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Aramis

Artigos por data (1980 - Dezembro)

Artigo em 17.12.1980

Entre 7 de setembro a 27 de outubro de 1979 o advogado, poeta e crítico literário João Manuel Simões, português de nascimento mas há 25 anos no Brasil, retornou a Europa, levando sua esposa Maria Cecília. Desta viagem por vários países, Simões produziu uma série de artigos publicados em O ESTADO, da qual é um dos mais antigos colaboradores.

Ecos do Festival

A presença de Mário Lago, 69 anos, ator, produtor radiofônico-memorialista ("Na Rolança do Tempo", "Bagaço de Beira de Estrada") para apresentar o show em homenagem ao paranaense Paulo Soledade, na noite de domingo, auditório do Guaíra, teve um sentido nostálgico. Afinal, há exatamente 38 anos, o autor de "Amélia" (em parceria com Ataulfo Alves) não vinha a Curitiba: a última vez que por aqui passou foi em companhia de Joracy Camargo (1898-1973), apresentando-se nos palcos, em 1942. Mas cinco anos antes, em 1937, Mário residiu por um ano em Curitiba.

Artigo em 17.12.1980

A cidade cresce e as pessoas se distanciam na solidão de concreto armado e asfalto selvagem. Assim é natural que os lonelyhearts - desquitados, viúvos, divorciados ou mesmo solteiros, busquem suas companhias. O SOS, fundado há alguns meses pela sra. Arice Buchmann, teve sua fase de esplendor, com concorridos jantares-dançantes em restaurantes (Mouraria, Café Paris), mas agora já há alas dissidentes.

Artigo em 17.12.1980

Marcos Pereira, ex-publicitário e homem da noite, que há 10 anos começou a editar importantes elepês de música brasileira - formando um catálogo dos mais importantes, é também escritor. Há alguns anos lançou um livro de memórias, contando a história do "Jogral", famosa casa de MPB que o compositor Luís Carlos Paraná (Ribeirão Claro, PR - 1932 - São Paulo, 1970) criou nos anos 60 na galeria Metrópole e que em 1968 foi transferida para a rua Avanhandava. Agora, Marcos Pereira lançou pela MG Editores, novo livro: "Lembranças do Amanhã".

Os bons frutos que Morozowicz plantou

Fundada há 53 anos - uma das duas escolas de dança mais antigas do Brasil - o Ballet Morozowicz formou já algumas centenas de bailarinas. Se poucas seguiram os caminhos profissionais, nos palcos - face as raras perspectivas para essa carreira, a maioria das professoras que hoje orientam academias na cidade tiveram do professor Thadeo ou, nos últimos anos, de sua filha, Milena, os ensinamentos básicos.

Censura cortou o filme de Bianchi

Sérgio Bianchi, 35 anos, um ponta-grossense que passou parte de sua juventude em Curitiba, morando em São Paulo desde 1966, se dedicou por três anos a [realizar] um longa-metragem. Num casarão abandonado na Brigadeiro Luís Antônio, com 22 intérpretes-amigos - entre os quais alguns nomes que agora começam a se projetar (como a atriz Maria Alice Vergueiro e os atores Rodrigo Santiago e Sérgio Mamberte) - concluiu finalmente, seu "Maldita Coincidência".

Ligadão

Não é necessário ouvir o disco inteiro, mas adquiri-lo, por algumas faixas. Como "Eu te amo", que Chico divide com Tom Jobim. Novamente o compositor prova saber, como ninguém, fazer o verso certo para falar dos mistérios e da dor do amor. Tem "Mar e Lua", de um lirismo impressionante para ouvidos habituados a um Chico falando do submundo, da crueza da vida. Ele está mais romântico, mais para dentro, em suas novas composições. Há trabalhos já gravados por outros cantores, como "Bye Bye Brasil", "Morena de Angola", "De todas as Maneiras" e "Não sonho mais".

No campo de batalha

Dois advogados de Curitiba, Luiz Fernando de Queiroz e Lauro Laertes de Oliveira, organizadores do TPD - Direito Imobiliário, editado pela IOB Cursos de Legislação Empresarial, são os únicos autores da IOB fora do eixo São Paulo-Rio. Foi através da coluna "Direto Imobiliário", que manteve durante 2 anos em O ESTADO (1976/77), que Queiroz, ex-jornalista mas hoje só se dedicando ao Direito, foi descoberto pelo editor Joaquim Yoshitake, ex-Sugestões Literárias, alertado pela objetividade e clareza de seu estilo jurídico - jornalístico. xxx

Até Delfim entra na música carnavalesca

Pedro Caetano, 69 anos, durante décadas proprietário de uma das mais rentáveis sapatarias do Rio de Janeiro, mas que se tornou famoso por suas músicas carnavalescas, teve uma surpresa ao chegar domingo a Curitiba, junto com sua esposa, dona Rosária. Ao ver tantos ônibus com a frase "É com esse que eu vou", imaginou que fosse uma promoção pré-carnavalesca, tendo por motivo a sua famosa marchinha que "Os Quatro Ases e Um Coringa" lançaram 36 anos passados - e que Elis Regina recolocaria em evidência em 1972.

Artigo em 20.12.1980

Patrício Manns, 38 anos, chileno, escritor, jornalista e compositor, exilado há 7 anos em Caracas, é um dos muitos nomes importantes da música latino-americana ainda totalmente desconhecido no Brasil. Mas a jornalista Malu Maranhão, da equipe de O ESTADO e produtora de "Canto Latino" (Rádio Estadual, hoje, 20 horas) já conhece a obra de Patrício há muito tempo e hoje dedicará a audição de seu programa à mais famosa obra de Patrício, "El [Sueno] Americano", onde é contada a história da América Latina, com uma visão bastante polêmica.

