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Aramis

Artigos por data (1985 - Março)

"Falstaff" e "Messias"

Há muitos anos que a Polygram acredita naquilo que foi slogan de um dos mais felizes projetos de Maurício Quadro: o brasileiro não tem medo de música clássica. Assim é que mensalmente esta fábrica tem feito preciosas edições com o melhor do que existe em orquestras e virtuoses nos Estados Unidos e Europa.

A poesia de Aranha e de Marcus Accioly

A poesia é necessária e, felizmente, bons autores se revezam. Desde clássicos até novos talentos - todos sempre merecedores de saudação com entusiasmo. Por exemplo, somente agora, mais de 60 anos depois de escritos, podemos conhecer os poemas de Luís Aranha. Paulistano, nascido em 1901, Aranha começou a escrever aos 20 anos. Misteriosamente abandonou a poesia e ingressou na carreira diplomática em 1922. Nunca mais escreveu e seus poemas foram quase esquecidos.

O canto dos Pampas (V) - O som de Porto Alegre e a bossa de Leonardo

Um gaúcho de adoção e um gaúcho exilado foram responsáveis por duas das mais interessantes produções independentes lançadas já há muitos meses mas que, dentro da permanência que os discos alternativos obtêm, merecem ser registrados.

Amador encanta com a morte de Buck Jones

Com toda razão, os mineiros podem estar prosas. Não bastassem os êxitos políticos, na literatura os escritores das Alterosas continuam a aparecer com força total. Um novo exemplo do talento que vem daquele Estado é Paulo Amador com o romance "Quem Matou Buck Jones" (353 páginas, Civilização Brasileira, 1984).

Concertos de Bach

Neste ano de comemorações dos trezentos anos de nascimento de Johann Sebastian Bach (1685-1750) não faltarão, obviamente, gravações com a obra do mestre alemão.

Martins, o editor dos bons gaúchos

Um dos mais admiráveis jornalistas e intelectuais gaúchos, o grande amigo Jayme Culpstein, que viveu o "Correio do Povo", até o seu último dia e ali editou um dos mais sérios suplementos literários do País ("Letras & Artes", nas edições de sábado) nos contava, há algum tempo, a interessante vocação editorial de Martins Livreiro dono inicialmente de um dos maiores sebos do Rio Grande do Sul - talvez do Brasil - e hoje também de uma casa publicadora que, voltada basicamente à literatura gauchesca, dispõe de imenso catálogo.

Como fazer a criança gostar da boa música

Realmente a Summus é uma das editoras mais preocupadas com a educação e a criança no Brasil. Prova disto é a sua básica coleção "Novas Buscas em Educação", com quase duas dezenas relacionados a educação infantil - literatura, didática, televisão etc. Agora, acrescenta-se "A Música e a Criança" de Walter Howard. Um livro destinado a todos os educadores, no sentido mais amplo e significativo da palavra. Relaciona a música com a leitura, a ginástica, a percepção das cores, a arquitetura e outros campos. Enfim, uma obra simples, bela e completa.

THE WINNER IS...

Dos cinco filmes que amanhã à noite concorrem ao Oscar, ao menos um já está em exibição na cidade: "Os Gritos do Silêncio" (The Killing Fields), no Cine Astor desde quinta-feira, 21. Também o trabalho que valeu a Woody Allen uma nova indicação ao Oscar de melhor diretor já pode ser visto (por poucos espectadores, infelizmente) - "Broadway Danny Rose", exibido no mesmo cinema na semana passada.

Os candidatos de 1985

1. FILME 1. AMADEUS, de Milos Forman (11 indicações) 2. PASSAGEM PARA A ÍNDIA (Passage to India), Inglaterra, de David Lean (11 indicações). 3. OS GRITOS DO SILÊNCIO (The Killing Fields), de Roland Jaffe (Em exibição no Cine Astor, desde quinta-feira). 4. UM LUGAR NO CORAÇÃO (Places In The Heart), de Robert Benton. 5. A HISTÓRIA DE UM SOL DADO (A Soldier's Story), de Norman Jewison. 2. DIRETOR 1. Milos Forman (Amadeus) 2. David Lean ("Passage to India") 3. Rolland Jaffe ("Os Gritos do Silêncio") 4. Robert Benton ("Um Lugar no Coração")

Cronologia do Oscar

1927... Fundação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood e proposta de Louis B. Mayer para serem concedidos prêmios anuais. 1929... Em 16 de maio, primeira cerimônia de entrega de 12 troféus mais dois especiais. Se instituiu o prêmio de som que seria outorgado somente para o ano seguinte (o primeiro técnico de som premiado foi Douglas Shearer, da MGM, por "The Big House"). 1930... Primeira cerimônia transmitida por rádio.

O reencontro

Muitas vezes uma festa de reencontro, de nostalgia, tem um ar de cafonice. Mas esta não. Esta é uma festa de emoção. Com estas palavras, o jornalista Luiz Geraldo Mazza definiu muito bem o sentimento que mais de 40 homens sentiram no sábado, durante um almoço muito especial realizado no Hotel Slaviero. Eram jornalistas, fotógrafos, pessoal da administração e até um dos motoristas - o gordo e afável Cordeiro - que, entre 1959/1964 participaram da experiência paranaense da "Última Hora", então pertencente a Samuel Wainer.

