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Aramis

Artigos por data (1987 - Outubro)

"Terra para Rose", o documentário do ano

Brasília

O piano, o vilão e o canto erudito

Como concentrou em 1987 as edições de gravações de música antiga, especialmente com a vinda ao Brasil da Academy of Ancient Music, regida por Christopher Hogwood, o jovem Leonardo Barros, diretor do setor de música erudita e jazz da Polygram vem procurando fazer seleções dos mais caprichadas, atingindo um público que, como não nos cansamos de registrar, tem grana para comprar aquilo que gosta mas é exigentíssimo. Só adquire ainda as gravações convencionais quando não consegue o laser, embora a prensagem da Polygram seja ótima.

Geléia Geral

Beleza se põe no prato da radiola. A fórmula funciona para alguns produtos que insistem em promover certos galãs boas pintas mas de limitados recursos canoros. Há 10 anos, Sidney Magal, atlético, sensual, na linha de John Travolta chegou a faturar bastante. Mas o tempo passou e ele foi esquecido. Não totalmente, tanto é que volta pela Som Livre ("Mãos Dadas"), com um repertório repleto de versões. xxx

O filme de Coppola que lançou os "stars" de 80

Enquanto o trailler de "Jardins de Pedras" (Gardens of Stone, 1987), o último (último? Nestas alturas já deve estar fazendo um novo filme) Coppola, está anunciando sua próxima estréia, no Lido II, com atraso de 4 anos, chega outro de seus mais elogiados filmes, até agora só visto em vídeo pirata: "O Selvagem da Motocicleta" (2ª semana, 5 sessões).

Leilah tira caveira-de-burro da editora

Leilah Santiago de Oliveira está tirando e caveira-de-burro que parecia existir na editora da septuagenária Universidade Federal do Paraná. Em feliz hora o reitor Riad Salamuni a escolheu para sacudir o setor editorial da UFPR e os resultados estão aparecendo. Passado a fase burocrática e vencendo resistências de incompetentes que ainda sobrevivem como resquícios de administrações anteriores, Leilah começou com o pé-direito, há 5 meses, lançando o polêmico "Harry Berger", de José Joffily e vem prosseguindo com outros títulos, cobrindo várias áreas.

Preto-no-Branco para os jovens

Enquanto Santiago de Oliveira implanta a Scientia et Labor, em São Paulo, uma das mais tradicionais casas publicadoras - a Brasiliense - continua a dar prova de vigor. Preocupada sempre em chegar ao público jovem - e prova disto foram as bem sucedidas coleções de livros-de-bolso, tipo "Encanto Radical", "Tudo é História", "Primeiros Passos", a editora de Caio Graco Prado coloca nas livrarias uma nova séria: Preto no Branco.

No campo de batalha

O empresário Mozart Primo divide hoje com Verinha Walflor a liderança das promoções artísticas de melhor bilheteria na cidade. Cada um na sua, profissionalmente, buscam trazer espetáculos de público certo. Agora, Mozart coordena a única apresentação que Manolo Otero fará no dia 28, quarta-feira, no Guaíra (ingressos entre Cz$ 300,00 a Cz$ 350,00). Manolo tem um público seguro, nas pegadas de Julio Iglesias e comprova que o bolero romântico sempre emociona uma imensa faixa de consumo. xxx

Como será o IV FestRio com as atrações internacionais

Um sentido político, contra o appartheid na África do Sul, marcará na noite de 19 de novembro a abertura do IV Festival Internacional do Cinema, Televisão e Vídeo do Rio de Janeiro. Uma personalidade negra, desprestígio mundial - e cujo nome será mantido em segredo até a hora do evento - entregará uma manifestação de apoio a um representante do líder Nelson Mandella, seguindo-se a pré-estréia mundial do último filme de Sir Richard Attenborough que tem como tema justamente o conflito racial na África do Sul; "Cry Freedom".

