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Aramis

Artigos por data (1987 - Julho)

Arte maior de Teca Sandrini

Os desenhos e pinturas de Estela Sandrini dizem muito. São figuras estranhas, animais exóticos, bicos compridos - imagens que permanecem na retina de quem sabe apreciá-las. São fortes e belos e hoje já se espalham pelas melhores coleções do País - e mesmo no Exterior. A exposição que inaugurou ontem, na Casa da Cultura em Florianópolis - Museu de Arte de Santa Catarina, dirigido por Harry Laus, dividido com trabalhos de Guida Soifer, representa mais uma importante mostra no já respeitável curriculum da querida Teca, a grande premiada do último Salão Paranaense de Belas Artes. xxx

Tavares agora é o presidente da OCIC

Uma boa notícia para quem acompanha o cinema cultural: José Tavares de Barros, professor da Universidade Federal de Minas Gerais e membro do Conselho Administrativo da EMBRAFILME, é o novo presidente da Organização Católica Internacional do Cinema - OCIC, setor América Latina. Foi eleito durante o congresso da entidade, em Quito, no final de junho. xxx Professor, crítico, cineasta e o grande batalhador pelo Centro de Documentação e Memória do Cinema Brasileiro, Tavares tem sido presença marcante em todos os eventos importantes ligados ao nosso cinema.

O Inimigo do Rei

"O Inimigo do Rei" é o espetáculo que o compositor/violonista Mariel Fernandes apresenta hoje e amanhã às 21 horas no Teatro Paiol. Gaúcho da capital residindo há um ano em Curitiba, Mariel recria o show montado em 84, em Porto Alegre e que foi um verdadeiro sucesso junto ao público. A versão curitibana de "O Inimigo do Rei" conta com a participação de músicos locais: Denis Belik no contrabaixo, Geraldo Peazan na guitarra e arranjos e Rosemeri Pease nos teclados.

Vem aí May East e o Blowzabella

O Teatro Paiol resolveu esquentar sua programação para o mês de agosto, mesclando os vários estilos musicais. Da eletrônica ao sitar indiano, do erudito à MPB. Tem outro detalhe: há atrações da terra como o Grupo Acordança (que acompanhou o coral infantil selecionado pela Criart numa viagem a Portugal), de 13 a 16 e o duo Jaime Mirtembaum (violão) e Alessandro Borgomanero (violino), num concerto raro com estes dois instrumentos no dia 25. De São Paulo vem a exuberante e talentosa cantora May East acompanhada da mais incrementada música eletrônica.

Concerto e palestras

A programação diária de concertos realizados dentro do Festival de Música de Londrina, nos teatros Ouro Verde e Zaqueu de Mello, que nesta segunda-feira terá a apresentação do Quinteto de Sopros da Universidade Católica do Chile, conta também com uma série de palestras. Tanto para os concertos quanto para as palestras, a entrada é franca. Hoje, o professor José Eduardo Gramani abordará o tema "Rítmica Viva". Na terça, o tema "Técnica Instrumental: Uma Abordagem Científica" estará a cargo de José Alberto Kaplan.

O atelier Guido Viaro e uma geração de talentos

São muitas as razões pelas quais Vicente Jair Mendes pode se orgulhar do Museu Guido Viaro, do qual é o diretor. Em dez anos, o museu que preserva o acervo de um dos maiores artistas brasileiros - e sem dúvida, nome maior da pintura no Paraná - não se limitou a ser apenas uma instituição de exposições monótonas, mas, sim, sempre teve uma agenda intensa, com cursos, palestras e exposições - além de sediar a ativíssima Cinemateca, que graças à competência de Francisco Alves dos Santos tem feito pulsar o movimento cinematográfico paranaense.

A orquestra que merece os aplausos do público

Se fosse pela vontade do público, o concerto iria até a meia-noite. Por quatro vezes, o maestro Norton Morozowicz voltou ao palco do auditório Bento Munhoz da Rocha Neto e teve que apresentar números extras. Temas de Astor Piazolla, Radamés Gnatalli - uma suíte das canções populares brasileiras - e dois arranjos de Paul Hindesmith sobre canções européias, completaram, extra-programa, o belíssimo concerto que a Orquestra de Câmara de Blumenau apresentou em Curitiba.

No campo de batalha

Zé Renato, um quase curitibano, filho do bom amigo Simão de Montalverde, após longa temporada nos EUA com o guitarrista Al Di Meola (com quem vai se apresentar, logo, em Istambul), uniu-se agora com dois outros amigos para formar um grupo instrumental: o pianista e flautista Marcos Ariel e o saxofonista, tecladista e sequenciador Zé Nogueira. Juntos, eles se apresentaram na semana passada no jazzmania, numa mistura que vai dos tempos dos "Cantares" e "Boca Livre" - grupos do qual Zé fez parte - até um jazz progressivo. xxx

Depois de 47 anos, os sambas que Vila gravou para América

Aquelas 16 gravações que há quase 50 anos são privilégios do mais reduzido grupo de apaixonados pela música brasileira serão, dentro em breve, democraticamente ouvidas por quem se interessar. Finalmente, a maior raridade em termos de registros feitos com artistas populares do Brasil estará ao alcance de qualquer um, acabando assim um verdadeiro mistério de nossa MPB.

Um repertório com os sambas da MPB

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) soube sempre amar e entender a música popular, uma das razões pela qual sua obra foi tão grandiosa e internacionalmente aclamada, sem nunca ter perdido as raízes brasileiras.

