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Aramis

Artigos por data (1986 - Dezembro)

Premê e Lira, a música popular com bom humor

A música brasileira sempre soube cultivar o humor. Hoje, mais do que nunca, tanto roqueiros como outras tendências buscam a linguagem descontraída para fazer os ouvintes receberem com alegria suas mensagens sonoras. Mas há também os que desejam ficar mais sérios, como o ex-Miquinho Amestrado Leo Jaime.

Léo, o ex-Miquinho, quer ser um cantor comportado

Léo Jaime está mais sério. É verdade. Surgindo com a imagem escrachada, hilária, punkabilly no grupo João Penca & Seus Miquinhos Amestrados, Léo Jaime, goiano, 24 anos, estava na linha da frente do sucesso com dois elepês, um dos quais violentamente mandado para o espaço da censura de vários tipos - como lembra a jornalista Ana Maria Bahiana.

Uma dose das "cabeças falantes"

Simultaneamente, dois álbuns do Talking Heads, grupo considerado por alguns entusiastas do rock contemporâneo, como "fundamental": o "Wild Wild Life" (EMI-Odeon) e "Fear of Music" (WEA).

Geléia Geral

A emotividade não poderia ser mais bregue: Lindomar (Cabral) Castilho, goiano de Rio Verde, 46 anos, que se destacou nos anos 60 com um repertório extremamente puxado para o dramaticismo, vive hoje aquele drama que cantou a tantas músicas que emocionavam seus fãs: cumpre pena num presídio próximo a Goiânia, por ter assassinado sua ex-esposa, Eliane Aparecida de Grammont, 27 anos, num restaurante em São Paulo, na noite de 30 de março de 1981.

A pureza dos amores jovens

Chega aquele dia em que as memórias da infância e da adolescência se tornam mais nostálgicas e os pequenos detalhes que na época passaram despercebidos - e nunca valorizados em sua importância na simplicidade do dia a dia - ganham contorno de uma poesia e pureza adormecidas. Quem não se lembra da primeira e flamejante paixão, das angústias adolescentes da recusa de ser integrado a um grupo social, as gozações dos colegas maldosamente mais velhos (e fortes), o apoio de um amigo (ou amiga) na hora em que não foi possível desviar o rosto do soco - como diria Fernando Pessoa?

Acorde gaúcho para a discussão da MPB

Quase cinco anos após o Brasil de Todos os Cantos, realizado em Curitiba, em maio de 1982 como último grande evento cultural do governo Ney Braga, ter proposto uma grande avaliação da música brasileira, volta a ocorrer um encontro de propósitos semelhantes (mas dimensão ampliada) em Tramandaí, Rio Grande do Sul, a partir de hoje: Acorde Brasileiro - Seminário Nacional em Defesa da Música Regional Brasileira.

No campo de batalha

A mostra do cinema Documentário cubano, iniciada ontem na cinemateca, trouxe a Curitiba o diplomata Idelso Espinosa Tasset, primeiro secretário da Embaixada de Cuba, acompanhado de Bernardo Vorobow, diretor da Fundação Cinemateca Brasileira, de São Paulo xxx São 13 filmes documentários, de 9 diferentes realizadores, que possibilitam o público conhecer uma cinematografia até agora inédita em Curitiba, com exceção do longa "A Última Ceia", de Tomas Gutierrez Alea, que, em complemento a mostra, será reprisada no cine Groff, a partir de amanhã. xxx

Jair, um pugilista das cores do mundo

Dos tempos juvenis em que subia a improvisados ringues para trocar socos com adversários só ficaram tênues lembranças. Poderia, é verdade, até fazer carreira como pugilista, mas apesar do esporte (?

Os documentários do novo cinema cubano

A vinda a Curitiba do diplomata Idelso Espinosa Tasset, primeiro secretário da Embaixada de Cuba, acompanhado do sr. Bernardo Vorobow, diretor da Fundação Cinemateca Brasileira, de São Paulo, para a abertura da mostra "O Cinema Documentário Cubano" (Cinemateca do Museu Guido Viaro, até o dia 14, sessões às 20,30 horas), mostra a importância desta primeira amostragem da até agora ignorada cinematografia cubana. xxx

"Um caso escandaloso", a melhor estréia da semana

Poucas estréias nesta semana, enquanto aguarda-se os grandes lançamentos de final de ano, época em que as distribuidoras reservam seus maiores triunfos. Este ano não haverá nenhum Steven Spielberg ou George Lucas para tristeza dos exibidores mas, em compensação, há o "Labirinto", superprodução e com David Bowie, cada vez mais ator (sem deixar de ser cantor e compositor) como um andrógino misto de Mágico de Oz e Senhor dos Anéis.

