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Aramis

Artigos por data (1986 - Janeiro)

A blitz do Blindagem com a pureza da rosa

Quanto custa para um grupo musical deixar as fronteiras do Estado e tentar um lugar no sol do rock nacional?

Um western nota 10

Lamentável que "O Cavaleiro Solitário" (Cine Vitória, 4 sessões) tenha hoje suas últimas sessões. Há muitos anos que não se via um western tão vigoroso como este filme dirigido e interpretado por Clint Eastwood, 52 anos, que de uma carreira iniciada nos bang-bang spaghetti se transformaria num dos mais cáusticos realizadores americanos. Deixando o universo urbano, no qual tem realizado contundentes denúncias do submundo policial americano, Eastwood retoma o filão que com toda razão foi definido de "o cinema americano por excelência".

O nome que faltou no programa do encontro

Na comissão de honra do II Encontro Nacional de Transportadores de Passageiros - que se realiza de 29 a 31 de janeiro, no auditório Humberto de Alencar Castelo Branco - faltou um nome, justamente de uma das autoridades mais ligadas ao setor: o do secretário dos Transportes.

Lobo, com ajuda de seus orixás, ganha Secretaria

Glauco Souza Lobo, 45 anos, ex-industrial, peemedebista histórico e ex-presidente da Federação Umbandista do Paraná, por certo vai passar o próximo fim-de-semana em cerimônias religiosas, agradecendo aos seus "Pais de Santo", por mais uma proteção divina. Finalmente, segunda-feira, conseguiu uma definição há muito aguardada: adquire o status de secretário municipal e ocupará a pasta de Turismo, que seu amigo Roberto Requião acaba de criar.

Iwersen, agora editor da revista "Première"

Há 24 anos passados, o adolescente José Augusto Iwersen, apaixonando-se por cinema, teve uma feliz idéia: fundou um cine-clube no Colégio Santa Maria, onde fazia o curso ginasial. Com alguns colegas - como as meninas Sonia, Sueli e Cecília, mais o seu melhor amigo da época, Faruk El Kathib (hoje soçalaite dos mais conhecidos, empresário de muitas atividades e atualmente na direção da Rádio Estadual), Zé Augusto criava um núcleo cinematográfico que, bem ou mal, se constituiu, por três anos, na principal entidade ligada à cultura cinematográfica local.

Deny e os pichadores das nossas estradas

Não deve ser nada agradável para a imagem do deputado Deny Schwartz, que durante três anos ocupou a Secretaria dos Transportes, ver milhares de placas de sinalização, ao longo das rodovias do Paraná, recobertas com seu nome para governador-86. Mesmo que a pichação tenha sido feita apenas de um lado das placas, sem prejudicar as informações das mesmas, não deixa de representar uma forma antipática de promoção política.

Inéditos do Banestado

A primeira vernissage de 1986 aconteceu no Dia dos Reis - 6 de janeiro, na galeria de Arte Poupança Banestado: o II Salão Banestado de Artistas Inéditos. Uma mostra do talento dos funcionários (e alguns clientes) do banco oficial, que, pela primeira vez, se reúnem numa mostra que vem crescendo de ano para ano. xxx

Com a interdição na 101 passageiro é quem sofre

Um grupo de executivos do primeiro escalão da Itapemirim - com o vice-presidente José Luís Paiva Mota presente - fez plantão no escritório da Empresa de Ônibus N. S. da Penha - uma das integrantes do poderoso grupo - neste início da semana. Preocupados, os executivos da maior empresa de transportes de passageiros do País vieram acompanhar, passo a passo, as negociações da greve dos caminhoneiros, que interrompendo o trânsito da BR-101, provocaram a paralisação de quase 150 ônibus.

O músico Quinn volta para os Estados Unidos

Após um ano de Curitiba - e três de Brasil - John Joseph Quinn, 31 anos, professor, compositor e cantor norte-americano, retorna amanhã para os Estados Unidos. Embarca à noite para Miami, de onde segue para Chicago, cidade em que nasceu e onde residia até vir para o Brasil, em 1983. De imediato, um contrato para lecionar no Truman's College e retomar contatos musicais. Possivelmente, a preparação de um novo lp - quarto em produção independente que pretende assumir. xxx

Um livro para lembrar o repórter Charquetti

No sepultamento do jornalista Percyval Charquetti, na tarde de 25 de dezembro, alguns de seus amigos - como João Dedeus Freitas Netto e Desidério Peron, ex e atual presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, animaram-se com uma idéia simples mas significativa: reunir em livro as grandes reportagens que Charquetti fez ao longo de mais de 30 anos de vida profissional, acoplados a textos inéditos deixados em anotações e rascunhos, guardados por sua filha, Tangriane.

O som do fim de noite

Confirmando-se o que havíamos previsto há duas semanas: um modestíssimo bar, localizado na área mais boêmia (da pesada) desta cidade começa a se transformar no must musical da temporada. A excelência da música ao vivo que o pistonista Saul está aglutinando em seu "Trumpete's Bar" compensa a falta de ventilação (que falta faz um ar condicionado ou, no mínimo, um exaustor!) e o espaço comprimido.

