especial por uma nova geração que não soube (ou pode) adquirir o lançamento original. A Phonogram, está reeditando praticamente todo o catálogo da Elencon/Form, - com o filé-mignon da Bossa Nova dos anos 60 - e agora a CBS, que dispõe, sem dúvida do maior catálogo internacional, faz duas das melhores reedições do ano: as trilhas sonoras dos filmes "Amor Sublime Amor" e "Minha Querida Lady". Ao que parece, estas edições foram estimuladas pela cadeia de lojas Breno Rossi, que mantém contrato com a CBS brasileira para a produção de discos especiais, garantindo a compra antecipada de quantidade expressiva, e mantendo a exclusividade de vendas nos primeiros semestres.
Graças a isso, estão nas lojas duas das mais felizes "sound tracks", de todos os tempos, em especial "West Side Story", o último grande momento do filmusical americano.
Modernizando a tragédia de "Romeu e Julieta", a mais conhecida da peças de Shakespeare, para o West Side de nova Iork, "West Side Story", com libreto de Arthur Laurents e música do maestro Leonard Bernstein, com letras das canções de Stephen Sodhein, estreou no Winter Garden Theatre, em Nova York, a 26 de setembro de 1957 e teve 732 performance naquele palco, antes de correr o mundo - com constantes remontagens.
A idéia do espetáculo foi do coreógrafo Jerome Robbins, que criou a coreografia e dirigiu o espetáculo no teatro, que em sua montagem original reunia um elenco formado por Mickey Calin, Larry Kert, Ken Le Roy, Carol Lawrence, Chita Rivera, Lee Becker, David Winters, Tont Mordente. Quatro anos depois, o mesmo Robbins, associado a Robert Wise levava o espetáculo ao cinema, com roteiro de Ernest Lehman, numa produção distribuída pela United Artits.
Com Natalie Wood como Maria, o jovem Richard Beymer no papel de Tony, Russ Tamblyn como Rilf, Rita Morena vivendo Anita, George Chakiris como Bernardo, "West Side Story" foi tão perfeito no cinema, como havia sido no teatro. A história da luta entre os "Jets" e "Sharks" nas ruas de Nova Iorque - raras vezes filmada com tanta sinceridade, com a história de amor proibido de "Maria" e de "Tony", emolduradas com algumas das mais belas músicas de todos os tempos resultou numa das obras primas do cinema. O romantismo de "Maria", "Tonight", "Somewhere", o vigor de "Jet Song", "Something's Coming", "The Dance Of Cym", "One Hand One Hard", sátira de "Gee, Officer Krupke" ou o nervosismo de "Cool", permanecerão sempre, entre os momentos inesquecíveis de todos que viram (e reviram), "Est Side Story", que merecidamente ganhou o Oscar de melhor filme de 61, dando ainda a George Chakiri's e Rita Moreno os troféus de melhores coadjuvantes, Robert Wise e Jerome Robbins o de direção d arte, a Thomas Tanford pela montagem, a Saul Chaplin, Johnny Grim, Sid Ramim e Irwin Kostal, pela montagem do score musical, premiando ainda Fred Hynes pelo trabalho de som. Tantas referências não foram, entretanto, suficientes, para garantir o sucesso do filme no Brasil, onde, infelizmente, o público ainda não aprendeu a amar o musical como merece. Em 62, por ocasião do lançamento do filme - cuja reprise é um sonho distante - a CBS editou a trilha sonora, mas que permaneceu pouco tempo nas lojas.
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