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Aramis

Artigos por data (1985)

Da ximbica aos anos de ouro da Nacional

Quando a Escola de Samba Embaixadores da Alegria entrou na Marechal Deodoro, já na madrugada do último sábado de Carnaval, muita gente - especialmente os jovens - não entenderam bem o refrão do bonito samba-enredo de Carlos Mattar, falando em "Ximbica/Ximbiquinha/Ximbicão". Afinal, o que essa palavra tinha em comum com o homenageado da escola, seu fundador e dirigente por 22 anos, advogado José Cadilhe de Oliveira?

O som dos pampas (I) - Ellwanger e Jardim, o gauchismo sem sotaque

Para quem imagina que aquilo que se poderia chamar de "a nova música gaúcha" se resume no talento dos irmãos Ramil - Kleiton & Kledir ou o vanguardista Victor (que fez um dos melhores discos de 84), aconselha-se, com urgência, que se escute, atenciosamente, os discos de Jerônimo Jardim ("Terceiro Sinal", Soma), Nelson Coelho de Castro ("Juntos", Barclay), Galileu Garcia ("Pulsações", Trilhas/Continental) e Raul Ellwanger ("Gaudério", Som Livre/RBS). Depois, podem ouvir também o Kleiton & Kledir.

Um big-band de nossos dias

Como faz bem ouvir uma big band com aqueles sons vigorosos dos metais numa precisão harmônica que faz os anos 30 e 40 serem sempre curtidos com nostalgia e emoção! Não é preciso ter vivido naquela época para se emocionar com o som de toda uma era de grandes orquestras. Basta ter sensibilidade. Há algumas semanas aqui nos referimos a belíssima série de reedições que a Franklin Mint Society vem fazendo nos Estados Unidos - infelizmente sem qualquer possibilidade de ter edições no Brasil.

Caruso, Gigli e Schipa mesmo com algum barulho

O público que curte a Ópera é dos mais fiéis, capaz de qualquer sacrifício para ter a íntegra de um grande espetáculo, disposto a fazer economias para ir ao Rio assistir as (poucas) montagens que são feitas ou buscando preciosidades espalhadas em edições raras. Não só as gravações novas, perfeitas, no sistema digital, mas também os registros antigos, de mestres como Caruso, Schipa e Gigli.

Réquiem para dois mágicos pianistas

A morte de Bill (Wiiliam John) Evans, há seis anos passados, retirou do jazz moderno um dos mais elegantes, claros e emocionantes pianistas e compositores. Poucos músicos contemporâneos conseguiram realizar uma obra tão esplêndida em termos de criação/interpretação quanto estes americano nascido em Plainfield, Nova Jersey, a 16 de agosto de 1929 e que a partir de 1953 desenvolveu carreira das mais respeitáveis.

Amado, Hemingway, Sabino para que a criançada leia

Uma das editoras mais preocupadas em valorizar os livros infantis é a Record. E ela faz isto através da coleção Abre-te Sésamo, que reúne autores clássicos escrevendo para crianças. No pacote lançado no ano passado a novidade foi um maior número de autores brasileiros, já que em 1983, dos oito títulos lançados apenas um era brasileiro - o poeta Carlos Drummond de Andrade. O sucesso da coleção valeu a reedição dos oito primeiros volumes com uma nova série de títulos.

É de bem pequenininho que se agrada o leitor

Uma das mais louváveis preocupações dos editores que se voltam ao rico filão do público infantil está em oferecer publicações capazes de atender as diversas idades. Assim, a partir do público de dois anos, já há opções apropriadas ao nível de entendimento de cada idade - com livros somente contendo ilustrações. A Memória Futuras, por exemplo, surgiu com alguns minilivros dos mais atraentes para crianças de 2 a 5 anos de idade.

Heavy para ensurdecer

Antes mesmo de Roberto Medina ter confirmado o Rock in Rio - evento que veio promover de uma maneira especial o chamado "Heavy Metal" - a EMI-Odeon já havia se ligado nas possibilidades comerciais deste som ensurdecedor, chegando a criar, inclusive, uma série, lançou ainda em 1984 o elepê do grupo Helix, uma das bandas heavy metal mais famosas do Canadá.

Quartetos de Cordas

Dois magníficos quartetos de cordas - entre os melhores do mundo - em produções recentes e indispensáveis a quem aprecia a música clássica. De princípio temos o internacional Quarteto Amadeus, fundado há 38 anos em Londres e cujas interpretações distinguem-se por um som homogêneo e grande segurança técnica. Foi em janeiro de 1948 que Norbert Brainin (violino), Siegmund Nissel (violino), Peter Schidlof (vila) e Martin Lovett (cello) deram o seu concerto de estréia com o nome de Quarteto Amadeus na Wigmore Hall de Londres.

Hoje é a vez de um leitor muito especial: a criança

Num livro recentemente lançado no Brasil ("Como Ensinar o seu Filho a Ler", José Olympio Editora, 124 páginas), Glenn Domann coloca a questão sobre a idade em que se deve começar a ensinar uma criança a ler. Cita o caso de um especialista em desenvolvimento infantil, que respondendo a esta pergunta, feita por uma mãe, indaga; - Quando nascerá seu filho? - Oh, ele já tem cinco anos! - responde a mãe. - Minha senhora, vá correndo para casa. A senhora perdeu os cinco melhores anos da vida de seu filho, para ensinar o menino a ler.