O cinema na busca do tempo de Proust

Os meses de janeiro e fevereiro significam férias para os apreciadores de filmes de qualidade. Dentro do natural raciocínio de que neste período o público mais exigente viaja ou deixa de freqüentar os cinemas - e as crianças passam a ter mais necessidade de opções para se divertir, os lançamentos se restringem a censura livre e produções destinadas ao simples entretenimento. Reprises de filmes de ação já testados anteriormente e as naturais pornoproduções de sexo explícito completam a programação.

Steve, a maravilha com grande talento

Uma piada de humor (negro) nos meios musicais. Uma dondoca aproxima-se de um garotinho que desafina ao piano. Pergunta: - Meu amor, o que você quer ser quando crescer? - Ah! Eu quero ser um pianista cego famoso. xxx Ray Charles, George Shearing, Stevie Wonder. Três entre tantos gênios musicais que, privados da visão, tornaram-se grandes compositores e instrumentistas. Como José Feliciano ou o jazzista Roland Kirk.

Nina Hagen duas vezes

O fracasso da excursão de Nina Hagen ao Brasil, no segundo semestre do ano passado - após sua explosão no Rock In Rio, há exatamente um ano, não esmoreceu o público que a curte. Tanto é que de uma só vez a CBS encerrou 1985 com o lançamento de dois LPs de Nina - gravações já antigas, anteriores ao explosivo "Nunexmonkrock" (CBS, 82) - que foi o seu primeiro disco lançado no Brasil.

Maravilhoso CDA, em prosa e verso

Feliz de um país que tem um poeta como Carlos Drummond de Andrade. Aos 83 anos, três livros recém-publicados, o maior nome das letras continua em sua lucidez e ternura - hoje menos avesso às entrevistas como no passado. Um novo livro infantil - novamente em parceria com seu amigo Ziraldo - e dois de crônicas, que se somam ao "Amar se Aprende Amando", lançado já há algum tempo.

Blues, o canto dos sentimentos

"Das margens barrentas do Mississipi - em menos de cem anos - o blues partiu para colorir virtualmente a música do mundo inteiro. De Gershwin à discoteca, do boogie ao rock, da Broadway à bossa nova, esta forma de raízes folclóricas marcou profundamente a cultura musical do século. Por se tratar de uma manifestação inicialmente rural, a história do blues é bastante nebulosa e pouco documentada - no fundo, a melhor crônica do blues é a própria música e a riqueza de comentários encerrada em sua letra". (Roberto Muggiati, "A História do Blues")

Geléia Geral - Da volta de Taylor à dupla do Sudoeste

Animado pelo sucesso que fez no Rock In Rio, há um ano, o suave baladista James Taylor, 38 anos, criador de muitos êxitos nos anos 60, voltou a um estúdio para fazer um novo LP. Reunindo desde uma revisão da balada "The Man Who Shot Liberty Valance" que Burt Bacharach e Hal David compuseram em 1962 para o clássico western "O Homem Que Matou O Fascínora" de John Ford, até uma (dispensável) homenagem ao Brasil ("Only a dream in Rio"), James prova que é um dos poucos e sólidos talentos que sobreviveu ao comercialismo do rock.

The ladies sing the blues

Quando se fala em Blues, lembra-se de suas duas "mães". As duas maiores cantoras de blues Ma Rainey e Bessie Smith. A primeira nasceu Gertrude Malissa Pridget em 1886, em Columbus, Georgia, começou a cantar aos 12 anos e gravou pela primeira vez quando tinha 37 anos (ao todo fez 45 discos com 90 canções), chegando a ser acompanhada por jazzmen famosos como Coleman Hawkins, Fletcher Henderson e Louis Armstrong. Após a morte de sua mãe, em 1933, Ma Rainey se afastou da música e faleceria em 22 de dezembro de 1939.

B.B. King, o que trouxe o blues ao público jovem

O nome de B.B. King (Riley B. King, Itta Bena, Mississipi, 19/6/1925) é sempre associado aos blues. Claro que há centenas de outros guitarristas e intérpretes, mas nenhum tornou-se tão conhecido quanto King que, no ano passado, comemorando os seus 38 anos de carreira lançou seu qüinquagésimo lp ("Six Silver Strings", MCA/WEA) - coincidindo, também, com o aparecimento no Brasil de um trabalho mais antigo ("The Blues", Everest/Imagem), o que possibilita apreciar diferentes faces de seu talento.

Paraná sepultou a Campanha da Kombi

Ao invés da comemoração, o réquiem: no 10º ano da Campanha da Kombi, este projeto idealizado há uma década quando Orlando Miranda assumia, com muito idealismo, o então Serviço Nacional de Teatro, parece ter mesmo o seu canto-de-cisne. Ao menos, se depender dos resultados em Curitiba, onde nem sequer uma Kombi saiu às ruas para a venda de ingresso dos espetáculos apresentados no Teatro da Classe.
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