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Aramis

Zé Maria, afinal uma luz cultural

A vitória do vereador José Maria Corrêa como candidato a vice-prefeito na chapa do deputado Maurício Fruet, tem um aspecto que merece registro de algumas linhas. Além de ser entre todos os políticos peemedebistas que brigaram com unhas e dentes pela indicação, o que procurou ter melhores relações com a imprensa é, dentro da mediocridade política municipal, um dos raros homens que sempre manifestou maior interesse por atividades culturais. Sobrinho do jornalista Ernani Gomes Corrêa - que nas páginas da Tribuna do paraná, escreveu a coluna Roda Gigante de número um até uma semana antes de suas morte, ao longo de quase três décadas, José Maria herdou do estimado E.G.C., o amor pelo cinema e teatro. herdou, inclusive, a grande biblioteca especializada em cinema que Ernani reuniu ao longo de mais de meio século, inlcuindo dezenas de livros importandos, adquiridos em suas viagens os Estados Unidos e Europa. xxx Mesmo absorvido pela política, numa carreira bastante rápida, José Maria, sempre que pode, procura manter-se informado em termos culturais. Assim como o ex-prefeito Jaime Lerner nunca deixou de ver bons filmes e espetáculos, Zé Maria também evitou que a exaustão de reuniões e conchavos políticos retirasse o prazer de aprimorar sua informação. Portanto, sua presença na chapa de Maurício Fruet é a esperança de que no caso de uma vitória do PMDB nas próximas eleições, o setor cultural não fique tão abandonado com vem acontecendo nos últimos anos. xxx A propósito: na administração Jaime Lerner, quando o publicitário Sérgio Mercer presidia a Fundação Cultural, um de seus projetos era reeditar, em forma de livros, textos jornalísticos que marcaram a vida curitibana. O primeiro foi "Ecos da Noite", com as crônicas que Renato Muniz Ribas publicou na Tribuna do Paraná, entre os anos de 1957/61, com o psudônimo de Reinaldo Egas. O segundo seria "Roda Gigante", com uma seleção das colunas de E.G.C. - que foi, de certa forma, o grande cronista da cidade nas páginas da Tribuna. Infelizmente, dentro da visão radical do advogado Carlos Frederico Marés de Souza, que há 7 anos se aboletou na presidência da Fucuccu (e dali parece desejar permanecer na próxima administração), o projeto foi totalmente vetado. Apesar da família Corrêa, na época, já ter sido comunicada da iniciativa e o trabalho ter sido iniciado, a Fucucu preferiu reservar seus recursos de área editorial para panfletagem política - o que continua a fazer até hoje. Mas, infelizmente, não há mal que sempre dure... LEGENDA FOTO - José Maria: um vice com visão cultural.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
04/08/1988

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