As Histórias-em-Quadrinhos não foram redescobertas apenas pelos intelectuais, que a partir da metade dos anos 60 passaram a dedicar maior atenção aos comies e sua extraordinária força de comunicação. Hoje, em termos de Brasil, há uma reavaliação das HQs inclusive em termos empresariais, com muitas editoras investindo no setor.

Alguém imagina Carlos Lacerda, o demolidor de presidentes e estadistas, escrevendo sobre Antonio Carlos Jobim, Magdalena Tagliaferro ou mesmo Roberto Carlos?

Nunca a mão-de-obra no setor de restaurantes esteve tão valorizada: dois novos estabelecimentos, que começaram a funcionar há poucos dias, estão enfrentando o problema de formar boas equipes de copa e cozinha, e apesar dos bons salários oferecidos, a situação é difícil. Para se ter uma idéia, um novo restaurante, no caminho de Santa Felicidade, mesmo com o tentador salário de Cr$ 8 mil, ainda não encontrou um bom maitrê-gerente (a proposta feita a um garção com habilidades, foi recusada, pois ele exigia "o minimo" de Cr$ 11 mil, mais comissão).

Benedito Alves Chaves (Curitiba): "Venho, por meio desta, fazer uma veemente reclamação com o intuito de que seja visto pelas autoridades municipais a situação em que se encontra a Vila Planta Capão Raso, situação esta que já se encontrava calamitosa mesmo antes das últimas chuvas que se abateram sobre Curitiba e que agora está deplorável ao ponto de desanimar qualquer um.

O teatro infantil deve ser feito ainda com maiores cuidados do que o destinado ao público adulto. Esta afirmativa, que não é nossa, mais do que nunca deve ser lembrada, quando tantas possibilidades (comerciais) abrem-se para os espetáculos destinados à infância, já que indiretamente as programações de sábado à tarde e domingo pela manhã, transformam-se em opções de mães "estacionarem" seus filhos por algumas horas. Hoje, teatro infantil tem público seguro e certo, aumentando com isso a responsabilidade de quem se propõe a fazê-lo com seriedade e respeito a inteligência do jovem público.

Entre as gravadoras internacionais que funcionam no Brasil, não há dúvida de que uma das mais bem organizadas é a Phonogram. A multinacional holandesa atravessou na última década uma fase de prosperidade, graças a uma administração dinâmica, capitaneada pelo franco-brasileiro André Midani, de forma que hoje disputa, sempre (e com vantagens) os primeiros lugares em sucesso e, obviamente, faturamento.

É estimulante a audição de [elepês] de novos talentos - em termos de gravação e promoção nacional, numa prova de que os caminhos da emepebe continuam abertos a [múltiplos] talentos. Registremos hoje dois destes novos talentos, que embora já com alguns anos de estrada musical, só agora ganharam a chance de fazerem seus primeiros lps: Roberto Nascimento e Emílio Santiago.

Na próxima semana chega a Curitiba mais um técnico alemão, especialista em projetos nucleares, o dr. Krichner, que vem auxiliar o seu colega, o dr. Graul, no Paraná desde o início do mês, nos trabalhos de prospecção de jazidas de Urânio em nosso Estado. Técnicos do governo da República Federal da Alemanha, Graul e Kirchner permanecerão no Brasil por vários meses, já que receberam a missão de auxiliar a Nuclebrás, nos trabalhos de pesquisa no Paraná, enquanto dois outros colegas desenvolverão idênticas funções no Rio Grande do Norte.

Com a promoção do cônsul Kurt Arthur Schwartze, para a Embaixada da República Federal da Alemanha em Bagdá, passa a ser o decano do corpo consular no Paraná o sr. Wladislau Malik, cônsul da República Popular da Polônia, que também é o presidente da Sociedade Consular. Para não acumular as duas funções, o diplomata polonês renuncia a presidência da sociedade.

Em especial que produzimos, no último domingo (12/10/75) para a Rádio Ouro Verde, dedicado ao Quarteto em Cy, voltamos a analisar a decadência dos grupos vocais no Brasil. Com exceção do MPB-4, formado há 11 anos - ao mesmo tempo do Quarteto em Cy, mas ao contrário deste, conseguindo manter uma unidade e coesão rara neste tipo de agrupamento artístico; dos Titulares do Ritmo e os Demônios da Garoa - estes com mais de 25 anos de existência, praticamente inexistem outros grupos vocais, com atuação regular e projeção nacional, em nosso País.

