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Aramis

Will Eisner, o grande criador

The Spirit já é herói-ator cinquentão. Exatamente no último dia 2 de junho foi comemorado os seus 50 anos. Apareceu, pela primeira vez no suplemento dominical de quadrinhos "Comic Book Section", que era encartado em dezenas de jornais norte-americanos na época. Como conta o especialista Rogério de Campos ("Folha de São Paulo", 11/6/90), Eisner, então com 23 anos, já era mentor "de toda uma geração de desenhistas que não hesitava em usar de elementos como violência e erotismo na busca de maior realismo para suas histórias, contrapondo-se radicalmente ao infantilismo dos gibis de super-heróis". Desde 1937, Will Eisner trabalhava num estúdio, no qual, entre outros passou Bob Kane, o criador de "Batman". Depois da guerra - quando Eisner serviu no Exército, entre 1942/45 - "Spirit" retornou numa tira em 23 de dezembro de 1945, iniciando então a fase que é considerada como de ouro. Até 1951, Eisner escreveu e ilustrou suas estórias, quando parou em definitivo. Por isto, o contrato com a Abril Jovem (revista mensal, 36 páginas, preto e branco, Cr$ 65,00, já nas bancas) inclui histórias feitas a partir de janeiro de 1946, as quais, citando ainda Campos, "já não tem aquele ritmo vertiginoso e a violência dos primeiros tempos adquirem um tom introspectivo". O interesse pelo Spirit retornou no final dos anos 60, quando Jules Feiffer (famoso cartunista, autor da peça "Pequenos Assassinatos") escreveu um artigo a respeito na "Playboy". Embora Eisner tenha, em 1976, feito uma tira com o título "The Spirit", o personagem desta vez era o ex-presidente Nixon, "que estaria assombrando" a convenção do Partido Republicano, como contou Rogério de Campos na FSP. Trabalhos mais recentes de Eisner - sem o Spirit - foram publicados no Brasil, e estes é que entusiasmaram Edson Bueno (que antes nunca havia se interessado por quadrinhos) para fazer sua adaptação: além de "Contrato com Deus" e "O Edifício", aqui saiu o luxuosos álbum "New York, a Grande Cidade" (1989, 143 páginas, Cr$ 1.944,00). A mesma Martins Fontes - editora paulista que vem se especializando nos chamados "quadrinhos para adultos" (já editou mais de 50 álbuns de grandes autores) publicou o livro "Quadrinhos e Arte Seqüencial" (160 páginas, Cr$ 2.190), que apesar de ser um livro teórico de Eisner não tem funções didáticas. Ao longo do texto, analisa e descobre as possibilidades de cada um dos elementos que formam uma boa HQ.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
17/06/1990

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