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Aramis

Artigos por data (1986 - Fevereiro)

Fó chama Denise para ir a Milão

A pianista Dayse Stocklos recebeu uma inesperada responsabilidade na semana passada: cuidar por três semanas de seus sobrinhos, Piatã, 5 anos, e Thaís, 7, enquanto a famosa mãe - a mímica Denise Stocklos - permanecer na Europa.

Jornalismo glamourizado em visão bem americana

Saber detectar o assunto do momento e, tal como um bom repórter, transformá-lo num filme limpo e correto é virtude que deve ser reconhecida em alguns cineastas. Sem pretensões de (maior) perenidade mas a importância de trazer temas do momento em abordagens pessoais - e sempre que possível corajosas - faz com que certos filmes, mesmo não atingindo a categoria de obras de arte, se destaquem da produção comercial.

Coutinho, nosso homem em Havana

Edilberto Coutinho, hoje um escritor premiado internacionalmente, é lembrado ainda pelos ouvintes do antigo Clube Juvenil M-5, como aquele garoto que no início dos anos 50 era o "jovem mestre de cerimônias" do programa de auditório da Rádio Guairacá, comandado pelo pioneiro do rádio paranaense, Aluisio Finzeto. Edilberto, paraibano de João Pessoa, passou parte de sua adolescência em Curitiba e fez carreira como jornalista e escritor. Foi, aliás, um dos raros brasileiros a entrevistar, por três vezes, o romancista Ernest Hemingway.

A receita de Toni para o amor com as mulheres

Com toda razão o editor Alfredo Machado, da Record, está aproveitando ao máximo a presença no Brasil da sexagenária Toni Tucci para fazer "O Segredo da Borboleta" escalar (e permanecer por semanas) na lista dos best-sellers. Ótima aparência física, sensual e principalmente numa linguagem desinibida, Toni Tucci - que passa pela cidade nesta semana, com um badalativo programa social - traz nas 239 páginas de seu livro (tradução de Roberto Athayde), opiniões e confissões que estabelecem uma empatia com milhares (melhor dizendo, milhões) de mulheres que buscam a liberação.

De gente & fatos

Depois do explosivo artigo do frei Paulo Cesar Loureiro Botas, dominicano, expert em erotismo, a revista "Veja" volta a acolher outro texto de um paranaense. Na edição que está nas bancas, Antônio Pacheco, 67 anos, advogado aposentado, publicou artigo de reflexões ("Um país de miseráveis"), que defende a distribuição gratuita de anticoncepcionais e sugere campanhas de esterilização. Conclui o advogado Pacheco, dizendo:

Só graças a Damasceno a classe não perde teatro

A habilidade e diplomacia do corretor Mário Damasceno vai salvar o Teatro da Classe. Compreensivo à importância de que a cidade não perca aquela casa de espetáculos Damasceno está procurando negociar um aluguel compatível às possibilidades da Associação dos Produtores de Arte Cênica, que "administra" (sic) o auditório. Com justa razão, os proprietários do grande imóvel localizado na Rua 13 de Maio - dez herdeiros das famílias Hoffman e Heller - exigiram um sólido reajuste no aluguel.

Crise na FCC com a saída de assessores

Prestigiadíssimo pelo seu maior amigo, o prefeito Roberto Requião, o advogado Carlos Frederico Marés de Souza, que acumula agora o status de Secretário Municipal da Cultura e as vantagens da presidência da Fundação Cultural, perdeu, de uma só vez, a colaboração de três dos seus melhores assessores.

Lajos, um caixeiro viajante das artes

No inverno de 1962, quando o húngaro Paulo Lajos chegou a Curitiba, o nosso mercado de artes plásticas era dos mais reduzidos. Com exceção da pioneira Cocaco - que Loio Pérsio, Manoel Furtado e Ennio Marques Ferreira haviam fundado 6 anos antes (e que na época já havia sido vendida a Eugênia Petrius), não havia nenhuma outra galeria na cidade. Europeu culto, que havia aprendido a apreciar as artes nos anos de ouro de Budapest - onde nasceu em 1921 - e que só deixou a Hungria em 1949, fugindo do regime comunista, Lajos sentiu que no Brasil poderia trabalhar como mercador de artes.

Nenhum lançamento. Mas volta Cidadão Kane.

Mais uma vez temos uma semana sem lançamentos. Em compensação, ao programa de continuações e reprises deste final de férias, para a próxima quinta-feira, 27, estão programadas duas excelentes estréias - "O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas", de Joel Schumacher e "A Lei de Quem Tem o Poder", de Bertrand Tavernier, além do retorno, em cópia nova, do melhor filme da história do cinema: o clássico "Cidadão Kane", de Orson Welles.

Ficção na espionagem e a tragédia de Olga

O editor Alfredo Machado, da Record, tem o faro para lançar autores up to date, capazes de entusiasmar aqueles leitores (são milhares) que apreciam estórias movimentadas, digestivas e falando de assuntos da atualidade - espionagem, intrigas internacionais, sexo, ação.

