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Aramis

Artigos por data (1987 - Fevereiro)

Do Nativismo à vanguarda a gauchada em bom astral

Um levantamento realizado pelo Instituto Gaúcho de Tradicão e Folclore, há dois anos, indicava que somente nesta década, mais de 800 artistas gaúchos haviam chegado ao disco - enquanto a fonografia daquele Estado já ultrapassava 3 mil títulos. Números consideráveis e que mostram a força da indústria cultural - setor música no Rio Grande do Sul, com atuantes etiquetas regionais (Isaec, Quero-Quero, Pialo, Discoteca etc.) e, principalmente, a atenção que gravadoras dão aos artistas locais.

Na semana de Carnaval, Tangos é o que há de melhor para ver

Parece até piada: em plena semana de Carnaval, a Alvorada (ex-Gaummont), impôs a Fama Filmes o lançamento de "Tangos : O Exílio de Gardel". Grande prêmio no Festival de Veneza - 1985, galardeado em vários outros festivais, esta co-produção argentino-francesa, dirigida por Fernando Solanas, é, em nosso entendimento, um dos mais belos filmes do cinema contemporâneo.

Estórias com a turma da Mônica

Uma opção de programação para a garotada, nas manhãs de sábado e domingo, continua sendo "Mônica e a Sereia do Rio ", segundo longa-metragem, com quatro diferentes desenhos, que Maurício de Souza produz especialmente para as chamadas sessões Zig Zag (Plaza, 10,11, 12 e 13 horas).

Um livro sobre a amante de Solano

Um lançamento importante sobre vários aspectos: "Elisa Lynch - Mulher do Mundo e da Guerra" (Civilização Brasileira, 608 páginas, capa de Eugênio Hirsch, Cz$ 293,00). Primeiro Prêmio Literário Nacional em 1985, esta obra do economista e jornalista gaúcho Fernando Baptista nos revela quem foi Elisa Lynch, amante e companheira de Francisco Solano Lopez, ditador do Paraguai à época da guerra contra a Tríplice Aliança.

Psicologia, família e até como curar a gripe

Cada vez cresce mais o interesse por obras que tratam da medicina, da psicologia, da educação e da vida familiar em linguagem compreensível por leigos. É uma busca (natural) de informações que fez as edições se multiplicarem. Por exemplo, a Martins Fontes lançou há pouco "O Corpo Tem Suas Razões" (Antiginástica e a consciência de si), de Therese Bertherat e Carol Berstein. Já a Editora Agora, publica um novo estudo do psiquiatra paulista José Angelo Gaiarsa: "A família de que se fala e a família de que sofre" (192 páginas, Cz$ 110,00).

Da gralha aos solitários nos clubes da "Mouraria"

A cassação do alvará do Club Um, na Avenida Mateus Leme, não agradou apenas as plácidas irmãs da Ordem do Espírito Santo e aos demais vizinhos daquele "antro de perdição", segundo as opiniões mais radicais. Pelo menos meia dúzia de especuladores imobiliários já estão de olho no magnífico terreno que o Clube Um vinha ocupando, numa das áreas mais valorizadas da cidade. xxx

Lerner volta mas já vai para Porto Rico

Jaime Lerner nem bem chegou a Curitiba - desembarcou sábado, vindo diretamente de Nova Iorque - e já viajou ao Rio e Brasília. Passou o fim de semana com amigos e não quis falar em política. Aliás, não gostou do lançamento de seu nome como candidato a vereador, dentro do assanhado projeto do PDT em contar com "grandes nomes" para reiniciar a retomada do poder.

Quem se lembra dos velhos constituintes de 34 e 47?

Quem se lembra de Aldo Laval, Cosntituinte em 1947 e um dos nove únicos sobreviventes daquela Legislatura? Pois, aos 82 anos, Laval continua firme e vigoroso e, dia destes, foi a redação da revista "Panorama", para contar aos jornalistas Luís Fernando Sá, 22 anos, um pouco da Assembléia Legislativa que funcionava, há 40 anos passados, onde hoje está a Câmara Municipal.

Atrás do Trio Elétrico, só não vai quem já morreu...

A música carnavalesca tradicional pode ter desaparecido em termos de novas produções (embora os clássicos continuem a ser os mais cantados nos salões), o samba-de-enredo transformou-se num gênero de alta rentabilidade, algumas gravações de artistas famosos (ou não) conseguem ultrapassar o sucesso temporário e serem cantados nos carnavais. E ao lado de tudo isto, no verão de cada ano, especialmente com a força e vibração nordestina, surgem grupos, conjunto e intérpretes que caem no agrado popular.

Geléia Geral

Transformado em superstar e hoje um milionário do samba, Agepê foi (ao lado da paraense Fafá de Belém) o único a permanecer no elenco da Sigla/Som Livre, agora transformada apenas numa editora de trilhas sonoras de produções da Globo e discos-montagens. E o novo disco de Agepê saiu há pouco, a tempo de ganhar os impulsos carnavalescos - embora seus sambas nada tenham nesta linha. Entretanto, com a força do vídeo e seu esquema de fácil consumo, Agepê deve vender bem. Entre as faixas, "De Todas As Formas", "Errado Fui Eu", "Lindo É Você Ser A Minha Mulher" e "O Samba É A Minha Cachaça".

Sambas-de-Enredo, o som que as escolas adotaram

Exatamente há 20 anos passados, o inesquecível Sérgio Porto (Rio de Janeiro, 1923-1968), que com o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta ficaria na história da crônica e do humor em nosso País, ironizava a tendência das Escolas de Samba do Rio de Janeiro em complicarem cada vez mais os seus sambas-de-enredo. "Samba Do Criolo Doido", lançado pelo Quarteto em Cy, ficou com imagem crítica de um modismo e passou a significar, inclusive, coisa complicada, absurda, maluca.

Albino Pinheiro, um carioca 100%

Para muitos, ele não é apenas a imagem do carioca perfeito. É a própria griffe do Carnaval, da alegria, da animação e das festas populares. Sobrinho de um dos grandes compositores brasileiros - Custódio Mesquita, advogado, ator bissexto (apareceu, entre outros filmes em "Lucia McCartney" e agora será produtor-ator de um filme sobre Natal da Portela, que Paulo César Sarraceni começa a rodar nesta semana), a classificação que melhor se ajusta a Albino Pinheiro é a de "Agitador Cultural".

Natal carnavalesco sai da lenda para chegar à tela

Desde ontem, além das câmeras de televisão e vídeo-teipe também modernas unidades de 35mm estão documentado o Carnaval carioca, especialmente cenas do desfile das grandes Escolas (que hoje a noite têm sua disputa na Passarela do Samba). Mais uma vez, cineastas que se voltam a temática carnavalesca aproveitam o maior espetáculo popular do mundo para rodar ao vivo, com milhares de figurantes, seqüências que, em termos de produção montada seriam impossíveis de ser feitas.

O Carnaval no cinema ao longo de 8 décadas

Historicamente, talvez o primeiro cinegrafista a registrar o carnaval carioca num filme montado e exibido comercialmente foi Antônio Serra, que em 1909 apresentava "Pela Vitória dos Clubes Carnavalescos". Sete anos depois, Eduardo Neves já realizava "Pierrô & Colombina", mesmo título que Louis Delao daria a um filme em 1919.

A época de ouro dos sambas e marchinhas

Uma forma agradável, alegre e digestiva de se ter uma visão musical do comportamento do brasileiro, especialmente do carioca, entre 1900/1976 seria a de se ouvir os sucessos do Carnaval durante estes 86 anos de festa de Momo.
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