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Aramis

Artigos por data (1986)

O melhor de nossa música para as rádios do mundo

Ao patrocinar a edição de "Caymmi - Som/ Imagem/ Magia" com o livro de Marília T. Barbosa e Vera Alencar em edição bilíngüe e os dois lps com Dorival Caymmi interpretando sua obra, a Fundação Emílio Odebrecht desenvolveu uma importante contribuição para difundir a obra de um dos nossos maiores autores em termos internacionais. Afinal, da edição de 3 mil exemplares, algumas centenas foram enviadas a instituições culturais e jornalistas ligados à música em várias partes do mundo.

Caymmi, som, imagem, magia

"Que são setenta anos, diante da melodia que não conta tempo, não envelhece, enquanto as modas de cantar se sucedem e quase nada de música existe mais do que uma estação? Não há dia seguinte para o cancioneiro de Caymmi. A flor que o vento joga no colo da morena de Itapoã não murchou ainda. Murchará um dia? Não creio. O que está na voz de Caymmi a gente guarda como faz com as coisas de estimação. E ao ouvi-la em casa, na rua, no ar, é sempre a emoção de um bom encontro. Incorporou-se ao patrimônio de arte e coração do Brasil. Ninguém o apaga ou destrói".

Mangueira homenageia neste Carnaval o grande Dorival

Mangueira vê no céu dos orixás O horizonte rosa, no verde do mar A alvorada veste a fantasia Pra exaltar Caymmi e a velha Bahia, ô, ô, ô

Som-boite de Vinhas e a revelação de Eliane

Pianista da noite carioca, dono de um estilo suave e harmonioso, Luís Carlos Vinhas é da geração do Bottle's, Little's e Bacará, entre outros clubes noturnos do Rio de Janeiro, onde a Bossa Nova nasceu. Mais limitado do que outros tecladistas daquela época - como Luisinho Eça, Johnny Alf ou Sérgio Mendes, Vinhas permaneceu mais num som de boate, com alguns poucos discos mais audaciosos, entre eles o "Novas Estruturas" (Forma, 1965), há muito merecendo uma reedição da Polygram - que detém o acervo da histórica etiqueta de Roberto Quartin.

Toni, lições da mulher borboleta

Depois do "Complexo de Cinderela", uma nova leitura da moda para o público feminino, classes média e superior, verniz intelectualóide e disposição de aparentar uma cultura up to date: a Record acaba de lançar a tradução brasileira de "The Butterfly Secret", best-seller de Toni Tucci que desde 1978 escala as listas dos mais vendidos nos Estados Unidos. Apesar do nome masculino, Toni Tucci é uma cinquentona atraente, para gatão nenhum botar defeito (aliás, a foto da capa já sugere uma apaixonada relação de uma bela mulher de meia idade com um jovem atlético).

As muitas releituras de Villa-Lobos

A perenidade de Heitor Villa-Lobos, cujo centenário de nascimento (Rio de Janeiro, 5 de março de 1887) já começa a merecer programações antecipadas, se faz sentir nas múltiplas revisões de sua obra. Quatro excelentes LPs, cada um à sua maneira, mostram a grandiosidade da música desse compositor falecido há 27 anos (17/11/1959) e que deixou uma obra imensa, perpetuada no Museu com o seu nome - até o ano passado dirigido por sua viúva, dona Mindinha, uma das perdas de 1985.

Pelão faz mais um belo LP-documento

A MPB deve muito a Pelão - João Carlos Botezelli, um dos maiores defensores de nosso patrimônio musical. Produtor de lps históricos como os de Cartola, Adoniram Barbosa e a série "História das Escolas de Samba do Rio de Janeiro", Pelão foi um dos talentos que ajudou a Marcos Pereira (1930-1980) a formar um catálogo marcante. Por todos os lugares em que tem passado - gravadoras, rádios, estações de televisão etc., Pelão deixa a marca de seu talento, de sua brasilidade, sempre corajoso na defesa de nossa melhor música popular.

Surpresas e decepções nos sambas das escolas

A chuva, e o inesperado frio que apareceram justamente nas noites de Carnaval, prejudicando os desfiles das Escolas de Samba, somados ao adiantado da hora (passava das 3 da manhã) fizeram com que menos de 10% das quase 60 mil pessoas que, na noite de domingo, horas antes, haviam se acotovelado na Marechal Deodoro, assistissem o desfile da Escola de Samba Treze de Maio, que apresentou o enredo "União de Raça e Cor".

Até bandeira faltou no Carnaval do Leão

Na noite de domingo, quando a Escola de Samba Leão e Ouro, da Vila Hauer, desfilava na Avenida Marechal Deodoro, o advogado Cupertino Amaral, 55 anos, carnavalesco desde os anos 40, que julgava o item Mestre Sala e Porta Bandeira, surpreendeu-se: ao invés da bandeira da Escola, a Leão de Ouro desfilava com as cores da Acadêmicos da Sapolândia.