Uma nova tentativa para que a UFPR possa ter sua editora

O reitor Riad Salamuni já tem em mãos o anteprojeto para o regimento interno da Editora da Universidade Federal do Paraná, bem como objetivas propostas para o seu efetivo funcionamento. Resultado de quase seis meses de trabalho de uma comissão presidida pela professora Leilah Santiago Bufrem, afinal se oferece uma contribuição básica para que a nossa artereosclerosada e septuagenária instituição tenha realmente uma atuante editora.

O livro de Schulmann volta 50 anos depois

Há 50 anos, quando a campanha anti-semita era das mais intensas em todo o mundo e Adolf Hitler, na Alemanha, preparava-se para mergulhar o mundo na II Guerra Mundial, sentia-se no Brasil (e especialmente em Curitiba) os reflexos do Nacional-Socialismo em ascensão. A propaganda nazista era forte e o anti-semitismo crescia. Foi quando um humilde comerciante israelita, Bernardo Schulmann (Áustria, 1880 - Curitiba, 1974) decidiu reunir algumas idéias capazes de esclarecer aos menos avisados sobre a questão.

As novas técnicas para a comunicação

Cresce, felizmente, a bibliografia de jornalismo & comunicação no Brasil. Talvez a Summus Editorial seja a que esteja dando maior contribuição, com quase duas dezenas de volumes importantes em diferentes enfoques. Por exemplo, como resultado do V Ciclo de Estudos Interdisciplinares de Comunicação, realizado há 3 anos, temos "Novas Tecnologias de Comunicação - impactos políticos, culturais e sócio-econômicos" (184 páginas, Cz$ 92,00), organizado pela professora Anamaria Fadul.

Geléia Geral

Aproveitando a grande cobertura que a presença de David Byrne, 33 anos, líder do grupo Talking Heads, teve durante sua presença no III FestRio - no qual, seu filme "Histórias Verdadeiras" (True Stories), foi exibido, hors concours, na noite de encerramento (29/77, Hotel Nacional), a Odeon está procurando antecipar a edição do álbum com a sua trilha sonora - nove belíssimas canções, integradas ao clima deste filme um tanto mágico, que a Warner Brothers lançará no primeiro trimestre de 1987.

Chico diz como se faz um elepê independente

Chico Mário não foi o primeiro produtor de um disco independente no Brasil. Mas é o primeiro a escrever um livro a respeito. Excluindo-se o pioneirismo de Cornélio Pires (1884-1958), que em 1929, irritado pela insensibilidade do todo poderoso Mr.

Mágicos tons e semitons nas cordas de Paulinho

Violonistas do mundo, escutai: há mestres em execução! Francisco Mário, Heraldo do Monte e Paulinho Nogueira estão com novos - e belíssimos discos na praça - enquanto que o novo álbum de Toquinho também deve chegar nos próximos dias. São vilões mágicos, coloridos, iluminados da beleza da nossa melhor MPB, na sonoridade acústica de quem sabe tão bem executar este instrumento maravilhoso. Chico Mário, em 5º lp, independente, não fica apenas no som: lança também um livro pela Vozes, explicando como se faz para produzir um disco alternativo.

Retratos musicais de Francisco Mario

Francisco Mário não é apenas um dos irmãos de Henfil. O irmão de Henfil, revolucionário, exilado por anos na Europa e que foi lembrado na letra de "O Bêbado e o Equilibrista" (João Bosco/Aldir Blanc) é outro. Chico Mário, embora também um homem de grande presença política, nunca deixou o Brasil. Trocou, isto sim, uma carreira das mais bem pagas na área da informática para se dedicar a música, como violonista e compositor.

O belo choro do beatleano Guedes

Para quem até hoje olhou, preconceituosamente, a obra do mineiro Beto Guedes (Alberto de Castro Guedes, Montes Claros, 13/08/1951), um conselho: ouça com atenção a última faixa do lado B de seu novo LP ("Alma de Borracha", Odeon): "Choro e Pai", homenagem ao velho Godofredo Guedes, baiano que sempre gostou de boa música e a quem sempre homenageou em seus discos.

O acorde afinado em defesa de nossa MPB

Tramandaí

Um Brasil musical de todos os cantos

Se ao longo dos 11 painéis nos quais, muitas vezes de forma pessimista, pesquisadores e estudiosos da cultura popular como o polêmico J. Ramos Tinhorão, o carioca Ary Vasconcelos, o produtor Pelão (João Carlos Botezelli), o animador cultural (e poeta) Hermínio Bello de Carvalho, o pesquisador potiguar Grácio Barbalho, o modinheiro e pesquisador Paulo Tapajós - entre outros -, mostravam a preocupação pela descaracterização da linguagem musical, por outro lado, houve momentos de otimização e de que nem tudo está perdido.
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