A paixão e ritmo dos grandes guitarristas

"O Blue é pai de numerosa prole. De sua manjedoura no delta do Mississipi na segunda metade do século passado, as canções dos escravos desaguaram no jazz e, ao cruzar com o country dos brancos, gerou outro mestiço, o roll. O blues é o tronco da árvore genealógica da música popular ocidental". (Arthur Dapieve)

O documento da MPB com "titio" Caldas

O Titio não pára. Aproximado-se dos 80 anos - que deverão merecer amplas comemorações em 23 de maio de 1988 (atenção, Hermínio: lembre-se da data!), Sílvio Narciso de Figueiredo Caldas, legenda da MPB, imagem do que de melhor se produziu em canções de serestas nos últimos 50 anos, vez por outra deixa o seu sítio de Atibaia e concorda em fazer apresentações. Assim fez há alguns meses atendendo o convite do simpático Romualdo Zanoni, empresário de sensibilidade que tem levado a sua casa, o restaurante Inverno & Verão, em São Paulo, grandes nomes da MPB.

Cray, o blues que voltou às paradas

Se os álbuns da Atlantic - que a WEA lança no Brasil - representam uma antologia para introduzir o melhor blues na guitarra e piano e o álbum duplo gravado ao vivo com Stevie Ray Vaughan mostra o estilo deste jovem bluesman, a Polygram, oportunamente, traz a mais nova sensação do gênero, Robert Cray, 33 anos, que, no início deste ano, com o seu quarteto, conseguiu ver o elepê "Strong Persuader" catipultuado [catapultado] por mais de quarenta semanas entre os "Top 20", dos mais vendidos - fato que há anos não acontecia com o gênero blues.

Bolona, de Minas para o mundo (mas ainda inédito entre nós)

O Brasil é tão grande e rico musicalmente que fora de esquema das grandes fábricas, que dispõe de estruturas nacionais para promoção, há dezenas de talentos que, a custa de suor e sacrifícios pessoais, fazem belos elepês independentes mas que, infelizmente, não passam das fronteiras regionais. Por exemplo, em Minas Gerais há uma geração de compositores e intérpretes do maior talento e compositores-intépretes do Paraná, mesmo os que já gravaram discos, não chegam as Alterosas.

Até um clássico de Cole Porter com o simply Red

Que surpresa deliciosa: um disco pop, de um grupo de grande sucesso, sem guitarras estridentes, com um repertório dos mais suaves. E tem mais: encerrando o lado A, um clássico de Cole Porter (1892-1964), "Every Time We Way Goodbye", numa interpretação tão suave, agradável e enternecedora que nos remete a memória a clássica gravação de Ella Fitzgerald. É quase inacreditável, mas basta ouvir o último elepê do Simply Red ("Men and Woman", WEA) para sentir que é possível existir convivência entre MÚSICA (de letra maiúscula e qualidade) com o universo pop.

Paixão & morte de um teatro

Tal como um filho querido - que a gente vê nascer, crescer e, em certo momento, começa a dar preocupações - o Paiol é a prova de como se desperdiça um (excelente) espaço cultural. Aquele velho depósito de material inservível - e que foi construído no início do século como depósito de explosivos e inflamáveis era um [prédio] próprio da Prefeitura totalmente esquecido, cercado de madeiras altas e perdido no bairro do Guabirotuba.

Artigo em 21.07.1987

"O Estado do Paraná" está de roupa nova dentro das mudanças gráficas introduzidas nestes últimos dias e a coluna ganha novo espaço e disposição. Uma nova fase gráfica que marca o jornal e nosso trabalho, entre as muitas que foram feitas desde julho de 1965, quando o colega Mussa José Assis chegou com idéias renovadoras - e que se repetiram, sempre saudavelmente, nestes 22 anos de convívio no dia-a-dia da notícia.

No campo de batalha

Moda negra na Fundação Teatro Guaíra: as simpáticas recepcionistas ganharam uniforme novo. Todo em preto, como se de luto estivessem. xxx A opção era entre o rosa shocking e o preto, mas na decisão final da diretoria venceu o black style. Se rosa fosse, as meninas ganhariam inevitável apelido: "Panterinhas Cor-de-Rosa". xxx Para o inverno, tudo bem! Agora é aguardar a cor do uniforme de verão. Pois preto, convenhamos, não condiz com a estação do calor. xxx

Filme de Berenice vai para Fortaleza

Com toda razão a mignon Berenice Mendes está com um sorriso dentifrício, o que a deixa ainda mais bonita. De princípio, já tem nas mãos o enxugadíssimo e criativo roteiro que Valêncio Xavier fez a partir do romance "O Drama da Fazenda Fortaleza", escrito pelo historiador David Carneiro há 40 anos - e que ela quer levar ao cinema, marcando sua estréia no longa-metragem.

Muitos eventos e pouca competição

Professor de cinema da Universidade de Brasília e cineasta calejado em festivais, Pedro Jorge de Castro, 45 anos - e que apesar de ser o seu longa de estréia "Tigipió - Uma Questão de Amor e Honra", premiado com o troféu Pierre Kast no II FestRio, ainda não conseguiu lançamento deste belo filme - ao assumir a direção técnica do II Festival de Fortaleza do Cinema Brasileiro, decidiu modificar as regras do jogo. Assim a mostra principal de longa-metragem em 35mm, caracterizar-se-á como um "festival de seleção", ou seja, não competitivo. Explica Pedro Jorge:
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