Artigo em 20.12.1980

O Paraná já tem uma espécie de "Dr. Zerbini dos motores diesel". Um engenheiro-mecânico de reputação nacional, constantemente solicitado por grandes empreiteiras a viajar aos mais distantes pontos do País e solucionar complicados problemas mecânicos de tratores, motoniveladoras, motores a explosão, etc. Trata-se do engenheiro Jan Van Der Berg, 41 anos, da equipe de técnicos do Departamento Rodoviário Municipal, cujo know-how o tornou tão disputado como são os especialistas da medicina.

Os livros do Paraná (I)

A professora Cassiana Lúcia Lacerda Carolo tinha razões de sobra para estar feliz na manhã de ontem, quando José Cândido de Carvalho e Roberto Parreiras, diretores presidente e executivo da Funarte, mais o governador Ney Braga inauguraram o escritório local daquela instituição cultural. Afinal, paralelamente ao evento, que representa a implantação local das atividades da fundação Nacional das Artes, criadas por Ney, há 5 anos, quando no Ministério da Educação e Cultura, ocorria também o lançamento de quatro dos doze títulos que mostram o interesse em se dar maior apoio ao setor editorial.

Observatório

Em simpática carta, o engenheiro Ivo Arzua Pereira, reeleito domingo, 14, para a presidência do Santa Mônica Clube de Campo, fornece alguns esclarecimentos em relação à sua decisão em disputar uma reeleição - ele que, há 2 anos, havia encabeçado um grupo contrário ao continuismo pretendido pelo industrial Ari de Paiva Siqueira. De princípio, o ex-prefeito de Curitiba reconhece que ao decidir concorrer se expôs a um risco, mas que "perder uma eleição clubística, quando se trata do Santa Mônica, não apresenta demérito algum.

Observatório

Uma placa afixada na propriedade ao lado do night clube "Bangalô - Tangos & Boleros, simboliza, de certa forma, a transformação urbanística de Santa Felicidade: "Vende-se está chácara. Tratar com o proprietário". Na Avenida Manoel Ribas, milhares de carros todas as noites, especialmente nos fins de semana, estão a exigir um batalhão especial do Detran, tal o movimento. Buzinas, freadas, gritos - fazem a área lembrar a Boca, de Buenos Aires - e nem de longe parecer a comunidade que, até os anos 50, era uma tranqüila colônia de imigrantes italianos, preocupados como cultivo da terra.

Os livros do Paraná (II)

Em Emílio de Menezes (Curitiba, 4/7/1866 + Rio de Janeiro, 8/6/1918), o homem ultrapassou a obra. Se a sua obra poética e jornalística é até hoje pouco conhecida, pela escassez das edições, as estórias do gordo e irreverente boêmio, típico exemplo de dandy da belle èpoque do Rio de Janeiro, o fazem sempre ser citado quando se fala em humor e trocadilhos. Das muitas estórias a seu respeito, algumas se destacam - e se tornaram clássicas. Um de seus biógrafos, Francisco Leite, há 12 anos ("Emílio de Menezes e a Expressão de uma Época", Curitiba, 1968, 125 páginas) contava algumas delas.

Talentos

Nasce uma nova gravadora: Aycha. Pertencente ao famoso Manolo, o homem que fez da Tapecar, uma etiqueta tão marcante que a Sigla/Som Livre, acabou adquirindo-a, a nova marca está entrando na praça com um suplemento de qualidade. Traz entre seus produtores o experiente Raimundo Bittencourt, que [na] semana passada, esteve no júri de "Todos os Cantos", e que assina o elepe de estréia da interessante Jane Duboc ("Languidez").

Campeões

Afinal aconteceu: o novo lp de Roberto Carlos, está na praça: Saindo com 1.500.000 cópias vendidas - recorde absoluto e termos de indústria fonográfica nacional, o "Rei" disputa o gordo mercado deste final de ano com Chico Buarque ("Vida"), Elis Regina (estreando na Odeon) e Maria Bethania ("Talismã"), entre os cantores que têm um mercado seguríssimo - suficiente para dar a CBS condições de arcar com os riscos de todos os seus outros artistas, afora lançamentos na área jazzística e musical. Em time que dá certo, técnico não muda jogador.

Cantoras

Curioso é o caso da Vanusa. Surgida nos anos de ouro da Jovem Guarda, com uma imagem de mocinha liberada para os anos 60, passou desapercebida quando a canoa do movimento foi para o brejo. Enquanto Roberto Carlos nadava sozinho, sem lembrar-se de seus amigos do movimento, muitos foram se afogando: Martinha, Demetrius, Ronie Von e tantos outros. Vanusa seria mais [uma] a afogar-se não tivesse se procurado dar a volta por cima. Escolha de um melhor repertório e cuidados na gravação que lhe permitiram um retorno auspicioso em "Amigos Novos e Antigos", há dois anos.

Natal

A época dos discos sazonais desapareceu e já se vai longe a fase em que no mês de junho apreciam os discos de músicas junina e que motivou alguns clássicos de João de Barro e Lamartine Babo. O Natal, entretanto, ainda motiva a edição de alguns discos com músicas características desta época. Internacionalmente, há três anos, Berlim na voz de Bing Crosby. E há 2 anos o Fischer Choir, da Alemanha Ocidental, aqui lançado pela Polygram, com músicas de Natal, emplacou os primeiros lugares nas paradas de sucesso.

Mulheres

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