No campo de batalha

Inaugura amanhã, ao entardecer, na galeria Banestado, uma mostra de especial significado: os desenhos e quadros da última fase do pintor Franco Giglio. Artista da maior importância, falecido há poucos anos, na Itália, Franco viveu muitos anos em Curitiba e aqui fez suas primeiras exposições. xxx Em bela entrevista a Maria Julieta Drummond de Andrade, em "O Globo", na semana passada, revelado um novo lado do arquiteto Jaime Lerner: o de autor de estórias infantis. Em breve, a Editora José Olympio lança seu livro "O Vizinho, parente por parte de rua". xxx

O bom astral de Miúcha

A temporada artística do Paiol não poderia iniciar com melhor astral. Houve mesmo quem observou que foi como se o espírito do padrinho Vinícius de Moraes, que inaugurou a casa há 13 anos passados, tivesse baixado para dar uma força a sua amiga, afilhada e intérprete Miúcha (no registro civil, Heloísa Maria Buarque de Hollanda) no belo, carinhoso e afetivo show que ali mostrou de sexta-feira a domingo.

Nesta mostra, um pouco mais da arte de Franco

Muito de emoção e amor na mostra de Franco Giglio (Dolceaqua, Liguria-1937 - Desengano del Garda, 1982), que será inaugurada, hoje, ao entardecer, na Marechal Deodoro, 333. São trabalhos executados nos últimos meses de vida de Giglio, quando, ao lado da esposa, Rose, residia em Desenzano del Garda, uma das mais belas regiões da Itália. Com exceção de apenas um trabalho, "Vide de Baudelaire", feito ainda quando morava em sua aldeia natal, Dolce Acqua, na Riviera Del Fiore, os trabalhos expostos, agora, em Curitiba, sensibilizam sua visão plástica de uma última fase de grande produção.

Phil & Quinn, 2 mestres musicais

Primeiro foi Phillip Young, 45 anos (comemorados no sábado, com alguns amigos), americano de Saint Louis, que, apaixonado pela Bossa Nova, chegou ao Brasil há 17 anos, morou em Vitória, passou por Porto Alegre e há 6 anos se fixou em Curitiba. Aqui convivendo entre o trabalho didático - inicialmente no Hospital de Clínicas da UFPR, depois, com um inovador curso de inglês - e o maior prazer de cantar o que existe de melhor no repertório americano - com sua voz privilegiadíssima.

Uma tese sobre "Cabra Marcado para Morrer"

1962. Dois de abril. João Pedro Teixeira, líder camponês, presidente da Liga Camponesa de Sapé, na Paraíba, presbiteriano, analfabeto e pai de onze filhos, morre fuzilado, a caminho de Sapé, na estrada do Café do Vento, num tocaia previamente anunciada pelos latifúndios do Grupo da Várzea.

Festival de Gramado (I) - Poucos filmes mostram a crise de nosso cinema

GRAMADO - Março - o 13º Festival de Cinema de Brasileiro, que se realiza nesta cidade, com encerramento amanhã à noite, quando será projetado Hors Concours "Cabra Marcado para Morrer", o grande premiado no FestRio, em novembro/84, é bem um reflexo da crise do cinema brasileiro. Se no festival do ano passado haviam sido inscritos 24 longas-metragens, dos quais foram selecionados dez, este ano a Comissão de Seleção teve que escolher os seis filmes concorrentes aos "Kikitos", entre apenas 8 filmes que chegaram.

Festival de Gramado (II) - Lei Sarney surpreende a artistas e cineastas

GRAMADO, Março - A surpresa foi total: ninguém, absolutamente, conhecia o texto do projeto de lei apresentado há dois anos pelo deputado José Sarney Filho, proibindo a participação de grupos estrangeiros, mesmo minoritariamente, em empresas dedicadas à produção, distribuição e exibição cinematográfica no Brasil.

O prazer renovado de reler Drummond

Que delícia reencontrar os livros do poeta maior Carlos Drummond de Andrade em novas e coloridas edições lançadas pela Record! Depois de tantos anos de fidelidade a José Olympio, Drummond acabou se transferindo para a editora de Alfredo Machado que, com toda razão está sabendo dar um tratamento especial aos seus livros - reeditando-os com carinho e fazendo com que "Corpo", com novos poemas, esteja, desde sua primeira edição entre os mais vendidos.

Com "O Gato", a nova literatura do Canadá

Pouco se conhece da moderna literatura canadense no Brasil. Por isto merece atenção a iniciativa da Difel em lançar "O Gato" de Yves Beauchemin (552 páginas, tradução de Octávio Mendes Cajado, capa de Josmar Fevereiro, Cr$ 45 mil). Nascido em Quebec, 44 anos, Beauchemin é considerado hoje um importante escritor canadense. Já foi comparado - na Inglaterra e França, respectivamente - a Charles Dickens e Rabelais, tal o encanto universal da sua literatura.
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