Estas "titias" com suas estórias tão envolventes

PAULA SALDANHA é aquela morena encantadora que aparece sempre no vídeo da Globo comentando os lançamentos destinados às crianças. Suave, bela e inteligente, Paula não apenas divulga os livros. Ela também escreve textos primorosos como "Tuc-Tuc" e "O Praça Quinze", colocados nas livrarias há alguns meses.

Técnica policial na captura dos jovens

Atrair o adolescente para a leitura é desafio mais difícil do que conquistar as crianças menores para as primeiras leituras. Afinal, o pré-adolescente - partir dos 10/11 anos, já não aceita as estórias de bichos, a magia simples capaz de envolver os menores. Criado numa sociedade de super-informação, ele passa a exigir uma leitura mais realista - capaz de lhe responder a muitas (e naturais) indagações.

Veja o álbum, escute a estória com boa música

Tão importante quanto a produção editorial destinada às crianças é a realização de discos para o público infantil. No boom da música infantil com a "explosão" do Balão Mágico, que estimulou dezenas de gravações semelhantes - catapultuadas [catapultadas] por especiais de televisão - tem também surgido álbuns com relação a livros e fascículos, ampliando assim a faixa de interesse nesta área. Por exemplo, dois dos melhores álbuns lançados no ano passado - "Verde que te quero Ver" e "Brincando de Roda" foram espécie de complementações sonoras de livros destinados ao público infantil.

SECE veta exposição e agride uma cidade

Cidade histórica e turística, Antonina acaba de ser duplamente agredida pela Secretaria da Cultura e do Esporte/Paranatur. Além da corajosa denúncia que o vereador Ironaldo Pereira de Deus fez, na semana passada, e que O Estado do Paraná divulgou, sexta-feira última, um fato ainda mais grave de pipocar, politicamente, agora e valer a concessão do título local de persona non grata ao titular da Secretaria da Cultura e do Esporte.

Demolido o prédio De Plácido e Silva

Silenciosamente, sem que sequer se promovesse a documentação fotográfica do fato, um dos mais antigos prédios do centro de Curitiba está sendo demolido: a antiga sede da Faculdade de Ciências Econômicas do Paraná/Escola Técnica de Comércio "De Plácido e Silva", entre as Ruas Carlos de Carvalho/Voluntários da Pátria/Cândido Lopes.

Mato Grosso recupera filme de seu Estado

José Octávio Guizzo, 44 anos, presidente da Fundação Cultural de Mato Grosso, conseguiu recuperar um filme que se considerava definitivamente perdido: "Alma do Brasil", realizado por Líbero Luxardo e Alexandre Wulfes, na década de 30. Há 10 dias, no Teatro Glauce Rocha, em Campo Grande, houve o projeção desse pioneiro filme, o primeiro brasileiro sonorizado e que, rodado em Mato Grosso, contava o episódio da Retirada da Laguna, em 1867, durante a guerra com o Paraguai.

Vaias à dramaturgia

Vai mal a criatividade, na dramaturgia brasileira. Pela primeira vez em sua história, o Concurso Nacional de Dramaturgia (adulto) - prêmio Nelson Rodrigues, do Inacem - não teve premiações. E havia 257 inscrições para essa 14ª edição de uma premiação que nos anos mais duros da ditadura distinguiu peças de Oduvaldo Viana Filho (duas vezes) e outros autores, imediatamente proibidos pela Censura Federal.

Um exemplo cultural

Se o governador José Richa levou ao presidente Tancredo Neves uma relação de 50 nomes, com a esperança de ver pelo menos 10% dessas indicações aproveitadas para cargos do segundo escalão, há também paranaenses que podem ser escolhidos, sem, forçosamente, partirem da listagem oficial. É, por exemplo, o caso do advogado Carlos Frederico Marés de Souza Filho, atual presidente da Fundação Cultural de Curitiba e cuja lembrança para ser o procurador geral da Fundação Nacional do Índio surgiu de lideranças das comunidades indígenas, apenas respaldado por grupos políticos.

Só por Page, já vale esse filme de sonhos

Das cinco atrizes indicadas para o Oscar de melhor atriz coadjuvante, quatro são nomes totalmente desconhecidos no Brasil. A única veterana é Geraldine Page, 61 anos, 45 de vida artística e que pode ser vista no papel que lhe valeu a nomination, no Cine Lido I, ainda hoje e amanhã: ela é a Sra. Ritter, mãe do detetive corrupto que morre logo no início da fita.

"Treze", uma zebra que pode dar certo

Entre muitos méritos, José Maria Santos tem o da honestidade pessoal e artística. Lapiano cinqüentenário, 31 de teatro (começou amadoristicamente, na escola de arte Dramática do Sesi), é hoje um dos poucos profissionais que vivem exclusivamente de teatro no Paraná. Seu curriculum é grande e, homem sem papas na língua, sempre desafiou os temporários donos do poder com posições corajosas e críticas - quando necessário.
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