Veteranos e novatos no mercado do rock

A prosperidade de uma novíssima geração que absorve a música pop faz com que as gravadoras continuem a manter uma intensa política de produção de LPs com grupos de rock nacionais, paralelamente à regular invasão de conjuntos novos - ou o reaproveitamento dos nomes já consagrados em décadas anteriores. A Polygram colocou nos últimos meses mais de 30 LPs de rock nas lojas, a CBS começou o ano com o pacote New Rock Collection, reunindo 12 grupos (dos quais apenas um, The Clash, já conhecido) e a WEA, que tem o marketing mais seguro na área também continua a explorar sua fatia.

Marylou e Caldas, os saldos carvanavalescos

Se a produção caracterizadamente carnavaleca - sambas e marchinhas ao estilo tradicional - praticamente desapareceu e os sambas-de-enredos das grandes escolas do Rio de Janeiro (eventualmente de São Paulo), apesar de toda superpromoção via televisão, não emplacam autonomamente, resta ainda uma outra faixa de música ligada ao Carnaval. São os intérpretes (e compositores) que astutamente sentem a possibilidade de terem suas músicas absorvidas por essa festa, justamente pela falta de uma criação específica. Dois exemplos: o grupo Ultraje A Rigor e o baiano Luiz Caldas.

Uma volta de Townshend, agora em trilha sonora

Passam de vinte os filmes produzidos com astros da música pop - ou por eles musicados - que apesar do grande público que os mesmos desfrutam no Brasil, permanecem inéditos entre nós. Entretanto, em discos as trilhas sonoras aqui têm chegado e, nos últimos quatro anos, também vídeo-tapes, junto às locadoras mais atualizadas, também possibilitam a divulgação destes trabalhos.

Um belo álbum para os 80 anos de Alcyr

Radialista e pesquisador musical, filho de um dos grandes compositores brasileiros, pioneiro do jingle no Brasil - Silvan Castello Neto (Ulisses Lelot Filho, 1904-1984), Berto Filho reverenciou a memória de seu pai com a edição (patrocinada pela Petrobrás) de um magnífico álbum duplo e de um livro (financiado pela Brahma, para quem Silvan criou inúmeros jingles) sobre a vida desse importante compositor e pioneiro da publicidade musical em nosso país.

Da Amazônia aos Pampas, o canto inédito dos poetas

Guitarreando a tradição crioula O pássaro bagual de topete colorado escolheu para cancha a última forguilha de umbu esguaritado da tapera carquincha Deu para entender? Se não deu, não se envergonhe! A beleza da poesia de "Umbu de Tapera" de Juca Ruivo (José Leal Filho, 1902-1972) é um desafio para quem não nasceu e viveu no interior do Rio Grande do Sul. Só tendo às mãos o "Dicionário de Regionalismos do RS", de Zeno e Rui Cardoso Nunes (Martins Editor, 1982) é possível traduzir tantos temas regionais.

No rosto da selva, o verde canto de Jesus

Há três anos, num álbum tão importante quanto inédito, Thiago de Mello, poeta amazonense, desde 1978 de volta ao Brasil após anos de exílio, gravou "Mormaço na Floresta", coleção de poemas extraídos dos seus livros mais conhecidos ("Faz Escuro Mas Eu Canto", "Os Estatutos do Homem", "Vento Geral" e "Canção do Amor Armado"), além, é claro, dos textos inéditos na época.

Quando um pequeno robô torna-se um grande sentimental

Numa das seqüências em que Daryl (Barret Oliver) fala através do walkie-talk com seu amiguinho Turtle (Daniel Bryan Corkill) em "D.A.R.Y.L." (Vitória, 4 sessões), a televisão, ao fundo, apresenta uma cena de "Planeta Proibido" (Forbiden Planet, 1956, de Fred F. Wilcox). Mais do que uma simples coincidência: aquela produção da MGM, de 30 anos passados, foi a primeira ficção científica, a apresentar um robô inteligente, "personagem", aliás, que cativava os espectadores.

Os poetas da noite, dos bares, do mundo

Um modismo que no Rio de Janeiro ganhou cobertura nacional e muita badalação vem acontecendo em Curitiba há mais de um ano: declamações em bar. Alberto Cardoso, 55 anos, morretense das margens do Nhundiaquara, que depois de ter vivido por muitos anos no "exterior", devido suas atividades de militar da Aeronáutica, faz hoje aquilo que gosta: é dono de um bar em que a poesia conta mais do que dinheiro.

Livro mostra nossa moderna arquitetura

Na precaríssima biobliografia sobre arquitetura paranaense, passou relativamente despercebida uma importante edição ocorrida no final do ano passado: "Arquitetura Moderna em Curitiba" (Pini Editora/Fundação Cultura, 269 páginas), de Alberto Xavier, 49 anos, gaúcho de Alegrete, adolescência passada em Curitiba e formado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

No campo de batalha

Niede D'Aquino, 34 anos, há 17 dando aulas de música para crianças, um disco gravado e um livro editado ("Você e a Música"), otimista com os resultados conseguidos na Fama-Música e Dança, escola livre que fundou há poucos meses na Rua Emiliano Perneta, 514. xxx Definindo-a como "um espaço propiciador de trabalhos de vanguarda, atemporais, de gabarito profissional e participação comunitária através de aulas, debates, palestras, vivências e mostras de trabalho a nível laboratorial e de bastidores", a Fama reúne orientadores apaixonados e competentes. xxx
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