Acabou uma das frustrações do bom compositor Lápis (Palmilor Rodrigues): a exemplo de muita gente de talento da MPB, o inspirado violonista, teve uma de suas composições, com letra de Paulinho Vitola, proibida pela Censura: "As Flores do Lençol". Esta bela canção, que já havia entusiasmado ao poeta Herminio Bello de Carvalho, não pode ser gravada pelo SamJazz Quintet, no elepê que fez na semana passada na Continental (lançamento previsto para primeira semana de Novembro).

Para as crianças acostumadas com adaptações (muitas vezes falhas) de contos-de-fadas ou mesmo clássicos da literatura infantil, uma peça como "A Viagem de um Barquinho" (auditório Salvador de Ferrante, hoje, às 10 e 15 horas) talvez surpreenda. Não há bruxas, nem fadas príncipes encantados e embora personagens mágicos povoem o universo do menino que busca o seu barquinho de papel, todos foram criados para propor aos pequenos espectadores uma visão panorâmica - e contemporânea - de nosso universo.

Em 1972, quando Marcos Valle fêz uma temporada no Paiol, um dos destaques, foi o grupo que o acompanhava: O Terço. Lançado em 1969, um ano após os Mutantes, o Terço, em seu início (Jorge Amidem, Vinicíus Cantuária, César das [Mercês] e Sérgio Hinds) foi considerado uma espécie de versão carioca do grupo paulista, como há 2 semanas, registrou o jornalista Tarik de Souza ("Veja", 24/9/75).

Quando insistimos em lembrar que o Goethe Institut, dirigido pelo casal Helmuth-Heidy Lied, vem fazendo no Paraná mais em termos de promoções culturais de algumas dispendiosas entidades, é porque realmente impressiona a quantidade (e qualidade) das promoções que o Instituto Cultural Germânico Brasileiro tem patrocinado. Para novembro, o casal Lied já programou um concerto de jazz com a "Mail Maniac Orchestra", uma nova mostra do cinema alemão e a exposição "Estruturas", no Museu de Arte Contemporânea do Paraná. LEGENDA FOTO - Lied

Aurodidata, tendo apenas feito um rápido estágio no atelier de Carlos Scliar, em Cabo Frio, Rones Tadeu Dumke, 26 anos, é um dos mais impressionantes artistas plásticos da nova geração. Seus trabalhos contém extraordinária dose de criatividade e beleza plástica, fazendo com que toda sua (demorada) produção seja adquirida em seu atelier.

Pouco a pouco, Marlos Nobre internacionaliza-se cada vez mais: agora está voltando de uma nova viagem a Peru, Guatemala, Canadá e Estados Unidos, onde deu concertos e viu executadas suas peças de vanguarda. Em Nova Iorque, por exemplo, participou das reuniões preliminares do Juri do Concurso para os Dias de Músicas do Mundo, a realizar-se dentro de um ano. Aliás, o novo Dicionário de Música Contemporânea, editado nos EUA publica um artigo de Marlos, em inglês, sobre o Brasil Musical.

Mas três livros de Jean Piaget aparecem em segunda edição pela Zahar, em sua básica coleção "Ciências da Educação": "A Construção do Real na Criança", "Gênese das Estruturas Lógicas Elementares" e "O Nascimento da Inteligência na Criança".

Retornando à atividade na TV Iguaçu, após período de férias, o jornalista Luiz Manfredini teve de escrever um texto nada jornalístico: uma carta à direção do semanário "O Pasquim". Usaram o seu nome indevidamente, na seção de cartas, com o claro propósito de prejudicá-lo profissionalmente. Ato covarde mas que, infelizmente, ainda é expediente muito usado. Por quem de mau-carater.

Ontem, em todas as repartições públicas, um decreto governamental, preocupava alguns funcionários graduados, entre um gole e outro do cafezinho, substituindo o habitual papo sobre futebol: o levantamento e diagnóstico da situação funcional dos servidores dos órgãos do Poder Executivo do Estado, da Administração Direta e da Indireta. O cadastro central de recursos humanos, que o secretário Gastão de Abreu Pires bolou, em poucos itens, faz uma série de perguntas que permitirão, afinal, o governo, saber quem é quem no funcionalismo.