As razões do sucesso

O FestRio é o encerramento da gala do ciclo anual dos Festivais. A partir de 1984, quando houve sua primeira edição, este Festival só tem crescido em prestígio e atraido cada vez um público maior. Reconhecido pela Federação Internacional de Produtores de Filmes - que disciplina os festivais internacionais de cinema - na categoria "A", nele só podem concorrer filmes inéditos em festivais, o que, se por um lado faz com que se veja apenas filmes novíssimos, por outro impede que obras importantes, de cineastas consagrados, entrem em competição.

No campo de batalha

A mostra do cinema alemão encerrou ontem, na Cinemateca, com um documentário exemplar: "Marlene", de Maximilian Schell. Por coincidência, acaba de chegar nas livrarias a autobiografia "Marlene D...", de Marlene Dietrich (tradução de Janer Cristaldo, Nórdica, Cz$ 590,00). Que merecerá registro mais detalhado em próxima edição. xxx

Bons programas que chegam e permanecem

A programação cinematográfica continua das mais atraentes, com estréias, reprises e continuações que justificam que o espectador troque o conforto doméstico pela ida ao cinema. Só que isto parece não acontecer, haja visto as bilheterias cada vez menores - com exceção de produções de grande apelo popular como "Robocop" (que continuará por várias semanas no Plaza), "As Bruxas de Eastwick" (agora no Bristol) e "Os Intocáveis" (Condor).

Adolfo, Suzana e Claudia, três mostras respeitáveis

Definitivamente, o mercado de artes plásticas no Paraná é uma conquista. Em menos de um década, as galerias se multiplicaram e com uma generosidade também dos espaços oficiais se há algo que não falta na cidade são os locais para exposições. Com isto, ao lado de talentos emergentes e consagrados, abre-se também as portas da promoção (e do aparecimento), para gente ainda despreparada e que, numa Capital na qual existisse maior rigor crítico e de seleção, jamais chegaria a discutíveis individuais e mesmo coletivas.

No campo de batalha

"Demo", o novo quinzenário político de Brasília, formato tablóide, em seu número dois, na coluna "Bastilha", publica a seguinte nota, ilustrada com foto da primeira dama do Paraná: "Aos 23 anos, além de muito bonita, a advogada Débora Dias, primeira-dama do Paraná, é uma grande novidade para quem está acostumado à frivolidade que caracteriza a maioria das esposas dos governadores, que pecam justamente por serem muito deslumbradas. Débora Dias, não. E começa por confessar que tem em "O Príncipe", de Maquiavel, seu livro de cabeceira.

No campo de batalha

Um grupo de pessoas está usando uma discutível forma para criticar o fato de a Secretaria da Indústria e Comércio, através da Paranatur, não ter agilizado as obras de transformação do antigo cine Vitória no centro de convenções: envio de cartas anônimas - ou com pseudônimos literários (Emílio de Menezes Trevisan, por exemplo), "sugerindo" que aquele local será assumido pela Secretaria da Cultura e transformado num centro cultural. xxx

O romance de Chico fez Ricardo bailar

Finalmente "O Romance das Quatro Luas" vai chegar aos palcos do Guaíra. Contratado há dois anos, pela antiga diretoria da Fundação Teatro Guaíra, este novo bailado de Chico Buarque-Edu Lobo, com libreto de Ferreira Gullar, sofreu vários atrasos - alguns por culpa dos autores, outros devido a greve dos músicos no Rio de Janeiro, o que impediu a gravação do tape. Agora, garante Edu Lobo, a música está saindo das partituras para as fitas, com corte final da gravação nos Estados Unidos.

Francisco, o novo Buarque

A exemplo de "Jogo de Damas", de Edu Lobo e "O Grande Circo Místico", de Chico Buarque-Edu Lobo, "O Romance das Quatro Luas" deverá se transformar também em disco e, por que não, talvez até num especial de televisão. As gravações já foram iniciadas e com a participação de nomes famosos - até agora ainda não divulgados - o tape deixa as gravadoras com água na boca. A Sigla Som Livre foi que editou os dois álbuns anteriores - e, naturalmente mostra-se interessada nesta nova produção. Mas até agora, ao que consta, não há ainda contrato assinado. Para dança, a exclusividade é do Guaíra.
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