Agora, o painel de Poty no Curitibano

Pory Lazarotto esteve na cidade e desta vez trouxe um novo projeto para mural. A pedido de seu amigo, o advogado Constantino Viaro, presidente do Clube Curitibano, o nosso mais famoso artista plástico desenvolveu o projeto de um grande mural para o hall de entrada na sede da Avenida 7 de Setembro. xxx

A harmonia do Carnaval e o reinado de "Bola"

Convidado para julgar o item harmonia, o carioca Edvaldo Mendes dos Santos, 33 anos, fundador do Bloco da Vila Kennedy, integrante também dos Filhos de Gandhi - com o qual desfilou na noite de terça-feira, de volta ao Rio - e ex-diretor de harmonia da E.S. Império serrano, mostrou-se surpreso com a timidez dos carnavalescos curitibanos. "Nunca imaginei ver um Carnaval em que o pessoal tivesse uma sensação de vergonha de cair no samba" comentava do alto de sua cabine de jurado, na noite de sábado, quando saíram as primeiras escolas.

Pára-Raios não conseguiu rever seu amigo Requião

O excesso de zelo da assessoria do prefeito Roberto Requião o impediu que pudesse abraçar um dos seus grandes amigos dos turbulentos anos 60: o ator, diretor e hoje jornalista (do "Correio Brasiliense") Ary Pára-Raios. xxx

Os revólveres não atiram serpentinas

- Faz parte da indumentária! Com esta declaração, o coronel Furquim, comandante da Polícia Militar, justificou, na noite de sábado, a presença de tantos policiais portando revólveres de grosso calibre no policiamento da Marechal Deodoro. Para uma festa popular, na qual se supõe não devem acontecer incidentes maiores, a presença de policiais usando revólveres não deixa de ser constrangedora.

Um centro para o melhor inglês

O professor Roberto George Camington, diretor da Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa, está dinamizando a tradicional instituição - que hoje já tem duas sedes (uma na Rua General Carneiro, outra na Júlia da Costa) e conta com mais de 2.500 alunos. Assim, acaba de criar um Centro de Pesquisas Avnçadas para o melhor ensino da língua inglesa.

O projeto nacional do "golden boy" Leminski

Paulo Leminski, 40 anos, o golden boy de nossa vida intelectual, passou o Carnaval trabalhando na nona tradução que faz para a Brasiliense: "A Morte de Malone", obra escrita por Samuel Beckett, 80 anos, em 1951. Trabalhando sobre os textos em inglês - "Malone Dies" - e francês - "Malone Meurt", Leminski aceitou esta tradução pelas dificuldades apresentadas nos textos de Beckett, Prêmio Nobel de Literatura e que, irlandês, foi secretário de James Joyce por alguns anos.

A briga política por verdes votos

Nos bastidores do encontro que ecologistas e políticos promovem em Curitiba, neste final de semana, há uma guerra não muito santa e nada ecológica, entre dois ex-integrantes do governo José Richa que sonham com uma cadeira na Constituinte embalados pelo verde apoio dos ecologistas. O radical, nervoso e rude Claus Germer, ex-secretário da Agricultura busca a simpatia dos ecologistas em termos eleitorais.

Ivo fala da briga e faz ameaças ao maestro Aldo

Ivo Lessa, advogado, cantor lírico - e também o chefe da assessoria técnica da Casa Civil do Palácio Iguaçu - telefonou a propósito da notícia aqui publicada (13/1/86) [04/02/86] em relação aos problemas que o maestro Aldo Hasse vem tendo em decorrência de seu idealismo em fazer duas temporadas da ópera "La Traviatta". Conforme aqui relatamos, o maestro Hasse, através do Madrigal Pró-Arte, confiante no apoio oficial, se dispôs a montar a ópera de Giuseppe Verdi e, no final, teve prejuízos que hoje ultrapassam Cr$ 130 milhões.

Declaração de voto

Para esclarecer mal entendidos: a convite da Associação das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Curitiba e da Comissão Executiva do Carnaval, integramos, mais uma vez, o júri. Ao lado de Paulo Cesar Loureiro Botas, frei dominicano, assessor da FCC, compositor e cantor, julgamos o item Samba-de-Enredo.

O canto dos Posteiros e as poesias de Napp

Entre os grupos vocais que têm obtido maior destaque nos inúmeros festivais nativistas realizados no Rio Grande do Sul nestes últimos anos, está, sem dúvida, Os Posteiros. Liderado por Marco Aurélio Vasconcelos - também um excelente compositor - esse quarteto formado por Doly Carlos da Costa (bandoneon/arranjos), Celso Carlucci de Campos (voz e violão) e Francisco José Monza Koller (voz/violões), tem um trabalho dos mais representativos.

Sade, a New Bossa com ritmo e poesia

"You've got the biggest heart sometimes I think you're just too good for me every day is Christmas and every night is New Year's Eve" ("Você tem o maior coração/Às vezes eu acho/Você demais para mim/Todo dia é Natal/Toda noite é noite de Ano Novo") ("The Sweetest Taboo", Helen Folesade Adu)
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